Se desse para definir o Sheffield United do técnico Chris Wilder em uma palavra seria: coletividade. O sétimo colocado da Premier League, provavelmente a grande surpresa da temporada inglesa, não possui nenhum grande craque ou um jogador que “carregue o time nas costas”. Porém, um atleta em especial, que nem sempre é tão falado, é peça fundamental para o funcionamento do time: o irlandês David McGoldrick.
Números de McGoldrick
Como já falado, o Sheffield é uma equipe muito coletiva, e como consequência, divide muito bem seu número de gols (47) entre seus jogadores na temporada. Nessa equação, o atacante de 32 anos fica com honestos quatro gols (dois na Premier League e dois na Copa da Inglaterra). Além dos gols, ele também deu duas assistências.
Mais que a coletividade já citada, um outro fator que ajuda o atacante em questão a ter números modestos é a rotatividade que promove Wilder no setor de ataque. Oliver McBurnie, Lys Mousset, Billy Sharp e McGoldrick se revezam como duplas ao longo da temporada.
Na Premier League, o atacante, que jogou seis temporadas no Ipswich Town, completou 26 jogos e 20 foram como titular. Na temporada passada, atuando em 45 das 46 rodadas na Championship, anotou 15 gols.
Funcionamento dentro da equipe
O estilo de jogo do Sheffield está longe de favorecer seus atacantes. A equipe tem, por exemplo, a terceira pior média de posse de bola do Campeonato Inglês (43%) e é o time que mais usa bolas longas dentro da competição (2555 no total). Porém, mesmo nesse cenário pouco convidativo, McGoldrick surpreende.
Olhando para os números frios, muitos vão dizer que ele ajuda pouco a equipe, devido a suas modestas estatísticas. Olhando para o campo, porém, a impressão é contrária. Ao invés de olhar os números, um exercício interessante é observar o mapa de calor de McGoldrick.
(Fonte: sofascore)
De forma sucinta: ele está por toda parte. Por mais que seja um atacante, sua função dentro do time é de grande liberdade, atuando de forma parecida a de um meio-campista, quase. Nos raros momentos em que a equipe tem a posse (geralmente após ganhar uma segunda bola em um lançamento), ele é peça fundamental.
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Sua intensa movimentação oferece opção de passe para quem tem a bola e ajuda com que o time trabalhe a pelota de forma curta até poder acelerar perto do gol, geralmente para acabar em cruzamentos. Além de ajudar como opção para o passe, muitas vezes ele acaba assumindo a função de “cérebro” da equipe, seja enxergando um companheiro livre pelo lado ou tentando um passe vertical para o atacante mais adiantado.
É interessante notar como ele funciona em espaços curtos, cercado por adversários. Seja com o drible curto ou com um bom passe, o irlândes serve como um desafogo em momentos que a marcação do adversário aperta.
Vale destacar que, com exceção de Oliver Norwood, os meio-campistas do Sheffield se destacam mais pelo presença física e seu poder de infiltração. Logo, alguém como McGoldrick, que pausa o jogo e pensa mais as jogadas, é de extrema importância.
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Moral com o técnico
Recentemente, o atacante renovou seu vínculo com o Sheffield até o verão de 2022. A renovação foi comemorada publicamente por Wilder, que não poupou elogios ao experiente atacante.
“Eu estou tão feliz pelo David. A gente tem falado sobre o clube premiar jogadores e ele tem sido brilhante. Ele é um membro muito importante do grupo, nos dá algo um pouco diferente do jeito que nós jogamos. David sabe onde precisamos melhorar como grupo e ele é parte disso. Estou muito ansioso para trabalhar com ele nos próximos anos”, disse o técnico Chris Wilder ao site oficial do clube no dia 13.
Isso comprova como David McGoldrick é parte fundamental do caso de sucesso que é o Sheffield United. Pode não fazer tanto barulho, certamente não é um dos nomes mais badalados da liga, mas silenciosamente, é a cabeça pensando do time sensação da Premier League 2019/2020.