Danny Rose, a faca de dois gumes

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Vamos dar continuidade a nossa série especial de matérias sobre os 23 convocados da Inglaterra para a Copa do Mundo 2018! Vem com a gente que o papo de hoje é sobre Danny Rose!

Infância de Danny Rose e Kyle Walker

Danny Rose nasceu em Doncaster, cidade localizada no condado de South Yorkshire. E sabe quem foi o seu melhor amigo de infância? Nada mais, nada menos, do que Kyle Walker!

Os garotos ingleses cresceram juntos, se tornaram melhores amigos, cultivaram a paixão pelo futebol e até competiram em times rivais durante a vida escolar. O caminho dos companheiros, no entanto, tomaria rumos diferentes.

Rose foi parar nas categorias de base do Leeds. Já Walker conseguiu uma chance no modesto Sheffield United. O que ninguém imaginava era que os dois jogadores voltariam a se encontrar sob os estandartes de uma mesma equipe.

Danny iniciou a carreira como winger, mas logo descobriu a eminente vocação para a lateral esquerda. Ainda que não tivesse se destacado e sequer estreado no elenco principal dos Whites, o atleta despertou a atenção do Tottenham.

A estreia perfeita

Vestiu a camisa dos Spurs, foi contratado em 2007 e chegou com status de jovem promessa, mas, assim como no Leeds, não decolou logo de cara. Sua estreia na Premier League foi de tirar o fôlego, no entanto.

O jovem inglês mostrou que teria um futuro brilhante pela frente. Entrou como substituto no dérbi londrino contra o Arsenal, não sentiu a pressão em White Hart Lane e, de quebra, marcou o segundo gol da vitória por 2 a 1.

Após escanteio cobrado na direita, Rose recebeu de fora da área, arriscou finalização de primeira e marcou um golaço contra os rivais, selando os três pontos do Tottenham diante da torcida.

Um início muito bom, de fato. Rose, entretanto, não conseguiu manter a regularidade. Ainda cru para os padrões ingleses, chegou a ser emprestado para equipes de divisões inferiores como Peterborough, Watford e Bristol City.

O último e definitivo empréstimo foi o mais frutífero. Com a camisa do Sunderland, Rose adquiriu rodagem, tempo de jogo, sequência de partidas e espaço o suficiente para mostrar o bom futebol durante a temporada 2012/13.

As experiências fora de Londres deram mais confiança e personalidade ao lateral esquerdo, que finalmente se firmou como opção tática entre os titulares do Tottenham em 2013. Aí foi só deslanchar e rapidamente conquistar a torcida.

Dono da posição

O garoto de Doncaster foi dono absoluto da posição desde então. Atuou por quatro temporadas, acumulou 80 partidas, balançou as redes em 6 oportunidades e anotou 9 assistências. Virou referência na equipe e peça-chave no esquema de Pochettino.

Não fossem as constantes lesões, Danny Rose poderia ter se saído ainda melhor. O lateral esquerdo costuma ter problemas físicos com frequência e isso pode ter afetado um crescimento mais exponencial.

A exemplo do amigo Kyle Walker, hoje no Manchester City, Rose tornou-se um dos melhores da posição no cenário nacional. Tanto é que fora escolhido o melhor lateral esquerdo pela Professional Footballer’s Association em duas ocasiões.

A edição 2017/18, todavia, deixou a desejar. Rose perdeu boa parte da temporada por conta de contusões e, quando voltou, não empolgou a ponto de ser unanimidade na lista de Gareth Southgate.

Ryan Bertrand parecia uma escolha mais justa, visto que que o lateral esquerdo do Southampton participou de praticamente todos os compromissos ao longo da campanha.

Incógnita

Danny estreou em 2014, disputou a Euro 2016 e acumulou 16 participações internacionais deste então. Ainda assim, chega à Rússia cercado de desconfianças, logo em sua primeira Copa com a camisa da Inglaterra.

Rose foi testado como ala esquerdo no sistema de três zagueiros montado por Southgate, mas a sua titularidade não é garantida. Ainda não temos pistas de como o treinador inglês irá esboçar a equipe titular para o mundial. Delph pode ser outra alternativa.

Se por um lado as performances recentes de Danny Rose não agradam, por outro lado, o atleta está saudável e com ritmo de jogo para encarar as melhores seleções do planeta. Outro fato animador é que o lateral já mostrou o seu potencial.

Esta será uma oportunidade de ouro para que ele dê a volta por cima e retorne ao bom momento apresentado nas três últimas temporadas. A faca é de dois gumes, entretanto.

Julio Cesar Puiati
Julio Cesar Puiati

Jornalista formado pela PUC Minas. Editor do PL Brasil, entusiasta do futebol inglês e torcedor fanático do Liverpool. Mineiro de Belo Horizonte. Cheers!