O legado construído pelo astro português Cristiano Ronaldo em seus nove anos na equipe do Real Madrid é de um tamanho inestimável. Mas, apesar de ter atingido o seu ápice na equipe espanhola, isso de forma alguma ofusca a história escrita durante o seu período no Manchester United.
Afinal, Ronaldo chegou com uma aposta e saiu como um craque do futebol mundial. Os torcedores que estiveram presentes no Old Trafford no dia 16 de agosto de 2003, acompanharam além da vitória diante o Bolton por 4 a 0, a estreia de Ronaldo e os primeiros 30 minutos de uma linda história que estava começando a ser escrita.
Foram seis temporadas sob o comando de Sir Alex Fergunson, totalizando 292 jogos disputados e 118 gols marcados.
Entre os nove títulos conquistados, destaque para os três títulos da Premier League conquistados em sequência (2006–07, 2007–08 e 2008–09) e o da UEFA Champions League 2007/08, vindo a ser o primeiro conquistado pelo português.
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Até que no dia 11 de junho de 2009, o Manchester United aceitou uma oferta de £80 milhões do Real Madrid pelo português, tornando-o assim o jogador mais caro da história até então.
Com a camisa merengue, foram 438 jogos e 451 gols marcados, o que o deixa no posto de maior goleador da história do clube. Soma-se a isso 16 títulos conquistados – sendo quatro conquistas da Champions League.
Temos ainda nesse período seus diversos prêmios individuais, como as quatro Bolas de Ouro e as três Chuteiras de Ouro. Com um misto de insatisfação e sentimento de dever cumprido em Madrid, para a atual temporada Cristiano Ronaldo assinou com a Juventus, da Itália.
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E quis o destino que, logo em sua primeira temporada na equipe italiana, Manchester United e Juventus caíssem no mesmo grupo da UEFA Champions League.
Apesar de ter sido expulso na partida entre Juventus e Valencia, Ronaldo pegou apenas um jogo de suspensão, permitindo assim que o português esteja disponível para o confronto diante de sua ex-equipe e enfrente o United mais uma vez.
O primeiro encontro ocorreu na temporada 2012/13, quando Manchester United e Real Madrid se enfrentaram em confronto válido pelas oitavas de final do mais importante torneio europeu.
A última vez que Cristiano Ronaldo enfrentou o Manchester United
REAL MADRID X MANCHESTER UNITED: ÓTIMA ATUAÇÃO DOS GOLEIROS E FALTA DE PONTARIA PREVALECEM
REAL MADRID: Diego López, Arbeloa, Sergio Ramos, Varane, Fábio Coentrão, Khedira, Xabi Alonso (Pepe), Di Maria (Modrić), Özil, Cristiano Ronaldo, Benzema (Higuaín).
MAN. UNITED: De Gea, Rafael, Ferdinand, Evans, Evra, Welbeck (Valencia), Carrick, Jones, Kagawa (Giggs), Rooney (Anderson), Van Persie.
A partida de ida foi realizada no Santiago Bernabéu e, por jogar em casa, o Real Madrid começou melhor e só não abriu o placar porquê De Gea fez ótima defesa com a ponta dos dedos após chute cruzado de Fábio Coentrão, com a bola batendo na trave em seguida.
Aos vinte minutos, Danny Welbeck marcou de cabeça após cobrança de escanteio e abriu o placar para o United, aproveitando a falha do zagueiro Sergio Ramos e do goleiro Diego López.
Mas ainda no primeiro tempo o Real Madrid chegou ao empate. Cristiano Ronaldo marcou de cabeça após cruzamento de Di Maria. E, como era de se esperar, o atacante demonstrou todo o seu respeito com sua ex-equipe e não comemorou.
Após o empate, o jogo ficou aberto, com as duas equipes tendo a chance de passar a frente no placar. Mas a falta de pontaria e os goleiros garantiram o empate, levando a decisão para o Old Trafford.
MANCHESTER UNITED X REAL MADRID: UM JOGO MARCADO POR POLÊMICA
MAN. UNITED: De Gea, Rafael (Valencia), Vidić, Ferdinand, Evra, Carrick, Cleverley (Rooney), Nani, Welbeck (Young), Giggs, van Persie.
REAL MADRID: Diego López, Arbeloa (Modrić), Varane, Sergio Ramos, Fábio Coentrão, Khedira, Xabi Alonso, Di Maria (Kaká), Özil (Pepe), Cristiano Ronaldo, Higuaín.
A última vez que Cristiano Ronaldo enfrentou o Manchester United teve polêmica. O primeiro tempo do jogo da volta acabou sendo muito equilibrado, mas os donos da casa tiveram a melhor chance para sair na frente do placar.
O zagueiro Nemanja Vidić cabeceou na trave, o rebote sobrou para Welbeck, mas o atacante estava um pouco desequilibrado e acabou chutando em cima do goleiro Diego López, que estava caído.
E o gol que faltou no primeiro tempo, não demorou a sair na volta do intervalo.
Logo aos três minutos, após confusão na área, Nani ganhou a disputa com Raphaël Varane e cruzou rasteiro, Welbeck furou, mas Sérgio Ramos acabou empurrando a bola contra o próprio patrimônio, deixando os Diabos Vermelhos em vantagem.
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Até que aos cinquenta e seis minutos, o lance que mudou o rumo da partida e gera polêmica até hoje.
Bola afastada na defesa do United, Nani e Álvaro Arbeloa subiram para a disputa. Enquanto o lateral espanhol foi com a intenção de dominar com o peito, o português tentou com o pé, e acabou acertando o adversário.
Após certa confusão, o árbitro turco Cüneyt Çakır mostrou o cartão vermelho para Nani, gerando a revolta de Ferguson no banco.
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José Mourinho então tirou Arbeloa e lançou Luka Modrić. E o croata com poucos minutos em campo deixou Michael Carrick para trás e acertou um lindo chute de fora da área, que caprichosamente bateu na trave e entrou, igualando o placar aos sessenta e seis minutos.
E três minutos depois, Cristiano Ronaldo liquidou a partida. Após ótima tabela com Mesut Özil, Gonzalo Higuaín cruzou rasteiro e o astro português se jogou de carrinho para virar o marcador e garantir a classificação do Real Madrid para a próxima fase.
E, assim como no primeiro jogo, o atacante não esboçou qualquer comemoração com o tento anotado.
Essa acabou sendo a última vez que Sir Alex Ferguson disputava uma Champions League, já que foi sua última temporada no comando do Manchester United.
Já o Real Madrid chegou até a semifinal, onde acabou caindo diante o Borussia Dortmund, e Cristiano Ronaldo acabou sendo o artilheiro da competição com 12 gols.