Quando Philippe Coutinho passou a ganhar destaque no Liverpool, nos idos de 2014, esperava-se que o jogador fosse se tornar um dos melhores jogadores de futebol de sua geração. Pouco menos de dez anos depois, o brasileiro se encontra no Aston Villa, longe dos holofotes e com o futuro incerto.
Coutinho chegou ao Villa em janeiro de 2022, com a missão de se recuperar para o futebol e se tornar o craque do time. Apesar de ser decepcionante, a passagem do brasileiro por lá não é um completo fracasso, explica o “The Athletic”.
Dentro de campo, Coutinho deixa a desejar
Após um período inicial de empréstimo, o Aston Villa pagou 20 milhões de euros (cerca de R$ 108 milhões) para contratar Coutinho definitivamente junto ao Barcelona, em 2022. O nome do jogador e os primeiros seis meses (19 jogos, cinco gols e três assistências) geraram a expectativa que 2022/23 fosse ser um ano mágico para clube e jogador.
O Aston Villa até foi bem e se classificou para a Conference League, sob a batuta de Unai Emery. Mas Coutinho, por sua vez, deixou a desejar. O brasileiro sofreu com lesões e teve números sofríveis. Quando atuou, foi reserva na maioria das vezes e não teve a sequência desejada.
Coutinho terminou a temporada com 22 jogos, um gol e nenhuma assistência. O “The Athletic” não escondeu a frustração acerca da trajetória do ex-Vasco no time de Birmingham.
— Os momentos de magia que Coutinho produziu por empréstimo fizeram o suficiente para garantir a compra em definitivo pelo Villa. Quase. Mas, claramente, muito mais se espera dele desde então, mesmo com a queda daquele que fez aqueles efeitos dominós de transferências–, comentou.
Apesar das investidas de Besiktas e Al-Ettifaq, Coutinho segue no Aston Villa e faz parte da pré-temporada. Para o “The Athletic”, é fundamental que o time tenha jogadores experientes como o brasileiro, além de um elenco profundo para a disputa de tantas competições.
O legado positivo do brasileiro no Aston Villa
Se no campo o desempenho de Coutinho é decepcionante, fora dele se faz o contrário. O “The Athletic” avaliou que o brasileiro, por conta de sua grife no futebol mundial, foi fundamental para que o clube fizesse contratações importantes que pudessem mudar o patamar da equipe.
— Com o brasileiro, o lateral francês Digne pensou em se afastar do Everton mais tarde, na mesma janela em que o “projeto” do Villa ganhou força de repente. Diego Carlos, uma contratação de 26 milhões de libras, gostou do fato de o compatriota Coutinho já estar no Villa para ajudá-lo a se instalar. Foi o mesmo com Kamara. Tal como aconteceu com Diego Carlos, a equipe de recrutamento de Villa fez todas as verificações de antecedentes e, em seguida, permitiu que Gerrard desse o toque final ao acordo, persuadindo o jogador de 23 anos a se juntar ao Marselha. Kamara atraiu o interesse de muitos clubes, alguns oferecendo futebol na Liga dos Campeões , mas escolheu o Villa –, lembrou o portal.
Coutinho não foi fundamental apenas para as contratações. A permanência de Douglas Luiz, melhor jogador do time na última temporada, também passou diretamente por seu compatriota.
— A decisão de Douglas Luiz de prolongar sua permanência no clube, já que outros times da Premier League pediram ao meio-campista que cumprisse o último ano de seu contrato e depois se juntasse a eles de graça neste verão, teria sido mais difícil e talvez até o técnico Unai Emery também tivesse dúvidas sobre Villa–, avaliou o “The Athletic”.
Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Fato é que Coutinho vive uma passagem de altos e baixos no Aston Villa. O jogador, porém, tem contrato com o clube até julho de 2026 e pode mudar a rota de seu destino.
