O elenco do Manchester City não é caracterizado pela presença muito relevante de jovens formados em sua categoria de base.
Phil Foden, que tem 23 anos e está no time principal desde 2017, é o maior representante da base: o meia participou de 48 jogos na última temporada, com 15 gols e sete assistências.
Rico Lewis (18 anos e 23 jogos na última temporada) e Cole Palmer (21 anos e 25 jogos) são outros dois destaques da academia do clube, mas ainda longe do patamar de Foden.
Via de regra, o time de Pep Guardiola, endinheirado pelos cofres dos Emirados Árabes Unidos, tem preferido contratar suas maiores estrelas do que apostar na base. Sejam elas talentos promissores, como Sergio Gomez e Maximo Perrone, ou de tiros mais certeiros, como Haaland, Rodri, Grealish ou De Bruyne.
Mas isso não significa que o City não tenha uma ótima academia de jovens. O time sub-23 dos Citizens é o atual tricampeão da Premier League 2. E, por mais que o bom trabalho na base não tenha rendido um sucesso esportivo nos profissionais, ele foi capaz de garantir um belo retorno financeiro.
A venda do português Carlos Borges para o West Ham por 14 milhões de libras (R$ 86,5 milhões), sem que ele nunca sequer tenha jogado uma partida de futebol profissional, deve fazer com que o Manchester City fature uma verba de 127 milhões de libras (R$ 785 milhões) com vendas de jogadores da base durante os últimos 12 meses.
Ao todo, o City negociou 12 promessas que valem os R$ 785 milhões. E o mais impressionante é que a dúzia de garotos, somados, têm apenas nove jogos pelo time profissional do City.
Quem mais jogou foi o goleiro monetenegrino Arijanet Mudric, que tem cinco jogos com o time de Guardiola. O resto não chega a metade disso.
As promessas vendidas pelo City nos últimos 12 meses
- Pedro Porro (Sporting) – 0 jogos pelo City
- Ko Itakura (Borussia Monchengladbach) – 0 jogos pelo City
- Arijanet Muric (Burnley) – 5 jogos pelo City
- Darko Gyabi (Leeds) – 0 jogos pelo City
- Roméo Lavia (Southampton) – 2 jogos pelo City
- Gavin Bazunu (Southampton) – 0 jogos pelo City
- Juan Larios (Southampton) – 0 jogos pelo City
- Samuel Edozie (Southampton) – 1 jogo pelo City
- Shea Charles (Southampton) – 1 jogo pelo City
- James Trafford (Burnley) – 0 jogos pelo City
- Yangel Herrera (Girona) – 0 jogos pelo City
- Carlos Borges (West Ham) – 0 jogos pelo City
Além de Borges, os negócios da atual janela foram a saída de James Trafford para o Burnley por 19 milhões de libras; Shea Charles para o Southampton por 15 milhões de libras; e Yangel Herrera para o Girona por 4 milhões de libras.
We welcome England U21 international James Trafford from Manchester City for an undisclosed fee 🧤
The goalkeeper has penned a four-year deal at Turf Moor and becomes the Clarets’ fourth new arrival of the summer transfer window 🤝
— Burnley FC (@BurnleyOfficial) July 20, 2023
Esses 52 milhões de libras se somam aos 64 milhões de libras arrecadados antes da temporada 2022/23 com as saídas de Gavin Bazunu, Romeo Lavia, Sam Edozie, Juan Larios, Pedro Porro, Darko Gyabi e Muric.
Verba ajuda Guardiola a contratar e a cumprir o fair play financeiro
A entrada de dinheiro certamente ajudará Guardiola a reforçar ainda mais a equipe. O clube já fechou a contratação de Mateo Kovacic por 25 milhões de libras e ainda deve tornar Josko Gvardiol o zagueiro mais caro da história.
A verba também será importante para que o clube cumpra as regras do fair play financeiro. O Manchester City foi acusado pela Premier League de quebrar 115 vezes as regras fiscais da entidade, mas nega que tenha descumprido o acordo.
O mesmo clube também foi condenado pela Uefa por violar o fair play financeiro europeu e chegou a ser banido das competições europeias, mas recorreu da decisão e foi absolvido no CAS (Corte Arbitral do Esporte) da Fifa.