A seleção é Paquetá e +10, mas um jogador não poderia ter faltado

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Faltam meias como antigamente. Não só no futebol brasileiro, como no mundo. Há pontas técnicos e habilidosos em profusão, volantes que possuem uma capacidade criativa acima da média… Mas meias, como Lucas Paquetá, estão cada vez mais raros. Por esse e outros fatores acredito que a manchete “Lucas Paquetá e mais 10” não é exagero.

Paquetá fez os seus últimos jogos pela seleção brasileira em junho, nos amistosos contra Guiné (deu assistência) e Senegal (fez gol). Depois, foi acusado de envolvimento com apostas esportivas e, embora o West Ham não tenha o afastado durante as investigações, a CBF adotou uma postura mais cautelosa e o manteve fora das seis primeiras rodadas das eliminatórias.

Como vocês já sabem, Paquetá fez falta. Primeiro porque, no seu nível, não há nenhum jogador de características parecidas naquela posição. Neymar e Rodrygo atuaram mais recuados e não conseguiram render, exceção à estreia contra a Bolívia.

Com Paquetá no time, Rodrygo poderá ser adiantado para o ataque ao lado de Vini Jr., exatamente como no Real Madrid. Sendo que ele também pode atuar no lado esquerdo de um eventual losango quando – e se – Neymar voltar. As coisas tendem a se encaixar.

E o que me faz ter tanta confiança no Paquetá neste momento é a sua temporada. Até a lesão, em janeiro, ele era o brasileiro com alguns dos melhores índices, ofensivos e defensivos, nas top-5 ligas da Europa. E não estamos falando de pouca coisa…

Paquetá é um jogador de classe

Bom trato com a bola, mas também combativo, não à toa caiu nas graças da torcida do West Ham e poderia hoje estar vestindo a camisa do Manchester City não fosse a acusação ainda durante a janela de verão. Para quem não se lembra, sua venda estava praticamente acertada.

Quando se lesionou, após 19 rodadas, o West Ham era o 6º colocado, com 33 pontos. Quando voltou, para a partida contra o Brentford, pela 25ª rodada, os Hammers já estavam em 9º, com 36 pontos.

Coincidentemente (ou não), o West Ham não venceu no período: 4 empates e 4 derrotas em todas as competições – resultados que custaram também a eliminação na Copa da Inglaterra para o Bristol City da Championship.

Lucas Paquetá West Ham
Lucas Paquetá sentiu a panturrilha em jogo da Copa da Inglaterra (Foto: Icon sport)

Resumidamente, para facilitar o entendimento da sua importância para o time, as 11 vitórias do West Ham foram conquistadas com ele em campo. E se você ainda não teve a oportunidade de vê-lo jogar, recomendo.

Paquetá não é o melhor jogador da seleção brasileira (esse posto, hoje, é incontestavelmente do Vini Jr.). Mas, dentro das nossas limitações, ele talvez seja o titular mais essencial do time.

Murillo não podia ter ficado fora

Da convocação um pouco diferente de Dorival Jr., dez nomes atuam na Premier League. Um número bastante expressivo, é claro, e com as novidades Andreas Pereira e João Gomes. Mas não gostei da ausência de Murillo, do Nottingham Forest, na zaga (não o do Palmeiras).

O ex-Corinthians chegou nesta temporada e jogou o suficiente para virar titular na 7ª rodada e não mais sair do time. Foi tão bem que acabou eleito o melhor jogador do mês no clube em três oportunidades. É canhoto como Beraldo, que trabalhou com Dorival no São Paulo e parece ter tido vantagem neste começo por isso.

Fiquemos de olho nas próximas convocações. Em junho tem Copa América.

Murillo joga pelo Nottingham Forest na Premier League
Murillo joga pelo Nottingham Forest na Premier League. Foto – Icon Sport
Victor Canedo
Victor Canedo

Victor Canedo trabalhou por 12 anos como repórter de futebol internacional no Grupo Globo. E até hoje mantém o hábito de passar as manhãs e tardes dos fins de semana ouvindo a voz de Paulo Andrade. Para equilibrar a balança dos colunistas deste site, é torcedor do Arsenal desde Titi Henry.