Eu sou um grande fã de piadas ruins, então é natural que comece o texto de hoje dizendo que Darwin Núñez evoluiu. Sem teorias complexas, direto e reto. Após uma temporada de adaptação (e alguns memes), o atacante uruguaio transformou-se num dos principais nomes do Liverpool, que caminha para se firmar como principal perseguidor ao Manchester City.
Como nos velhos tempos.
É claro que estamos ainda no começo do campeonato e de previsões já basta aquela que coloca o time de Guardiola perto dos 90 pontos. Acontece que o Liverpool foi o único nas últimas seis temporadas a superar essa barreira – três vezes, ganhando uma e perdendo o título por um ponto nas outras duas.
Todas elas com Jürgen Klopp. Então não serei eu a duvidar.
Mas, assim como o City mudou bastante nesse período, o Liverpool também precisou. Estamos diante de uma versão 2.0, talvez, com um meio-campo contratado na janela e um ataque que não sente mais saudades de Mané e Firmino (quer dizer, lá no fundo qualquer um dorme pensando neles, mas para esse fim você pode ir ao YouTube).
Volta por cima de Dawrin Núñez no Liverpool
Darwin decepcionou em sua temporada de estreia, mas não chegou a ter números horrorosos (foram 15 gols em 42 jogos, rendimento parecido com o seu primeiro ano no Benfica).
O problema é que ele ficou marcado pelo altíssimo valor (80 milhões de euros) somado às chances desperdiçadas num time que naufragou e só conseguiu retomar o prumo na reta final, quando já não dava mais para brigar pelo G4.
A atual temporada já registrou dois jogos importantíssimos, o primeiro deles quando marcou os dois gols da virada sobre o Newcastle, fora de casa, quando o Liverpool jogava com 10. No fim de semana passado, desempatou uma partida dura contra o West Ham num belo golpe acrobático.
Neste mesmo jogo, minutos antes, Darwin foi responsável por um gol perdido que parecia ter vindo da temporada passada. Acontece que uma de suas fortalezas é o aspecto mental, a forma como não se deixa abalar e a raça uruguaia de lutar até o fim. Qualidades já reforçadas por Klopp e pelo auxiliar Pep Lijnders.
No time, Darwin também está longe de ser a figura de um mero camisa 9 goleador. Ele também é elogiado pelo trabalho sem a bola, pressionando e abrindo espaço para que Salah, Díaz, Gakpo e Jota consigam fazer a diferença na frente.
E definitivamente não é simples entrar num time do Klopp e realizar tudo isso conforme exigido. Outros nomes de sucesso recente no Liverpool também precisaram passar por um processo de adaptação e, no caso de Darwin, o fator extracampo também pesou – ele agora se sente mais confortável para falar inglês e se comunicar melhor nos treinos, como mostra timidamente o vídeo abaixo.
Seus números também indicam que ele está no caminho. Sua média é de um gol a cada 141 minutos, bem perto de Salah (134), Fernando Torres (135), Luis Suárez (138) e Daniel Sturridge (140). Nada mal.
É bom lembrar que Darwin Núñez tem apenas 24 anos, exatamente a idade de Mohamed Salah quando se transferiu para o Liverpool.
Mas tudo bem, eu paro por aqui para vocês não usarem esse texto contra mim em maio. Apenas fiquem de olho no novo camisa 9 dos Reds.