Clubes ingleses serão punidos por não respeitarem luto à rainha

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Após 70 anos de reinado, a morte da Rainha Elizabeth II gerou grande comoção no Reino Unido e, mesmo tendo o carinho de parte expressiva dos ingleses, algumas homenagens prestadas à monarca tornaram-se alvo de discussões. No futebol, clubes que desrespeitaram as condolências à líder da família real britânica serão punidos com vigor.

Reprodução/Emilio Morenatti/WPA Pool/Getty Images
Reprodução/Emilio Morenatti/WPA Pool/Getty Images

Adiamento de jogos por causa da morte da Rainha dividiu opiniões

Assim que o anúncio oficial do falecimento da rainha foi emitido, uma onda de demonstrações de carinho tomou admiradores do mundo inteiro. Os esportes reproduziram a reverência ao falecimento da figura mais importante do Reino Unido e decidiram por interromper qualquer disputa esportiva em diversas modalidades.

O futebol também sinalizou respeito à perda da monarca e, em decisão da The FA, organizadora do futebol inglês, paralisou qualquer partida em suas competições, desde a Premier League às categorias de base.

Contudo, no fim de semana seguinte à morte de Elizabeth II, Sheffield International FC e Byron House decidiram se colocar acima da desolação dos britânicos, anunciando em tweets agora apagados que disputariam um amistoso e quebrariam o luto no país.

A ideia nada sentimental caiu por terra logo, depois de reação negativa nas redes sociais. Em seu perfil oficial no Twitter, o Sheffield ironizou a má repercussão, mas recuou e divulgou mudança nos planos: “Teremos apenas um treinamento, ou quem sabe um jogo de rugby, já que isso não é considerado desrespeitoso…”.

E na prática, o que os clubes envolvidos sofrerão?

Ambos os clubes, membros da Sheffield and District Fair Play League, não demoraram a receber uma nota de repúdio da associação, que prometeu abrir investigação junto a Federação de Sheffield & Hallamshire County e, eventualmente, puni-los “nos termos mais fortes possíveis”.

Em comunicado, a Liga classificou o comportamento das agremiações como “desprezível”. Na mesma direção, o presidente da Liga, Danny Taylor, reforçou o sentimento de revolta: “Podemos ou não concordar com o cancelamento em massa do futebol, mas isso foi decidido como um sinal de respeito e, portanto, deveria ser respeitado”.

Por outro lado, torcedores movimentaram a internet com comentários contrários a paralisação, apontando a continuidade em outros esportes, como críquete, golfe, corridas de cavalos e rugby.

O ex-atacante inglês Peter Crouch sugeriu em sua conta no Twitter que a melhor homenagem possível à Sua Majestade teria acontecido com os estádios lotados: “braçadeiras pretas, silêncios observados, hino nacional, banda real tocando etc para os milhões ao redor do mundo assistindo? Não é uma despedida melhor?”.

Alguns dos gestos propostos por Crouch de fato aconteceram, mas somente após a volta das partidas na 1ª divisão inglesa.

Na Premier League, houveram 1 minuto de silêncio seguido do hino nacional, braçadeiras pretas usadas por todos os jogadores e ainda o convite aos torcedores para aplausos aos 70 minutos de cada jogo, em referência aos 70 anos de reinado da rainha.

Raphael Barra Grande
Raphael Barra Grande

Entusiasta de comunicação, esportes e textos que conectam! Sou publicitário formado pela Universidade São Judas Tadeu, apaixonado por assistir, jogar e falar sobre futebol, não necessariamente nessa ordem. Hoje, faço a cobertura da Premier League, como setorista do Southampton FC.