Com Lavia no Chelsea, City arrecadou quase R$ 1 bilhão com jogadores da base no último ano

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O Chelsea definiu nesta terça-feira (15) a contratação do volante Romeo Lavia, do Southampton, por um total de 58 milhões de libras. Mas quem também vai lucrar com a operação é o Manchester City, clube responsável pela formação do volante.

Lavia jogou no City do sub-18 ao sub-23, entre 2020 e 2022. No ano passado, os Citizens acordaram a venda do belga ao Southampton por 14 milhões de libras, mas com uma cláusula importante: a garantia que receberia 20% do lucro dos Saints numa eventual transferência para outro clube. A informação foi adiantada pelo jornalista David Ornstein, do “The Athletic”.

Com a diferença de um ano entre os negócios, o Southampton lucrou 44 milhões de libras com Lavia. O City tem direito a 20% desse valor: ou seja, 8,8 milhões de libras (quase R$ 56 milhões).

No último ano, o City se tornou especialista em lucrar com jovens jogadores que têm poucas partidas pela equipe profissional. O clube não tem tanto espaço para as promessas em seu elenco principal — apenas Phil Foden, Rico Lewis e Cole Palmer têm certo protagonismo com Pep Guardiola –, mas as ótimas categorias de base garantem um belo retorno financeiro ao clube.

Somente nessa janela, além do lucro com a transferência de Lavia, os Citizens venderam James Trafford para o Burnley por 19 milhões de libras; Shea Charles para o Southampton por 15 milhões de libras; Yangel Herrera para o Girona por 4 milhões de libras; e Carlos Borges para o Ajax por 14 milhões de libras. As quatro promessas de Manchester têm, somadas, três jogos pelo time profissional.

No último ano ao todo, o City negociou 12 promessas que valeram 135,8 milhões de libras (R$ 860 milhões). E o mais impressionante é que a dúzia de garotos, somados, têm apenas nove jogos pelo time profissional do City.

Quem mais jogou foi o goleiro montenegrino Arijanet Mudric, que tem cinco jogos com o time de Guardiola. O resto não chega a metade disso.

As promessas vendidas pelo City nos últimos 12 meses

  • Pedro Porro (Sporting) – 0 jogo pelo City
  • Ko Itakura (Borussia Monchengladbach) – 0 jogo
  • Arijanet Muric (Burnley) – 5 jogo pelo City
  • Darko Gyabi (Leeds) – 0 jogo pelo City
  • Roméo Lavia (Southampton e Chelsea) – 2 jogos
  • Gavin Bazunu (Southampton) – 0 jogo
  • Juan Larios (Southampton) – 0 jogo
  • Samuel Edozie (Southampton) – 1 jogo
  • Shea Charles (Southampton) – 1 jogo
  • James Trafford (Burnley) – 0 jogo
  • Yangel Herrera (Girona) – 0 jogo
  • Carlos Borges (West Ham) – 0 jogo

Verba ajuda Guardiola a contratar e a cumprir o fair play financeiro

A entrada de dinheiro certamente ajudará Guardiola a reforçar ainda mais a equipe. O clube já fechou a contratação de Mateo Kovacic por 25 milhões de libras e pagou 80 milhões de libras por Josko Gvardiol. O clube ainda tem Lucas Paquetá como um alvo que exigirá mais uma quantia exorbitante.

A verba também será importante para que o clube cumpra as regras do fair play financeiro. O Manchester City foi acusado pela Premier League de quebrar 115 vezes as regras fiscais da entidade, mas nega que tenha descumprido o acordo.

O mesmo clube também foi condenado pela Uefa por violar o fair play financeiro europeu e chegou a ser banido das competições europeias, mas recorreu da decisão e foi absolvido no CAS (Corte Arbitral do Esporte) da Fifa.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

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