Aprender com os erros: Lesões e ‘caso Palmer’ fazem City correr atrás do prejuízo em 2025

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O técnico Pep Guardiola enfrenta uma situação até então inédita na carreira nesta temporada com o Manchester City. A equipe sucumbiu a lesões e está em crise desde novembro, com altos e baixos nas competições.

Com isso, os dirigentes não tiveram escolha: precisaram recorrer ao mercado de transferências. Foram desembolsados 172,1 milhões de libras (R$ 1,2 bilhão na cotação atual) em quatro reforços, mas um detalhe chama a atenção.

O mais velho recém-chegado ao time tem 25 anos, e é o atacante Omar Marmoush. O meia Nico González é o segundo na hierarquia da experiência, com 23. Já os zagueiros Khusanov e Vitor Reis têm 20 e 19 anos, respectivamente.

City muda a mentalidade e foca em desenvolver joias

Não era incomum que jovens contratados nos primeiros anos de Guardiola no time, como o lateral Zinchenko e o goleiro Rulli, fossem emprestados a outras equipes. No entanto, nada indica que o quarteto vai passar por esse processo. Pelo contrário.

Khusanov e Marmoush, por exemplo, já estrearam. Nico González assinou no deadline day, e é questão de tempo para ele e o brasileiro Vitor Reis entrarem em campo com a camisa dos Citizens pela primeira vez.

Há também o fato de Guardiola se esforçar em mostrar cada vez mais o quanto valoriza James McAtee, meio-campista de 22 anos que teve o nome ligado a possível transferência no mercado de inverno europeu.

Matheus Nunes, Omar Marmoush e Josko Gvardiol comemoram gol do City
Matheus Nunes, Omar Marmoush e Josko Gvardiol comemoram gol do City (Foto: Action Plus/Imago)

Essa reformulação — de certa forma tardia — evidencia como o City recalculou a rota e foi na contramão do que era rotineiro. Vale relembrar as situações de joias reveladas no clube recentemente para exemplificar quão significativa é a mudança de mentalidade no lado azul de Manchester.

Podemos citar ao menos sete promessas lançadas pelos Citizens que precisaram buscar uma chance no futebol profissional em outras equipes. O caso mais emblemático é o de Cole Palmer, destaque do Chelsea, mas há também os de outros jogadores dos Blues, como Jadon Sancho e Roméo Lavia.

Complementam a lista Morgan Rogers, do Aston Villa, Liam Delap, do Ipswich Town, Taylor Harwood-Bellis, do Southampton, e Jamie Gittens, do Borussia Dortmund.

Palmer em jogo do Chelsea contra o Everton
Palmer em jogo do Chelsea contra o Everton (Foto: Imago)

Para fazer justiça, é preciso mencionar casos opostos, como Phil Foden e Rico Lewis — as exceções. Mas há uma luz no fim do túnel. As movimentações atuais indicam que jovens talentos devem conquistar cada vez mais espaço na equipe.

O “The Athletic” já havia destacado em novembro de 2024 que a composição do elenco do City era alarmante. Na temporada 2023/24, a média de idade do time era 26,3 e, na atual, subiu para 27,0.

Os mais experientes são Gundogan (34), De Bruyne (33), Ederson (31), John Stones (30), Bernardo Silva (30) e Kovacic (30). Há também Jack Grealish (29), Nathan Ake (29), Manuel Akanji (29) e Rodri (28).

Savinho (20), Rico Lewis (20), Jeremy Doku (22), Gvardiol (23), Foden (24) e Haaland (24), juntamente com McAtee, estão do outro lado da balança, e agora recebem Vitor Reis, Khusanov, Nico González e Marmoush para ajudar a equilibrar esse sistema.

O esforço de Guardiola em manter McAtee e reconhecer equívoco com a safra das categorias de base, os investimentos aplicados na janela e as recentes contratações sugerem um “novo” Manchester City, exatamente o que o clube precisa. Gás novo e promessas novas no time.

Milena Tomaz
Milena Tomaz

Jornalista entusiasta de esportes que integra a equipe de redação da PL Brasil. Se formou em Comunicação Social em 2019.