A Champions League é palco de partidas memoráveis, em que grandes clubes medem forças para conquistar a soberania na Europa. Entre tantos confrontos épicos, um duelo recente merece lugar de destaque na galeria das grandes batalhas futebolísticas. Chelsea x Barcelona protagonizaram partidas emocionantes na temporada 2011/2012.
Os Blues chegavam àquela semifinal tendo eliminado o Napoli nas oitavas e o Benfica nas quartas. Enquanto os espanhóis deixaram pelo caminho o Bayer Leverkusen nas oitavas e o Milan nas quartas.
O Chelsea iria para aquela partida com Roberto Di Matteo como treinador interino após a demissão do técnico do clube à época, André Villas-Boas.
O time buscava retornar a uma final desde o vice na edição de 2007/2008 após derrota nos pênaltis para o Manchester United.
Já o Barcelona, então atual campeão do torneio, era regido pela última temporada de Pep Guardiola e tentaria chegar à final para tentar seu quinto título na competição.
Assim, as equipes entravam em campo no Stanford Bridge para o primeiro jogo daquela semifinal.
Chelsea x Barcelona na ida: sufoco na defesa e eficiência no ataque
CHELSEA: Cech, Ivanovic, Cahill, Terry, Cole, Lampard, Mikel, Raul Meireles, Mata (Kalou), Ramires (Bosingwa) e Drogba.
BARCELONA: Valdés, Dani Alves, Puyol, Mascherano, Adriano, Xavi (Cuenca), Busquets, Iniesta, Messi, Fàbregas (Thiago Alcântara) e Sánchez (Pedro).
O jogo em Stamford Bridge teve um Barcelona que dominou amplamente a partida, criando inúmeras chances de gol.
O Chelsea, em contrapartida, contou com as ótimas defesas de Cech e com as intervenções providenciais de seus defensores, que tiveram naquela noite, uma atuação de gala.
Leia mais A camisa 9 do Chelsea tem maldição?
Os londrinos por pouco não saíram atrás do placar, visto que antes dos dez minutos Sanchez acertou o travessão.
O Chelsea chegava pouco ao ataque, sem levar perigo ao gol de Valdés.
No entanto, nos acréscimos do primeiro tempo, a equipe inglesa balançou a rede. Em rápido contra-ataque, Ramires deu passe na medida para o goleador Didier Drogba assinalar aquele que seria o único tento dos primeiros 90 minutos do confronto.
Os Blues mostravam assim que era possível segurar o poderoso Barcelona, indo para a partida da volta com a vantagem de jogar por um empate.
Chelsea x Barcelona na volta: garra, sorte e superação no Camp Nou
BARCELONA: Valdés, Piqué (Daniel Alves) Mascherano e Puyol; Busquets, Xavi, Iniesta e Fàbregas (Keita) Cuenca (Tello), Messi e Sánchez.
CHELSEA: Cech, Terry, Cahill (Bosingwa) e Ashley Cole; Obi Mikel, Meireles e Lampard; Ramires, Drogba (Torres) e Mata (Kalou).
Toda a emoção e dramaticidade de Chelsea x Barcelona ficou para o jogo da volta, no Camp Nou.
Precisando da vitória por dois gols de diferença para reverter a vantagem dos ingleses, a equipe catalã se lançava ferozmente ao ataque em busca dos tentos necessários para chegar à final.
Leia mais Mourinho x Guardiola: um duelo que remonta uma década
O Chelsea acabou cedendo à pressão e, aos 35 minutos de jogo, viu os espanhóis abrirem o placar com gol de Busquets.
O gol desestabilizou a equipe, e a situação ficou ainda mais difícil para os Blues suportarem a pressão após a expulsão de seu capitão, John Terry ainda no primeiro tempo da partida após uma falta fora do lance.
Para piorar ainda mais o cenário dos ingleses no confronto, o Barcelona ampliava a vantagem com um gol de Iniesta. Isso depois de o time de Di Matteo ficar com dez homens em campo.
Naquele momento, o duelo parecia definido, uma vez que para o Chelsea se mostrava muito difícil reunir forças e se lançar ao ataque em busca do gol.
No entanto, a equipe soube se recompor rapidamente. Ainda no primeiro tempo, após excelente assistência de Mata, Ramires surgiu no ataque e, com um belo toque por cobertura, colocou os Blues novamente na partida.
Leia mais 1998: o ano em que o Chelsea conquistou 3 títulos
O segundo tempo teve início com o mesmo cenário em campo. Pressão do Barcelona e o Chelsea conseguindo suportar as investidas de Messi e companhia.
Logo aos dois minutos, Drogba, no intuito de ajudar a defesa, acabou cometendo falta dentro de área.
Poderia ser aquela cobrança que colocaria os espanhóis em mais uma final e encerraria o sonho do Chelsea de conquistar a Europa.
Porém, como todo craque tem aqueles dias de má sorte, Lionel Messi parou no travessão. Assim, deu aos Blues o direito de continuar sonhando com a final.
O jogo seguiu com o abafa da equipe mandante, que precisava de mais um gol para conseguir a classificação. Enquanto isso, os visitantes se seguravam atrás, tentando surpreender em raros contra-ataques.
Leia mais Por que um bombardeio em Manchester fez com que United e City dividissem o mesmo estádio?
A partida caminhava para seu fim quando Di Matteo fez sua última alteração. Drogba dava lugar para Fernando Torres, velho conhecido do rival desde os tempos de Atlético de Madrid.
E foi com ele, já nos acréscimos que o Chelsea sacramentou sua ida à final da Champions. Torres deixou Victor Valdés no chão e, calmamente, tocou a bola para o fundo do gol classificando a equipe para a segunda final de sua história.
Uma noite inesquecível em Barcelona. Ciente de suas limitações e diante de um adversário superior, o Chelsea deu uma aula de aplicação tática e superação.