Após gastar 500 milhões de libras (R$ 3 bilhões) em contratações na janela do meio da temporada, o Chelsea trabalha no mercado da bola europeu para vender jogadores, pensando em atender às normas de fair play financeiro da Premier League e da Uefa. O clube londrino relatou uma perda de 121 milhões de libras (R$ 771 milhões) na temporada 2021/22.
Somado ao prejuízo de 153,9 milhões de libras (R$ 981 milhões) em 2020/21 e descontado o lucro de 32,5 milhões de libras (R$ 207 milhões) de 2019/20, o balanço negativo dos Blues nas últimas três temporadas está em 241,9 milhões de libras (R$ 1,5 bilhão), valor que é mais que o dobro do máximo permitido pelo Campeonato Inglês— 105 milhões de libras (R$ 669 milhões).
Com até 12 saídas, o Chelsea pode faturar R$ 1,4 bilhão e abater quase a totalidade do seu balanço negativo referente às últimas três temporadas.
Chelsea ‘quente’ com vendas no mercado da bola
A primeira saída do Chelsea já foi confirmada. N’Golo Kanté, de 32 anos, tinha contrato com o Chelsea até o final deste mês e, portanto, fechou com o Al-Ittihad de graça. Mas a lista de possível saídas dos Blues é grande e mais jogadores poderão ir para o futebol árabe.
O zagueiro Kalidou Koulibaly, de 32 anos, tem contrato com o Chelsea até o final de junho de 2027. Mas o jogador deve ir para o Al-Hilal em uma tranferência de 25 milhões de libras (R$ 130 milhões).
Ainda no futebol árabe, o Al-Ahli deve fechar com o goleiro de 31 anos Edouard Mendy, que tem contrato com os Blues até 2025, por 15 milhões de euros (R$ 78,45 milhões). Por fim, o Al-Nassr, time de Cristiano Ronaldo, também deve levar Hakim Ziyech, 30, que tem o mesmo tempo de vínculo com a equipe de Stamford Bridge que Mendy, por 7 milhões de libras (R$ 42 milhões).
Na Inglaterra, o Manchester United fez uma oferta no valor de 50 milhões de libras (R$ 305 milhões) pelo meia Mason Mount, de 24 anos, que está em seu último ano de contrato com o Chelsea. Segundo o jornalista inglês David Ornstein, do “The Athletic”, a proposta foi rejeitada pelo clube londrino após algumas horas de análise. Fabrizio Romano, especialista em mercado de transferências, disse que a negociação está longe de um desfecho e que as conversas entre os clubes continuarão nos próximos dias.
Também de acordo com Ornstein, do “The Athletic”, o Arsenal acertou a contratação do meia-atacante Kai Havertz, do Chelsea, em uma transferência na casa dos 65 milhões de libras (R$ 397 milhões). Do valor total, 62 milhões serão pagos inicialmente, com 3 milhões divididos em complementos. O jogador de 24 anos tinha contrato com os Blues por mais dois anos.
Segundo Romano, o Manchester City acertou a contratação do meia Mateo Kovačić, de 29 anos, que estava em seu último ano de contrato com o Chelsea, por 25 milhões de euros (R$ 152 milhões).
Na Itália, a Inter de Milão tenta o empréstimo do zagueiro Trevoh Chalobah, de 23 anos, que tem contrato com o Chelsea até o final de junho de 2028. A transferência seria gratuita. Os Blues, na verdade, querem vender o atacante Pierre-Emerick Aubameyang para os Nerazzurri. O negócio, porém, custaria pelo menos 4 milhões de euros (R$ 20,92 milhões) aos italianos. Já o outro time da cidade, o Milan, quer contratar o meia Loftus-Cheek, 27, que está em seu último ano de vínculo com os Blues. A negociação é avaliada em 15 milhões de libras (R$ 91,3 milhões).
Por fim, na Alemanha, o Borussia Dortmund deve desembolsar 35 milhões de libras (R$ 213 milhões) pelo meia de 23 anos Conor Gallagher, que tem contrato com o Chelsea até o final de junho de 2025. Já o Bayern de Munique quer pagar 5 milhões de libras (R$ 30,4 milhões) em César Azpilicueta, de 33 anos, que está em seu último ano de vínculo com os Blues.
Investigação nas vendas do Chelsea
De acordo com o “The Telegraph”, gigantes da Premier League querem que seja feita uma investigação para apurar os altos valores de transferências do Chelsea para a Arábia Saudita. O Ministério do Esporte Árabe revelou que o Fundo de Investimentos Públicos (FIP) controlará os quatro principais times do país: al-Ahli, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Nassr. Por isso, o futebol local vem ganhando estrelas, como Cristiano Ronaldo. A ideia é fomentar o futebol no país para promover a candidatura do país à sede da Copa do Mundo de 2030.
A suspeitas dos clubes se dá pelo fato da Arábia Saudita ter ligações bilionárias com Clearlake Capital, acionista majoritária do Chelsea. Os clubes entendem que possa haver uma parceria para tirar o clube londrino do vermelho e livrá-lo das sanções do fair play financeiro.