Com ‘regra Football Manager’, Chelsea perdeu destaques de Tottenham e West Ham na última janela

3 minutos de leitura

O Chelsea segue sua sina na temporada 2023/24 da Premier League. Os Blues foram derrotados em casa por 1 a 0 pelo Aston Villa, na última rodada, e estão em 14º lugar, com apenas quatro pontos em seis jogos.

O time treinado por Mauricio Pochettino ganhou apenas um jogo, contra o Luton Town. Acumulou derrotas contra West Ham e Nottingham Forest, além do Villa, e ainda empatou com Liverpool e Bournemouth.

O início é ainda mais frustrante para um clube que tenta se recuperar da temporada passada, a pior dos Blues no século de Premier League. Para isso, o Chelsea apostou numa janela focada em jovens e promissoras contratações — e teve até uma regra institucionalizada para isso.

Segundo divulgado pelo jornal britânico “Telegraph”, o co-proprietário iraniano Behdad Eghbali e os diretores esportivos Paul Winstanley e Laurence Stewart, homens fortes do futebol do clube comandado por Todd Boehly, determinaram uma regra que impediu o Chelsea de contratar jogadores com mais de 25 anos na última janela de transferências. A ideia era montar um elenco que poderia passar a próxima década no clube.

A regra foi seguida a risca. O clube trouxe 12 reforços neste mercado, com uma média de idade de 21,2 anos e um custo total de 450 milhões de libras (R$ 2,8 bilhões).

As contratações do Chelsea na janela de transferências

  1. Deivid Washington – 18 anos
  2. Diego Moreira – 18 anos
  3. Ângelo Gabriel – 18 anos – emprestado ao Strasbourg
  4. Romeo Lavia – 19 anos
  5. Lesley Ugochukwu – 19 anos
  6. Moises Caicedo – 21 anos
  7. Cole Palmer – 21 anos
  8. Nicolas Jackson – 22 anos
  9. Djordje Petrovic – 23 anos
  10. Christopher Nkunku – 25 anos
  11. Axel Disasi – 25 anos
  12. Robert Sanchez – 25 anos

A medida impediu que o Chelsea contratasse, por exemplo, James Maddison, de 26 anos, e James Ward-Prowse, de 28 anos. Maddison trocou o Leicester pelo Tottenham por 40 milhões de libras e Ward-Prowse saiu do Southampton para o West Ham por 30 milhões de libras. Ambos começaram muito bem a temporada.

Em comparação, o Chelsea gastou quase 200 milhões de libras para fechar com Romeo Lavia (19 anos), Moises Caicedo (21 anos) e Cole Palmer (21 anos), três novatos que ainda não se provaram com a camisa azul de Londres, embora tenham um potencial enorme.

Como escreveu Matt Law, setorista dos Blues no mesmo “Telegraph”, a derrota para o Forest já mostrava “a imaturidade das contratações” do Chelsea. “Infelizmente para o Chelsea, futebol não é apenas sobre talento e potencial“, completou.

O desgaste ainda foi potencializado com os desfalques de Christophe Nkunku e Carney Chukwuemeka, que sofreram graves lesões logo no início da temporada.

Regra do Chelsea lembra ‘mandamento' do Football Manager

A ideia de não contratar nenhum jogador acima dos 25 anos é bem conhecida por jogadores do Football Manager. O game que é um dos simuladores de futebol mais populares do mundo é conhecido por premiar os ‘managers' que apostam em promessas com grande potencial ao invés de jogadores mais velhos e consolidados.

O jogo chega até a ser criticado por acentuar a decadência física e técnica dos atletas virtuais quando eles passam dos 30 anos de idade, algo que nem sempre corresponde à realidade do esporte.

A política de transferências do Chelsea também fez alguns internautas compararem, de forma bem-humorada, o clube ao ator americano Leonardo DiCaprio. A estrela de Hollywood é conhecida por terminar o relacionamento com as suas namoradas sempre que elas passam dos 25 anos de idade, apesar dele ter 48 anos.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

Contato: [email protected]