O Chelsea está perto de ser forçado a revelar os segredos da era Roman Abramovich. Um processo legal está em andamento e envolve a antiga diretoria dos Blues. Em audiência marcada para o próximo mês, o clube pode ser obrigado a divulgar informações para as investigações do caso.
Em comunicado ao jornal inglês “Mail Sport”, o Ministério Público da Coroa confirmou que um pedido da Seção 8 ao artigo da Lei de Processo Penal e Investigações — referente à divulgação de informações relevantes ligadas ao caso de um réu — foi feito pelo empresário de futebol Saif Rubie no seu processo em que é acusado de chantagem com a ex-diretora do Chelsea Marina Granovskaia.
Uma audiência sobre o pedido está marcada para o dia 10 de abril no Southwark Crown Court, tribunal em Londres. O Chelsea poderá ser obrigado legalmente a revelar os detalhes de acordos financeiros considerados questionáveis da administração de Abramovich.
Em 2022, a Polícia Metropolitana iniciou a investigação envolvendo Granovskaia. Rubie teria feito exigências à ex-diretora dos Blues para receber pagamentos envolvendo transferências de jogadores para a equipe.
Chelsea recebe punição por irregularidades da era Abramovich
Não é a primeira vez que o Chelsea enfrenta consequências por ações da era Abramovich. Em julho do ano passado, a Uefa multou o clube em 10 milhões de euros (R$55 milhões na cotação da época) por apresentar informações financeiras incompletas entre 2012 e 2019.
A acusação da Uefa desencadeou a investigação da Premier League referente a uma série de transações na administração de Abramovich. Entre os casos estão as contratações de Willian e Samuel Eto’o do clube russo Anzhi Makhachkala.
Segundo o jornal “The Times”, houve supostos pagamentos de milhões de libras para empresas offshore – é o nome comum dado às empresas e contas bancárias abertas em territórios onde há menor tributação para fins lícitos – secretas.
Em 2019, a Fifa proibiu o Chelsea registrar novos jogadores por duas janelas de transferências. A entidade não permite que os clubes contratem menores de 18 anos de países estrangeiros. As exceções são casos em que os pais do atleta se mudam para o país de destino por motivos não ligados ao futebol ou estão a menos de 50km da fronteira do país de origem. A organização também permite as negociações de jogadores entre 16 e 18 anos dentro da União Europeia.
A Fifa alegou que os Blues negociaram a compra de pelo menos 100 atletas menores de 18 anos. O Tribunal Arbitral do Esporte reduziu a proibição de registro de novos atletas para apenas uma janela de transferências.
Em novembro do ano passado, o Chelsea enfrentou outro momento conturbado envolvendo Abramovich e como o empresário russo financiou o clube. Na época, arquivos vazados revelaram uma série de supostos pagamentos secretos e que podem ter violado as regras estritas das ligas.