O Chelsea pode enfrentar obstáculos significativos em seus planos para a próxima janela de transferências devido a uma investigação em andamento da Uefa sobre uma movimentação financeira polêmica.
A venda da equipe feminina para uma empresa ligada ao próprio clube levantou suspeitas de violação das regras de Fair Play Financeiro (FPF).
A polêmica do Chelsea
Recentemente, os Blues divulgaram seus resultados financeiros referentes ao período encerrado em junho de 2024, apresentando um lucro antes de impostos de 128,4 milhões de libras. Grande parte desse valor veio da negociação da equipe feminina com a Blueco 22 Midco Limited, empresa do mesmo grupo proprietário do Chelsea.
A operação foi avaliada em 200 milhões, valor que permitiu ao clube apresentar um balanço positivo. Em anos anteriores, o Chelsea já havia adotado prática semelhante ao transferir ativos como hotéis para outras empresas irmãs.

No entanto, de acordo com as regras da Uefa, esse tipo de transação entre partes associadas não pode ser considerado como receita válida para fins de FPF.
Isso coloca o clube em uma situação delicada. A entidade europeia já foi acionada pelo Chelsea para discutir “fatores atenuantes” no caso, e o desfecho da análise deve ocorrer até meados de maio, segundo o The Sunday Times.
Diferença entre regras da Premier League e da Uefa
Enquanto as normas da Uefa são rígidas em relação a receitas provenientes de empresas do mesmo grupo, a Premier League adota uma postura diferente. Pelas Regras de Lucratividade e Sustentabilidade (PSR), as negociações com partes relacionadas são permitidas, desde que respeitem o “valor justo de mercado”.
No caso da venda da equipe feminina, o Chelsea afirma, em seu balanço, que a transação ainda está sob análise da Premier League.

Caso a liga inglesa determine que o valor de mercado foi superestimado, o clube poderá ter de revisar seus resultados e correr o risco de violar as PSR, o que também comprometeria sua liberdade de investimentos na próxima temporada.
Com a aproximação da janela de verão, o futuro financeiro do Chelsea segue indefinido. Se as autoridades validarem a avaliação da equipe feminina, os Blues terão margem para investir pesado na reformulação do elenco comandado por Enzo Maresca.
O clube londrino já foi vinculado a nomes como o atacante Victor Osimhen, do Napoli, e Liam Delap, do Ipswich Town, por exemplo.
Entretanto, se a Uefa determinar que houve quebra das normas do FPF, o Chelsea poderá ser forçado a reduzir drasticamente seus gastos ou realizar vendas para equilibrar as contas. Com 22 jogadores emprestados atualmente, o clube poderia utilizar essas peças como ativos de negociação.