Um dos grandes planos de Todd Boehly desde que adquiriu o Chelsea em maio de 2022 é a construção de um novo estádio para o clube, ou pelo menos a reforma do atual Stamford Bridge. E na semana passada, o Chelsea deu mais um passo importante para a realização dos planos de seu presidente.
O clube finalizou a aquisição de um terreno de aproximadamente 10 mil metros quadrados, vizinho ao estádio.
No local atualmente existe um conjunto habitacional com 157 flats, onde moram veteranos que já serviram o exército britânico. Os flats atualmente pertencem à Fundação Sir Oswald Stoll, uma instituição de caridade que cuida de soldados aposentados e não tem onde morar.
O valor da venda foi acertado em Outubro de 2023 e irá custar 80 milhões de libras aos cofres do Chelsea. Apesar da boa notícia, no entanto, o clube ainda não pode realizar qualquer tipo de obra no local. O acordo com a instituição é de que só tomará posse em 2027.
Isso porque os atuais moradores precisam ser realocados e tudo deve ser feito de maneira gradual.
O acordo com o Chelsea chegou a gerar descontentamento entre a instituição de caridade, que ficou preocupada com a possibilidade de que seus habitantes se tornem desabrigados, ouviu a PL Brasil em Londres.
A situação, no entanto, chegou a uma resolução neste sábado (20). Em vídeo divulgado no perfil do Twitter, o CEO da fundação Sir Oswald Stoll, Will Campbell-Wroe, confirmou oficialmente a venda para o Chelsea e a aquisição de um novo local, que fica a cinco minutos do atual. Por lã serão construídos 128 novos flats para os veteranos.
Um dos moradores do local, o inglês Sig, também falou com a reportagem.
— Tem sido um stress emocional muito grande. Eu moro aqui há cinco anos, mas tem pessoas aqui desde 1992. Elas estão devastadas. Fomos informados nesta semana que temos que mudar em até dois anos para um local aqui perto. Ninguém está feliz com a maneira como estão conduzindo.
Apesar da aquisição de terreno ao lado do Stamford Bridge, o Chelsea ainda não definiu se a reforma irá mesmo acontecer ou se o clube construirá um novo estádio em outra região de Londres. Os três caminhos possíveis são a reforma completa do atual estádio, a reforma de um setor de cada vez ou a mudança de endereço com uma nova construção.
Independente do caminho que seguir, a ideia donos é que o clube tenha um estádio de primeira linha, com capacidade para pelo menos 55 mil pessoas, até 2030. O Stamford Bridge atualmente consegue receber pouco mais de 40 mil.
Estádio com cara de esportes americanos?
O projeto de novo estádio do Chelsea atualmente é tocado pelos executivos do clube Chris Jurasek e Jason Gannon. Este último é o chefe de operações do Chelsea e foi o diretor responsável pela construção do moderno SoFi Stadium, estádio dos Los Angeles Rams, que disputa a NFL, liga de futebol americano.
Os dois contam com o reforço da arquiteta americana Janet Marie Smith responsável pela construção dos estádios de beisebol do Baltimore Orioles, Boston Red Sox, Los Angeles Dodgers e o estádio olímpico de Atlanta. A equipe prevê que o projeto de novo estádio custará pelo menos 2 bilhões de libras, sendo que 409 milhões já foram assegurados para o projeto por meio do fundo americano Ares Management.
Chelsea segue tendência de grandes clubes ingleses
Construir um novo estádio (ou reformá-lo) tem sido uma tendência entre os grandes clubes da Inglaterra. Os rivais londrinos, Arsenal e Tottenham, trocaram suas casas antigas por Emirates Stadium e Tottenham Hotspur Stadium, respectivamente, durante as últimas décadas. Ambos os estádios foram construídos nos arredores dos antigos.
O Manchester United é outro que cogita reformar o Old Trafford ou construir uma nova casa. Um dos planos do novo dono do clube, Jim Ratcliffe, fazer do estádio do United um “Wembley do norte”.