Graham Potter assumiu o Chelsea em setembro de 2022, substituindo Thomas Tuchel, campeão da Champions League com os Blues, como técnico principal.
Porém, o tempo de Potter no Chelsea não foi dos mais fáceis. Ele conseguiu apenas 12 vitórias e sofreu 11 derrotas. A gota d’água veio em abril de 2023, quando os Blues perderam em casa para o Aston Villa por 2 a 0.
Em uma longa entrevista ao “Telegraph”, Potter refletiu sobre seu tempo no Stamford Bridge e reconheceu o preço emocional de sua demissão, dizendo que passou por um processo de luto depois que deixou o clube.
— Você tem que tentar não se culpar, mas não pode simplesmente culpar outra pessoa por tudo. Não é fácil por causa do alto perfil. Há uma humilhação por não dar certo. Fui demitido após sete meses de um contrato de cinco anos depois de ser tirado de Brighton, então há tudo isso com oque você tem que lidar em um nível humano.
O treinador britânico contou que os seis primeiros meses após a demissão foram difíceis, mas que não se arrepende de ter deixado o trabalho consolidado no Brighton para assumir o Chelsea.
— E eu não escolhi a errada, simplesmente não deu certo. Não me arrependo de ter feito isso, mas, ao mesmo tempo, quando alguém perde o emprego, há um elemento de frustração, raiva e talvez amargura em algum momento.
“Ajuda” de Taylor Swift
Potter buscou consolo em passar tempo com sua família e amigos, mas foi um show de Taylor Swift com seu filho que levantou seu ânimo.
— Passei um tempo com Steve Borthwick na England Rugby. Fui aos EUA e vi alguns esportes por lá, algumas organizações. Fui às Malvinas e fiz uma palestra sobre liderança e, para o horror do meu filho de 14 anos, fui ver Taylor Swift em um show. Ele não é tão fã quanto eu.
Além de ir aos shows, Potter aproveitou seu tempo livre para aprender espanhol pensando em não ficar perdido caso surgisse uma oportunidade na Espanha.
— Eu precisava criar rotinas na minha vida e, quando estava fora, parte dela era a academia e parte eram aulas de espanhol. É mais para o cérebro e para aprender um idioma.
Seleção da Inglaterra
Depois de seu período de recuperação, Potter está pronto para voltar a trabalhar. Ele é um dos nomes cogitados para assumir a seleção inglesa e também para assumir o Everton, que passou por um processo recente de mudança de propriedade.
O profissional deu sua opinião sobre as diferenças entre os dois trabalhos e deixou pistas sobre qual cargo seria o seu favorito.
— O trabalho em seleção é um ritmo diferente e há vantagens nisso. É mais intenso quando está ligado, mas você tem um pouco mais de espaço para respirar no meio. Não é nada que eu tenha descartado, mas, ao mesmo tempo, gosto da parte do dia a dia de trabalhar com os jogadores e estar no clube e tentar construir e fazer a diferença — disse Potter sobre assumir a seleção da Inglaterra.
Crítica ao Chelsea
Em seu período no Chelsea, Potter viu oito novos jogadores chegarem durante a janela de transferências de janeiro e teve que deixar algumas estrelas sentadas no chão durante as reuniões da equipe no campo de treinamento do clube.
— Muitos jogadores não puderam ir a lugar nenhum. Alguns deles tiveram que ficar sentados no chão. Não é o ideal, claro. Todos reconheceram que era uma situação realmente difícil porque você só pode escolher 11 jogadores e se você tem 20 jogadores não jogando, não importa onde você esteja.
A abordagem de transferência dispersa do Chelsea continuou mesmo após a demissão de Potter, com os Blues contratando mais de 20 jogadores nos últimos 18 meses.
