Champions League: a última final com só 1 brasileiro em campo

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Man City
10/06/23 - 16:00

Finalizado

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Inter Milan

Man City - Inter Milan

UEFA Liga dos Campeões - Atatürk Olympic Stadium

1° Turno

Quando Manchester City e Inter de Milão entrarem em campo neste sábado (10), às 16h (horário de Brasília), pela final da Champions League, quebrarão uma marca de 29 anos.

Isso porque os dois elencos somados têm apenas um brasileiro: o goleiro Ederson, do City. O arqueiro será o único jogador do país inscrito na decisão da maior competição europeia.

A última vez que os elencos finalistas da Champions tiveram apenas um brasileiro relacionado foi na temporada 1993/94. Na oportunidade, Romário era o atacante titular e o camisa 10 do Barcelona treinado por Johan Cruyff, que chegou à final para enfrentar o Milan de Fabio Capello.

A partida em questão não acabou muito bem para o brasileiro. Depois de eliminar o Dínamo de Kiev e o Austria Wien, passar em primeiro no grupo com Monaco, Spartak Moscou e Galatasaray, e tirar o Porto na semifinal, os catalães não foram páreos para os milanistas.

Já no primeiro tempo, dois gols de Massaro definiram uma vantagem de 2 a 0 para o Milan, no estádio Olímpico de Atenas. Savicevic ainda marcou no início da etapa final e Desailly fechou o 4 a 0 que ajudou o Milan a ser pentacampeão europeu. O clube italiano ainda tinha no elenco os zagueiros Paolo Maldini e Franco Baresi.

Aquele foi o penúltimo ano sem que a Lei Bosman vigorasse na Europa. Por isso, cada equipe só poderia inscrever três jogadores estrangeiros em seus elencos — o que explica a baixa quantidade de brasileiros.

No Milan, os estrangeiros eram o francês Desailly, o croata Boban e o bósnio Savicevic. Já no Barça, ocupavam as vagas Ronald Koeman (Holanda) e Stoichkov (Bulgária), além de Romário.

Desta forma, essa foi a última final de Champions com apenas um brasileiro em campo. Ao longo dessas quase três décadas, algumas finais não tiveram nenhum brasileiro envolvido — casos de Manchester United x Bayern em 1999, Borussia Dortmund x Juventus em 1997, Ajax x Juventus em 1996 e Ajax x Milan em 1995 –, mas nunca apenas um representante do país.

Romário observa Donadoni na final da Champions de 1993/94 - Foto: Icon Sports
Romário observa Donadoni na final da Champions de 1993/94 – Foto: Icon Sports

Os brasileiros nas finais da Champions League, de 1994 a 2023

  • 1994 – Romário (Barcelona)
  • 1995 – nenhum
  • 1996 – nenhum
  • 1997 – nenhum
  • 1998 – Roberto Carlos e Sávio (Real Madrid)
  • 1999 – nenhum
  • 2000 – Roberto Carlos e Sávio (Real Madrid)
  • 2001 – Élber e Paulo Sergio (Bayern); Fábio Aurélio (Valencia)
  • 2002 – Lúcio (Bayer Leverkusen); Roberto Carlos e Flavio Conceição (Real Madrid)
  • 2003 – Dida, Roque Júnior, Serginho e Rivaldo (Milan)
  • 2004 – Carlos Alberto e Derlei (Porto)
  • 2005 – Dida, Cafu, Kaká e Serginho (Milan)
  • 2006 – Edmílson, Ronaldinho, Belletti, Sylvinho e Thiago Motta (Barcelona); Gilberto Silva (Arsenal)
  • 2007 – Dida, Cafu, Kaká e Serginho (Milan)
  • 2008 – Anderson (Manchester United); Alex e Belletti (Chelsea)
  • 2009 – Sylvinho (Barcelona); Anderson e Rafael (Manchester United)
  • 2010 – Julio Cesar, Maicon e Lúcio (Inter de Milão)
  • 2011 – Dani Alves e Adriano (Barcelona); Anderson e Fabio (Manchester United)
  • 2012 – Rafinha (Bayern); David Luiz (Chelsea)
  • 2013 – Felipe Santana (Borussia Dortmund); Dante, Rafinha e Luiz Gustavo (Bayern)
  • 2014 – Marcelo (Real Madrid); Miranda, Filipe Luís e Diego (Atlético de Madrid)
  • 2015 – Dani Alves, Neymar, Adriano e Rafinha (Barcelona)
  • 2016 – Marcelo, Casemiro e Danilo (Real Madrid); Filipe Luís (Atlético de Madrid)
  • 2017 – Dani Alves, Alex Sandro e Neto (Juventus); Marcelo, Casemiro e Danilo (Real Madrid)
  • 2018 – Marcelo e Casemiro (Real Madrid); Roberto Firmino (Liverpool)
  • 2019 – Lucas Moura (Tottenham); Alisson, Fabinho e Firmino (Liverpool)
  • 2020 – Thiago Silva e Neymar (PSG); Philippe Coutinho (Bayern)
  • 2021 – Ederson, Fernandinho e Gabriel Jesus (Manchester City); Thiago Silva (Chelsea)
  • 2022 – Alisson, Fabinho e Firmino (Liverpool); Militão, Casemiro, Vinicius Junior e Rodrygo (Real Madrid)
  • 2023 – Ederson (Manchester City)

O brasileiro “esquecido” da Inter

Se fosse pela Inter, a final europeia poderia ter mais um brasileiro entre os relacionados. Afinal, o clube nerazzurro tem em seu elenco o lateral-esquerdo Dalbert, nascido em Barra Mansa, no Rio de Janeiro.

Mas Dalbert não tem feito parte dos planos do treinador Simone Inzaghi. O lateral rompeu o ligamento cruzado do joelho em julho de 2022, não jogou nenhuma partida pela equipe principal da Inter e sequer foi inscrito na Liga dos Campeões.

O lateral chegou em San Siro em 2017, comprado do Nice, e nunca conseguiu emplacar uma sequência. Foi emprestado para Fiorentina, Rennes e Cagliari, e tampouco convenceu outro clube. Ele procura um novo destino desde que foi descartado do elenco e já foi ventilado em equipes brasileiras como o São Paulo.

Dalbert nunca jogou profissionalmente no Brasil. Ele se profissionalizou pelo Académico de Viseu, de Portugal, e ainda passou por Vitória SC antes de chegar ao Nice, em 2016.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

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