Tottenham e Liverpool decidem neste sábado (1°) a final da Champions League no estádio Wanda Metropolitano, em Madri, na Espanha. Após passarem por grandes momentos de dificuldades durante a campanha, os times da Premier League chegam à final em busca da cereja do bolo dos projetos de Jurgen Klopp e Mauricio Pochettino.
Antes da decisão, a PL Brasil decidiu relembrar as campanhas das duas equipes inglesas até a final em Madri. Em fase de grupos complicada, os finalistas passaram para o mata-mata como segundo colocado em seus grupos, classificando com dificuldades. Porém, isso seria apenas um dos momentos marcantes desta edição histórica da Champions League.
CAMPANHA DO TOTTENHAM NA CHAMPIONS LEAGUE 2018/19

O Tottenham não viveu uma Champions League tranquila. Com muitas dificuldades, avançou na fase de grupos na última rodada, contando com o tropeço – em casa – da Inter de Milão, a qual precisava apenas vencer o já eliminado PSV para consolidar a vaga no mata-mata. No entanto, os italianos apenas empataram com os holandeses no Giuseppe Meazza.
Os Spurs, por sua vez, arrancaram um empate com o líder do grupo, Barcelona – o mesmo que viria a ser eliminado num jogo histórico diante do Liverpool nas semifinais -, com gol do brasileiro mais iluminado dessa edição de Liga dos Campeões: Lucas Moura.
As coincidências e acasos do futebol são tão interessantes, que o brasileiro não só foi determinante para a classificação do time para a segunda fase da competição, como também foi o principal nome na histórica remontada até a final.
OITAVAS: TRANQUILIDADE E DOMÍNIO DIANTE DOS ALEMÃES
Após o sufoco da fase de grupos, o Tottenham teve muito poucos momentos de “paz” na UCL. Isso porque, a única classificação consideravelmente tranquila dos londrinos foi diante do Borussia Dortmund. Com muita solidez, os comandados de Pochettino venceram tanto a ida quanto a volta, carimbando com autoridade a vaga nas quartas de final.
QUARTAS: DIFICULDADES E CLASSIFICAÇÃO CONTRA OS IMPONENTES DE GUARDIOLA
Daí em diante, o coração do torcedor dos Lilywhites foi sempre colocado em teste. Já nas quartas, duelo contra o Manchester City de Pep Guardiola. Em casa, vitória por 1 a 0, numa partida consideravelmente apática dos Citizens.
No jogo de volta, os responsáveis pela histórica campanha de 100 pontos na Premier League mostraram o porquê de serem tão imponentes na liga. Num jogo eletrizante, onde tudo e mais um pouco aconteceu, o Tottenham saiu vitorioso e cravou seu nome na história da competição após uma das melhores partidas da temporada.
Em apenas 21 minutos, a partida já se encontrava com o placar de 3 a 2 para o time azul de Manchester. Os Spurs, ali, mostravam que essa seria a competição da superação para eles. Com um final dramático, o time por muito pouco não saiu de campo eliminado.
Nos acréscimos da partida, o marcador apontava os 48 minutos do segundo tempo, com um placar de 4 a 3 para o City. Sterling viria a marcar o gol que colocou o Etihad Stadium abaixo, Guardiola em êxtase e Pochettino em profunda tristeza.
No entanto, em poucos segundos, tudo mudou. O VAR anulou o gol corretamente, mudando todo o clima no estádio e colocando os bravos londrinos nas semifinais da competição.
SEMIFINAL: O IMPOSSÍVEL NÃO EXISTIU EM AMSTERDÃ

Passada a insanidade e euforia da partida, o confronto de azarões contra o Ajax seria tranquilo, certo? Errado. Os dois times que mais surpreenderam na competição realizariam outra partida espetacular, pondo essa edição de Champions League dentre as melhores de todos os tempos.
Os holandeses possuíam o favoritismo. Com um futebol que encantava a todos, venceram o jogo de ida em Londres pelo placar 1 a 0 – e poderia ser mais, haja a vista a facilidade com a qual eles dominaram o duelo.
Na volta, novamente os holandeses dominaram os ingleses – até certo ponto do jogo -, abrindo a vantagem de 2 a 0 no marcador ainda no primeiro tempo. Contudo, entretanto, todavia, o futebol é uma caixinha de surpresas. A partir daí, qualquer cosia deixaria de fazer sentido, e mostraria o porquê dos ingleses serem merecedores da vaga na final.
Com uma atuação impecável de Lucas e Llorente – substituto do lesionado Harry Kane -, os Spurs empataram em apenas quatro minutos, colocaram extrema pressão nos donos da casa e por pouco não viram o jogo ser sacramentado por Ziyech – o qual mandou uma bola na trave.
Ficaria sob responsabilidade do brasileiro, o mesmo que já havia classificado o time para as oitavas de final, levar o time até a decisão. Ele, que já havia marcado os dois gols que empataram a partida e recolocaram o time no confronto, marcaria aos 51 minutos da etapa complementar. Todos os gols com a perna esquerda, sua perna “fraca”. A Champions League do Tottenham é pautada no impossível.
COMO O TOTTENHAM CHEGA PARA A FINAL

O time, agora na final, novamente chega sem o favoritismo do duelo. Enfrentará o Liverpool, time que por muito pouco não foi o campeão da Premier League.
Terá o reforço de Harry Kane, o qual volta de lesão. Lucas Moura, grande responsável pela caminhada do clube até aqui, provavelmente ficará como opção para o segundo tempo.
Depois de tantas superações, esse time que a cada ano evolui mais – e com muito pouco dinheiro gasto -, poderá findar pela primeira vez como campeão. Difícil com certeza será, uma vez que enfrenta um Liverpool mordido pela falha no Campeonato Inglês.
Entretanto, não será impossível. O time já superou todas as adversidades possíveis até aqui, e irá em busca de deixar para trás o rótulo de ser apenas “um ótimo grupo, mas que não é vencedor”. O Tottenham pode se tornar um clube campeão.
CAMPANHA DO LIVERPOOL NA CHAMPIONS LEAGUE 2018/19

“Como um sonho, parte 2”. Este poderia ser um título sobre a chegada do Liverpool para a segunda final da Liga dos Campeões da Europa consecutiva. Sim, os Reds têm cinco títulos da competição – caso vença neste sábado, passará Bayern de Munique e Barcelona no ranking. Porém, a equipe de Jurgen Klopp revive os tempos mais gloriosos de sua história.
Se na final da última edição da Liga dos Campeões o Liverpool fracassou com detalhes individuais, nesta temporada a equipe de Anfield se reforçou com grandes jogadores que se tornaram vitais para o treinador alemão durante a campanha até a final em Madrid.
Sem precisar passar pelos playoffs como foi no ano anterior, o Liverpool encarou um dos grupos mais difíceis da competição. Paris Saint-Germain e Napoli chegaram como grandes concorrentes às vagas junto com o clube inglês. O Estrela Vermelha era o mais fraco, mas acabou atrapalhando a vida dos Reds no meio do caminho.
A primeira partida foi logo contra o grande adversário, PSG. Com Neymar, Mbappé e Cavani do outro lado, a equipe de Klopp fez um grande primeiro tempo e saiu na frente com 2 a 1 a seu favor. Na segunda etapa, o Liverpool sofreu e viu o atacante francês Mbappé empatar o duelo em pleno Anfield.
Se o empate já estava praticamente garantido entre os visitantes, eles não contavam com a estrela de Roberto Firmino. Após sentir um desconforto no olho em duelo contra o Tottenham, adversário deste sábado, o brasileiro entrou no segundo tempo para dar a vitória aos ingleses na primeira das grandes história dos Reds nesta campanha.
Favorito contra o Napoli na segunda rodada, Klopp viu seus comandados serem dominados na Itália e perder por 1 a 0. Contra o Estrela Vermelha, em casa, o time inglês se redimiu e garantiu a vitória por 4 a 0.
Está aí o detalhe que marcou o desempenho do Liverpool na fase de grupos. Os Reds não conseguiriam vencer nenhuma partida fora de casa. Isso se mostrou presente no duelo de volta contra os sérvios (derrota por 2 a 0) e os franceses (derrota por 2 a 1), quando atuou como visitante.
Podendo ser eliminado da competição ainda na fase de grupos após ser vice-campeão em 2017/18, o Liverpool recebeu o Napoli em Anfield lotado e contou com grande apoio da torcida para vencer por 1 a 0 e garantir a classificação.
Mas como nada é fácil, outro grande momento marcou a campanha vermelha: Alisson enfrentou Milik nos minutos finais da partida e operou um verdadeiro milagre, mostrando o que seria dali para frente um dos jogadores mais importantes na Premier League e na Champions.

OITAVAS: DOMINÍO NA ALEMANHA
Se já tinha pegado pedreira na fase de grupos, o Liverpool precisou eliminar o poderoso Bayern de Munique nas oitavas. Com cinco títulos da competição para cada, os palpites eram de incertezas sobre quem passaria. Porém, o resultado fora de casa mostrou certa facilidade na classificação inglesa.
No primeiro jogo, o empate em 0 a 0 em casa criou apreensão na torcida. Afinal, o time tinha perdido todas como visitante na competição. Porém, na Alemanha, Klopp conseguiu dominar os bávaros e venceu por 3 a 1 em grande jogo de Sadio Mané, que marcou duas vezes.
QUARTAS: COMO EM 2017/18, FACILIDADE EM PORTUGAL
Entre os oito melhores times da Champions League, o Liverpool enfrentou o Porto nas quartas de final. Se na campanha da temporada anterior o time passou com goleada contra o time português, Klopp repetiu a vitória com facilidade e a classificação.
Após vitória em Anfield por 2 a 0 no jogo de ida, o Liverpool dominou o adversário fora de casa, mostrando que o retrospecto negativo como visitante era apenas no começo da campanha. Os ingleses venceram por 4 a 1 com gols do trio de ataque, Mané, Firmino e Salah, e Van Dijk.
SEMIFINAL: EM ANFIELD NÃO EXISTE A PALAVRA ‘IMPOSSÍVEL’
Enfrentar o Barcelona de Lionel Messi seria uma das principais partidas do Liverpool na temporada. Novamente enfrentando uma equipe com cinco títulos da Champions, os ingleses mostraram a sua força mental e como se tornou uma das melhores equipes do mundo atualmente.
Sim, o Barcelona ganhou por 3 a 0 no jogo de ida. Sim, Messi, ao marcar dois gols e ver Suarez marcar outro, colocou a classificação do time de Jurgen Klopp em cheque. Sim, era difícil. Mas, em Anfield, não existe a palavra ‘impossível’.
O Liverpool começou o jogo de volta pressionando ao melhor estilo do treinador alemão e abriu o placar com gol de Divock Origi, que substituía Roberto Firmino, aos sete minutos do jogo. Em cima o tempo todo da defesa catalã, o primeiro tempo se encerrou com apreensões e esperança de reviravolta no fim.
Perder Andrew Robertson ainda no intervalo desanimou alguns torcedores. Porém, Wijnaldum, que tinha acabado de entrar, marcou duas vezes e colocou Anfield abaixo ao lado da fervorosa torcida vermelha, que festejou ainda mais quando Trent Alexander-Arnold, rapidamente, cobrou o escanteio e viu Origi, muito criticado no começo da temporada, marcar e colocar o Liverpool na final da Champions League pela segunda vez seguida.
COMO CHEGA O LIVERPOOL PARA A FINAL
Com o retorno de Roberto Firmino à equipe titular ainda como incerto, Jurgen Klopp tem Divock Origi como opção após heroica participação contra o Barcelona nas semifinais.
Por outro lado, o time perdeu Naby Keita por lesão. Para o seu lugar, o treinador alemão deve contar com o capitão Jordan Henderson, que auxilia mais na marcação e pode ser peça vital para não deixar Kane, Lucas Moura, Son, Eriksen e Alli jogarem em Madri.
Onde assistir?
São três opções: canal TNT, na página do Esporte Interativo no Facebook e no EI Plus. Não terá transmissão na TV aberta.
Prováveis escalações de Liverpool x Tottenham
Liverpool: Alisson; Alexander-Arnold, van Dijk, Matip, Robertson; Fabinho, Wijnaldum, Henderson; Salah, Mané, Firmino.
Tottenham: Llorris; Trippier, Vertonghen, Alderweireld, Rose; Winks, Sissoko, Dele Alli, Eriksen, Son, Kane.
Contribuíram para o texto os redatores Fabrício Santos e Rafael Brayan.