Finalizado
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Man City - Inter Milan
UEFA Liga dos Campeões - Atatürk Olympic Stadium
1° Turno
O Manchester City tem a chance de ouro contra a Inter de Milão de finalmente ser campeão da Champions League, neste sábado (10), a partir das 16h (de Brasília). Após anos de sonhos, investimentos e frustrações, a equipe inglesa volta a ficar frente a frente com a “orelhuda”, mas para levá-la para a casa não poderá cometer deslizes que impediram o título em derrotas recentes.
Anteriormente, os Citizens foram finalistas da Liga dos Campeões em 2020/21, mas perderam para o Chelsea. A equipe teve participações importantes em outras semifinais, mas deixou a oportunidade escapar pelas mãos. Detalhes impediram o Manchester City de ser campeão da Champions League, mas agora, contra uma Inter de Milão consideravelmente inferior na teoria, a equipe quer aprender com os erros do passado para sorrir em Istambul.
As “invenções” de Guardiola
Em algumas das derrotas marcantes do Manchester City na Champions League, até mesmo Pep Guardiola foi vilanizado. Torcedores e parte da imprensa chegaram a criticar mudanças inesperadas que o espanhol fez em algumas escalações e que atrapalharam o time rumo ao título.
Na final contra o Chelsea, por exemplo, Guardiola deixou Fernandinho e Rodri no banco para escalar Gündogan como primeiro volante. O brasileiro e o espanhol eram pilares do meio-campo e haviam sido titulares na semifinal contra o PSG, em que o City avançou com tranquilidade. Na ida, Rodri jogou os 90 minutos na vaga de Sterling. Depois, na segunda partida, Fernandinho apareceu em campo também no lugar do camisa 7 inglês.
A mexida inesperada não foi positiva na decisão. O Chelsea encontrou mais espaços para jogar, chegou com mais perigo e finalizou mais vezes.
Para alívio dos torcedores azuis, Guardiola dificilmente surpreenderá na escalação contra a Inter. A equipe se encontrou utilizando um ataque com Grealish, De Bruyne e Haaland, com Bernardo Silva, Gündogan e Rodri sustentando pelo meio-campo. Com exceção de que haja algum imprevisto, qualquer mudança que acontecer deve ser de peças na defesa.
Chances desperdiçadas; Haaland é o antídoto
Em 2019/20, contra o Lyon, a vaga na semifinal foi decidida em apenas um jogo, por conta da pandemia de Covid-19. O placar foi 3 a 1 para os franceses, mas não representou totalmente o que as equipes criaram. À época com um ataque comandado por Gabriel Jesus e Sterling, o Manchester City chegou inúmeras vezes ao ataque, mas só conseguiu balançar as redes uma vez.
O time de Guardiola teve 72% de posse de bola, 18 finalizou e sete arremates à meta adversária. Sem assertividade, a equipe viu o rival marcar suas chances e foi eliminada mais uma vez.
Na semifinal da última temporada, um golpe ainda pior contra o Real Madrid. O Manchester City dominou as ações no primeiro e no segundo jogo, mas não conseguiu converter a superioridade em gols. O time venceu a ida por 4 a 3 e ganhava a volta por 1 a 0 até os minutos finais, quando os espanhóis viraram para 3 a 1 de forma relâmpago. Na junção das duas partidas, os Citizens tiveram 18 chutes contra o gol de Courtois, dez a mais que os Merengues. Mas em com atuações inspiradas do belga e falta de pontaria de seus atacantes, ficou pelo caminho mais uma vez.
Com Haaland, a história é outra. O centroavante norueguês chegou ao Etihad Stadium justamente com a missão de acabar com o fantasma dos gols perdidos pelo Manchester City. E até o momento, o camisa 9 fez 52 gols em 52 jogos na temporada. Artilheiro do time na Champions com 12 gols, o atacante tem uma taxa de conversão de gols de 30% na competição. Em 2021/22, o goleador sky blue no torneio europeu foi Mahrez, com sete tentos, e sua taxa de conversão era de 18% apenas.
Mental abalado não pode aparecer
Até 2009, o Manchester City era um time de porte médio na Inglaterra. Após volumosos investimentos árabes, a equipe passou a vencer títulos internos, como a Premier League, e figura em fases agudas da Champions League. Mas a mudança de patamar não acontece do dia para a noite, e o contexto psicológico é fator decisivo.
Em muitas oportunidades, a pressão pelo título inédito controlou os comandados de Pep Guardiola, que não conseguiram transformar a maior qualidade técnica em vitórias, casos dos duelos contra Tottenham (2019) e Lyon (2020). Diante dos Spurs, a equipe se classificava mas tomou um gol inesperado de Fernando Llorente, aos 28 do segundo tempo. Apesar do baque, ainda restavam 17 minutos mais acréscimos, mas os azuis não conseguiram reagir.
Contra o Chelsea, na decisão de 2020, Havertz abriu o placar aos 42 minutos do segundo tempo. Nem mesmo a segunda etapa inteira pode suficiente para o Manchester City realizar seu característico volume de jogo em busca do empate. Em 2021/22, o Real Madrid marcou dois gols nos acréscimos finais e ainda fez o da vitória na prorrogação, um golpe duro para o time.
Os traumas deixam ensinamentos e é isso que o torcedor citizen espera. Guardiola vem trabalhando para deixar a pressão de lado e tranquilizar seus jogadores. Em entrevistas, o técnico já revelou que a Champions League é importante, mas que a vida seguirá após a decisão de uma forma ou de outra.
Manchester City x Inter, uma final com favoritismo claro
Por tudo que fez na temporada, o Manchester City chega como time a ser batido na final do próximo sábado (10). Campeão de Premier League, FA Cup e dono de um elenco estrelado, o clube inglês é dono de um favoritismo raro em decisões do porte da Champions League. A Inter, baseada em uma defesa forte, desembarca a com a missão de surpreender através dos contra-ataques.
Manchester City na Champions League 2022/23
- 12 jogos
- 7 vitórias
- 5 empates
- 0 derrotas
- 31 gols feitos
- 5 gols sofridos
Inter na Champions League 2022/23
- 12 jogos
- 7 vitórias
- 3 empates
- 2 derrotas
- 19 gols feitos
- 10 gols sofridos