Casemiro marca, Manchester United bate Newcastle e encerra jejum com título da Copa da Liga Inglesa

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O Manchester United encerrou o jejum de seis anos sem títulos ao vencer a final da Copa da Liga Inglesa na tarde deste domingo (26), contra o Newcastle. Com uma cabeçada de Casemiro e um gol contra de Botman após chute de Rashford, os Red Devils fizeram 2 a 0 ainda no primeiro tempo e levantaram a taça em Wembley. Foi também o primeiro título de Erik Ten Hag no comando do United.

Placar resolvido no primeiro tempo

O confronto entre brasileiros marcou o jogo desde o início, principalmente no meio-campo. De um lado, vestiam alvinegro Bruno Guimarães e Joelinton, enquanto do lado vermelho estavam Casemiro e Fred — com o acréscimo de Antony no ataque. O primeiro tempo teve uma clara vantagem para o lado dos Red Devils, que acabou sendo suficiente até o fim. Afinal, foi a cabeçada de Casemiro após falta cruzada por Shaw que, aos 33 minutos, abriu o placar da decisão de Wembley.

Sete minutos depois, Rashford ganhou a bola pela esquerda e tocou para Weghorst, que carregou até dentro da área e serviu o brasileiro. Rashford chutou de canhota, a bola desviou em Botman e enganou Karius, aumentando a vantagem para 2 a 0. O gol acabou validado como contra de Botman. Logo depois. Antony ainda fez uma bela jogada e lançou Weghorst, que bateu de canhota para uma bela defesa do goleiro do Newcastle.

Do outro lado, o Newcastle assustou no primeiro tempo uma vez antes do primeiro gol e outra após o 2 a 0. Dois minutos antes do gol de Casemiro, Saint-Maximin tirou Dalot para dançar na ponta-esquerda e exigiu uma ótima defesa de De Gea, num lance que também acordou um jogo até então bem truncado. Já com a desvantagem de dois gols, Burn assustou o Manchester com uma cabeçada em cruzamento de Trippier.

Após o intervalo, os Magpies voltaram com o atacante Isak no lugar do meia Longstaff e, consequentemente, mais ofensivos. O nervosismo, no entanto, prevaleceu em relação à vontade. Isak, Wilson, Maximin, Guimarães, Almirón e Joelinton tentaram, mas nenhum conseguiu incomodar de fato De Gea. Méritos também para a defesa mancuniana, comandada por Varane e Lisandro Martinez. Até o fim do jogo, o United deu mais trabalho a Karius nos contra-ataques do que o Newcastle em sua pressão. E o 2 a 0 permaneceu até o fim.

Casemiro e Rashford, os craques decisivos

Era difícil de imaginar que o título do Manchester United poderia ter dois símbolos melhores que Casemiro e Rashford. O primeiro, que é sinônimo de título independente da camisa que vista, abriu o placar com um gol decisivo. A cabeçada certeira coroa o fato de que Casemiro saiu do Real Madrid para se tornar igualmente fundamental em Manchester. Não é exagero dizer que o volante é uma das melhores contratações da temporada inglesa. O brasileiro ainda foi escolhido o melhor jogador da final.

O outro teve o gol tirado pelo árbitro por conta do desvio em Botman, mas o mérito não diminui. Rashford tem 24 gols na temporada, a mais artilheira da carreira, e marcou 16 vezes em 19 jogos no período após a Copa do Mundo — um dos melhores do futebol europeu nesse período.

Também merecem uma nota de destaque os defensores Shaw e Lisandro Martínez. O primeiro consolida a boa fase com outra grande atuação, sendo o autor da assistência para o gol do Casemiro. Os dois gols saíram do seu lado do campo. E o zagueiro argentino, depois de alguns jogos no banco, teve uma sólida atuação, principalmente quando o Newcastle veio com tudo no segundo tempo.

Joelinton e Guimarães apagados, mas Karius bem

Os brasileiros que jogaram de preto e branco fizeram, no geral, uma partida apagada. No primeiro tempo, Joelinton só foi destaque quando levou um cartão amarelo por faltas duras em Antony e Casemiro depois de uma sequência de dribles do ponta ex-São Paulo. Na etapa final, com o Newcastle melhor, o brasileiro chegou perto de marcar com dois chutes bloqueados pela defesa. Guimarães também foi melhor no segundo tempo, mas acabou substituído aos 33 minutos já que voltava de lesão.

Também havia uma expectativa sobre o desempenho de Karius, goleiro que não jogava há dois anos e tem a carreira marcada pela atuação na final da Champions League perdida pelo Liverpool, em 2018, contra o Real Madrid. O goleiro alemão até que foi bem, fazendo pelo menos três grandes defesas em chutes de Weghorst, Rashford e Bruno Fernandes. Karius tampouco teve culpa nos gols — uma cabeçada firme e um chute desviado.

Fim do jejum e hexa da Copa da Liga

A conquista da Copa da Liga Inglesa marca o fim do jejum de títulos do Manchester United. A última temporada em que os Red Devils haviam erguido uma taça tinha sido em 2016-17, quando o time treinado por José Mourinho ganhou a mesma Copa da Liga Inglesa e a Liga Europa.

Esse também é o sexto título do United na Copa da Liga Inglesa, que ergueu o mesmo troféu em 1991-92, 2005-06, 2008-09, 2009-10 e 2016-17. Somando com os 20 Campeonatos Inglês, as 12 Copas da Inglaterra e as 21 Supercopas da Inglaterra, é 59º título doméstico do clube.

Mais do que tudo, a taça marca a nova era comandada pelo treinador Erik Ten Hag. O holandês foi contratado no início da temporada com a esperança de dar novos rumos à equipe que, depois da aposentadoria de Sir Alex Ferguson, acumulou mais troca de treinadores que taças. Junto com as chegadas de nomes importantes — Casemiro, Antony e Lisandro Martinez — e a recuperação de outros desgastados — De Gea, Shaw e Fernandes, por exemplo –, ele foi capaz de tornar o clube novamente competitivo. Por mais que não seja o título mais importante, é a volta da esperança de tempos de glória em Old Trafford.

Vivo em todos os campeonatos

As glórias, aliás, podem se repetir já nessa temporada. O Manchester United é o único time inglês que mantém vivas as chances de título em todas as competições que disputa na sua temporada. O primeiro, a Copa da Liga, já foi.

Restam ainda a Premier League, onde o United está em terceiro lugar; a Liga Europa, na qual os Red Devils eliminaram o Barcelona e avançaram às oitavas; e a Copa da Inglaterra, quando joga a quinta rodada na semana que vem contra o West Ham.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

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