Conforme a temporada vai chegando ao fim, algumas discussões começam a aquecer. Neste caso, quem é a melhor contratação desta Premier League? Sei que ainda restam oito jogos para a maioria, que Declan Rice e Alexis Mac Allister têm sido brilhantes, mas o meu voto dificilmente vai mudar.
Preciso dizer que estou realmente impressionado. Primeiro porque ele saiu do status de reserva promissor, mas pouco badalado no Manchester City, para protagonista de um Chelsea totalmente bagunçado — no que podemos chamar de sua primeira temporada oficial.
Embora tenha estreado pelo Manchester City lá atrás, em 2020, Palmer está em seu primeiro ano com verdadeira minutagem. São 39 jogos desde agosto, 32 como titular. E ele ainda tem 21 anos (fará 22 no próximo dia 6 de maio).
Talvez por isso tenha me chamado a atenção a maneira como assumiu a responsabilidade num time repleto de defeitos coletivos, com outros tantos jovens, alguns de qualidade duvidosa ou supervalorizados. Geralmente Palmer recebe a bola em alguma área central ou direita do campo e vai para cima com a sua canhotinha, sem medo de ser feliz.
Mauricio Pochettino, inclusive, elogiou o fato de Cole Palmer lidar tão bem com a pressão durante os jogos. Ele ainda não errou os 8 pênaltis cobrados e foi o grande nome da incrível virada sobre o Manchester United a partir do minuto 99.
E, claro, consistência tem sido a palavra-chave. Cole Palmer chegou a 24 participações diretas em gol nesta Premier League (16 gols e 8 assistências), mais do que qualquer outro jogador sub-23 nas top-5 ligas da Europa. Acima de badaladíssimos nomes como Haaland, Saka, Foden e Bellingham (e de todo o restante, evidentemente).
Números de gols mais assistências de atletas das top 5 principais ligas
- Harry Kane (47) e Mbappé (47)
- Haaland (35) e Salah (35)
- Cole Palmer (33)
Os números que mais me espantaram têm a ver com o Chelsea. Excluindo os dois gols que fez pelo City no começo da temporada, Cole Palmer tem 19 gols e 12 assistências como um blue. O que dá uma média de gol/assistência a cada 91,3 minutos, abaixo apenas da temporada 2009/10 de Didier Drogba (75,8 minutos) considerando os últimos 15 anos de clube.
E, sim, neste período o Chelsea teve o auge de Diego Costa, Eden Hazard e até mesmo de Juan Mata (como esquecer daquela temporada 2012/13?), além de outros anos brilhantes de Drogba. Palmer é mais influente que todos eles, mas não ficará marcado por conquistar algum título porque este time está muito distante disso.
De qualquer maneira, se o Chelsea é o time do futuro (há 23 jogadores no atual elenco com até 25 anos, fora os emprestados), não há como não visualizar Cole Palmer como bandeira desse projeto.
E sem ele não seria impossível imaginar o Chelsea quebrando mais um recorde negativo.