Pela primeira vez em 10 anos, a resposta tem três opções na múltipla escolha.
E tudo bem, você ainda pode achar que o Manchester City é o grande favorito, afinal, é um direito conquistado por eles através de todos esses anos. Mas não podemos negar que, dessa vez, a corrida parece ser de três carros.
Assim como foi na temporada 2013/14. Vencida pelo Manchester City de Manuel Pellegrini, mas que você provavelmente se lembra por conta do escorregão de Steven Gerrard no jogo entre Liverpool e Chelsea pela 36ª rodada.
Naquela oportunidade, City, Liverpool e Chelsea lutaram até o fim, com os dois primeiros superando a barreira dos 100 gols marcados, e o último com apenas 27 sofridos.
O City de Yayá Touré e Agüero foi o único a não tropeçar nas rodadas finais e levantou o troféu, mas foi uma temporada marcada, de fato, pelo Liverpool, que àquela altura ainda perseguia a sua primeira Premier League e contava com um Luis Suárez infernal. O uruguaio foi artilheiro disparado com 31 gols, muitos deles absolutamente maravilhosos.
Classificação da Premier League 2013/2014
- Manchester City – 86 pontos
- Liverpool – 84 pontos
- Chelsea – 82 pontos
A diferença para 2023/24 está no Arsenal, um time que já lutou pelo título na temporada passada e parece mais maduro, tendo superado inclusive a turbulência da falta de gols entre dezembro e janeiro. Ele substituiu na comparação aquele Chelsea, mas com promessa de oferecer um desafio ainda maior.
Os Gunners ainda estão vivos na Liga dos Campeões, o que pode em algum momento gerar um desvio de foco ou falta de profundidade no elenco, mas não há como descartar nesse momento um futebol encantador, o Artetismo, e menos ainda uma das melhores bolas paradas da Europa.
Declan Rice chegou para cobrir os espaços, enquanto Havertz tem ajudado imensamente sem a bola para que a defesa do Arsenal sofra tão pouco e seja, até aqui, a melhor de todo o campeonato (22 gols sofridos em 25 jogos).
Ao que parece, a maior competição também fará com que a pontuação do campeão seja menor neste ano.
Desde o título do Leicester (81), em 2015/16, o campeão com menos pontos foi o Manchester City de 2020/21 (86). Ou seja, o vencedor pode não estar tão próximo da perfeição como anteriormente, o que não deixa de ser uma boa notícia para quem corre por fora.
O Liverpool não tem Champions (joga a Liga Europa) e está sedento para ganhar sua segunda Premier League na temporada de despedida de Jürgen Klopp. Falta combinar com os outros, é claro, mas estamos falando de uma versão também muito atraente, uma espécie de Reds 2.0, com um novo meio-campo tão caótico quanto organizado.
O ataque direto tem privilegiado o futebol de Diogo Jota e Darwin Núñez, enquanto Salah está sempre lá (menos quando disputa a Copa Africana de Nações e se lesiona). A defesa, sim, foi um problema em partes, mas Alisson (agora machucado), ajudou bastante. Veremos como a balança pesa até maio.
Do City, esperamos, naturalmente, o melhor. Mas o empate com o Chelsea frustrou um pouco os planos de quem agora não é mais líder em “pontos perdidos”.
Haaland e De Bruyne voltaram, e certamente isso é uma excelente notícia, mas o norueguês fez uma de suas piores partidas com a camisa azul no sábado. E o mês de março reserva uma sequência com Manchester United, Liverpool, Brighton, Arsenal e, no início de abril, Aston Villa.
Não tenho muitos elementos para duvidar desse time. Foden vive o melhor momento da sua vida, e Guardiola sempre dá um jeito de arrumar a casa. Nesta temporada, ela até andou um pouquinho bagunçada, com uma média de gols sofridos acima do padrão.
Mas ainda há tempo para inventar alguma coisa que ninguém está vendo.
E tempo é o que eu, definitivamente, não quero perder nesta reta final alucinante que se avizinha.