Por que o rebaixamento no Campeonato Inglês feminino pode acabar?

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Os organizadores da Women’s Super League (WSL), o Campeonato Inglês feminino, preparam mudanças no regulamento da competição, de acordo com informações do “The Guardian”.

A proposta mais significativa interfere na WSL e na Women's Championship (segunda divisão da modalidade), e visa acabar com o rebaixamento.

A motivação seria a ideia de que tirar o risco do descenso deixaria os executivos dos clubes mais inclinados a investir nos times femininos e ajudaria a tornar a liga mais competitiva, conforme noticiou o jornal inglês.

O Chelsea, por exemplo, aplica muitos recursos na divisão feminina e tem hegemonia na categoria. Além de ser o atual líder do torneio, conquistou o troféu nas últimas cinco edições.

Sonia Bompastor, técnica do Chelsea, e a lateral Lucy Bronze em jogo da equipe
Sonia Bompastor, técnica do Chelsea feminino, e a lateral Lucy Bronze em jogo da equipe. (Foto: Sportimage/Imago)

Implicações no Campeonato Inglês feminino

Quando foi instaurada em 2011, a WSL não tinha rebaixamento e era disputada por oito equipes. A modalidade foi fomentada, cresceu na Inglaterra nos anos seguintes e, em 2014, passou a incluir uma segunda divisão.

No entanto, a sugestão proposta em 2025 pode ser controversa principalmente pelas regras de acesso da segunda à primeira divisão. Atualmente, apenas a pior campanha da temporada da WSL é rebaixada, e somente o campeão da Championship é promovido à elite.

O plano é que, a cada ciclo, o Campeonato Inglês tenha ao menos um time a mais na disputa. O formato vigente é composto por 12 equipes, e a Championship, que também deveria ter 12, está com 11 desde a saída do Reading, cujo proprietário, Dai Yongge, decidiu parar de financiar a equipe feminina.

Neste caso, se as normas forem aprovadas, a elite passa a ter pelo menos 13 clubes. Na temporada seguinte, seriam no mínimo 14 na briga pela WSL, e assim sucessivamente.

O problema é o critério de definição dos promovidos. Como destaca o “The Guardian”, boas campanhas da Championship desta temporada, como Birmingham, London City Lionesses e o modesto Durham — os três primeiros na tabela, respectivamente –, podem ter uma vaga na WSL e fazer com que grandes clubes da Premier League, como o Newcastle — que entrou “tarde” no futebol feminino e está em 7º –, também reivindiquem um lugar na elite da modalidade na Inglaterra.

Outra proposta a ser discutida requer a renomeação da Championship feminina para WSL 2 — como foi nominada originalmente em 2014.

O “The Guardian” apontou que representantes dos 12 clubes da WSL e dos 11 da segunda divisão foram chamados a uma reunião com a Women's Professional Leagues Limited (WPLL), que administra os torneios, nesta sexta-feira (28). Não há uma data para votação formal e as mudanças, caso aprovadas, não devem entrar em vigor até a temporada 2026/27.

Uma fonte do periódico indicou que os times estão abertos a qualquer ideia que possa ajudar no desenvolvimento do esporte. Além disso, a WPLL analisa outras formas de aprimorar o Campeonato Inglês feminino na Inglaterra e visa incluir na tomada de decisões todas as partes interessadas, inclusive torcedores.

Milena Tomaz
Milena Tomaz

Jornalista entusiasta de esportes que integra a equipe de redação da PL Brasil. Se formou em Comunicação Social em 2019.