O volante Bruno Guimarães, do Newcastle, foi o convidado do “Charla Podcast” nesta segunda-feira (10). Além de falar sobre seu dia a dia no clube inglês, o brasileiro comentou sobre a experiência de enfrentar o Manchester City de Pep Guardiola e falou sobre o vice-campeonato do Arsenal na Premier League de 2022/2023.
Mesmo tendo conseguido abrir uma boa vantagem à frente do segundo colocado na Premier League, o Arsenal acabou ficando com o vice-campeonato na última temporada.
Bruno Guimarães indica “momento chave” em que Arsenal perdeu título
Para Bruno, a derrocada do clube londrino aconteceu bem antes do momento em que o City ultrapassou os Gunners na tabela.
— O Arsenal estava 11 pontos na frente. Aí, pegou o Southampton que era o último, estava quase rebaixado. O Southampton estava ganhando até os 90 (minutos), aí o Arsenal conseguiu empatar. Para mim, foi nesse jogo que o Arsenal perdeu o título. Empatou em casa com o Southampton, que era o último – disse Bruno.
Bruno Guimarães revela que “odeia” jogar contra o Manchester City
O Arsenal acabou ficando pelo caminho e abriu espaço para o tricampeonato do Manchester City no campeonato inglês. Bruno também falou sobre a dificuldade de enfrentar a equipe de Pep Guardiola. O brasileiro brincou, dizendo que “odeia” jogar contra os Citizens.
— A gente sabe que o Manchester City está um degrau acima de todos os times da Inglaterra, com todo respeito. É o pior jogo quando a gente vai jogar lá, eu odeio. Parece que a gente é tudo criancinha, e os caras profissionais – disse Bruno.
— É horrível. Parece que eles estão jogando com 15, e a gente com sete. Você olha e fala: ‘caramba, tem muito cara de azul’. Não é possível… E é só maluco bom. Às vezes a gente fala, o técnico pede: vai apertar o lado direito, o lado esquerdo… com o City, vai jogar como? Sai e deixa os caras fazer gol logo… é muito difícil, é muito cara bom — brincou.
Bruno Guimarães elogia projeto do Newcastle
No Newcastle desde janeiro de 2022, Bruno Guimarães acumula 57 partidas, 10 gols e seis assistências. Com os Magpies, o brasileiro ainda não conquistou títulos, mas chegou à final da Copa da Liga Inglesa de 2023 e garantiu a classificação para a Champions League de 2023/24.
No entanto, as coisas não foram tranquilas desde o início. Bruno contou que foi muito criticado quando decidiu sair do Lyon, da França, para ir para a Inglaterra. Na época, o time ocupava a zona de rebaixamento da Premier League. Além do perigo de cair para a Championship, o volante ouvia que perderia a oportunidade de disputar uma Copa do Mundo se trocasse de clube.
— Eu fiquei com medo de ir, mas era uma proposta irrecusável e meu sonho era jogar na Premier League. Eu sabia dos novos donos do clube, sabia que tudo estava mudando. Sabia que ia jogar com o Trippier, era um nome de peso. Falei “Quer saber? Vou pra cima, vou arriscar”. E no ano seguinte, já fomos para uma final, já fomos para Champions League.
Ao contrário de outros clubes dirigidos por magnatas árabes, como o PSG, o Newcastle não contratou grandes estrelas para compor elenco. Bruno disse que o foco da atual direção é contratar e lapidar jovens para que alcancem seu potencial no time em alguns anos.
— O que eles fazem é pegar moleque pro futuro. Eles estão pegando moleque de 21, 22 anos, que daqui uns cinco anos vão estar no seu melhor nível, entendeu? Eu acho isso muito legal. E outra coisa: não dá para gastar igual um louco por causa do fair play financeiro. Na Inglaterra é meio complicado.
Até o momento, a estratégia parece estar funcionando. Neste ano, o clube voltará a disputar a Liga dos Campeões depois de duas décadas.
— Quando a gente começou a Premier League, nosso objetivo era ficar entre os oito (primeiros). A gente foi acreditando. Ficamos em terceiro lugar na maior parte do campeonato e caímos para a quarta, mas já classificados para a Champions.
Ídolo do Newcastle?
Apesar de não ter levantado taças com os Magpies até o momento, é visível nas arquibancadas do St. James’ Park e nas redes sociais o carinho que os torcedores sentem por Bruno. Na entrevista, o volante inclusive disse que já se considera ídolo da torcida.
— Ganhei muito mais prestígio no futebol lá na Inglaterra. No Newcastle, graças a Deus, já sou ídolo dos caras. Os caras me amam muito. Eles falam “depois do (Alan) Shearer, você é a melhor contratação que a gente fez” – relatou.
A admiração, aliás, é recíproca. O brasileiro rasgou elogios à torcida, comparando a festa que fazem no estádio com as dos times da América do Sul.
— Para mim, é a melhor torcida da Inglaterra, disparado. Toda a química de dia de jogo no estádio é brincadeira. A torcida parece torcida sul-americana porque os caras apoiam.
— A atmosfera da Premier League é única. Os caras falam que o Brasil é o país do futebol, mas na Inglaterra eles vivem muito futebol. Eu joguei na França, mas nem se compara ao que é na Inglaterra o futebol. É apaixonante – finalizou.