Paul Pogba, Angel Di Maria, Radamel Falcao… Nomes de peso não faltam no histórico recente de contratações do Manchester United. Apesar de grandes nomes, a resposta dentro de campo não teve a mesma proporção. Jogadores em grande fase que não encontravam seu futebol por questão de adaptação, entrosamento, ou até mesmo falta de sorte. Faltava um meio-campo para elevar o patamar do time. Pois bem, chegou Bruno Fernandes para reforçar o Manchester United.
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Adaptação rápida à Premier League
A partir da contratação, surgiu o repentino questionamento em relação a um jogador que vem de fora da Premier League. Por ser uma liga de nível mais elevado, a adaptação costuma ser mais demorada. Caso não se adapte rápido, pode perder seu espaço num piscar de olhos.
O debate nesse caso é pertinente, afinal, Bruno veio da Liga NOS (Portugal), cujo nível é bem abaixo da inglesa. Muitas vezes o jogador pode funcionar bem, mas o rendimento não é o mesmo. Porém, em pouco tempo, Bruno Fernandes quebrou paradigmas e mostrou certezas em campo que nem o torcedor mais otimista do Manchester United poderia esperar.
A euforia por parte da torcida em busca de algo positivo para se sustentar era grande. A contratação de peso tem esse papel também fora de campo. O objetivo é sempre bons resultados nas quatro linhas, mas agradar e andar junto ao torcedor é fundamental. Não só acabou com a euforia, mas deu motivos de sobra para uma fase feliz em Manchester.
É raro ver um jogador ter rápido impacto e relevante no futebol inglês sem nunca ter jogado por lá. O caso mais recente que vem a memória é de Mohamed Salah, quando chegou ao Liverpool de maneira dominante há duas temporadas. Nos seus cinco primeiros jogos, o egípcio teve três gols e uma assistência, vencendo duas partidas, empatado outras duas e perdendo a outra.
Nos cinco primeiros de Bruno na Premier League, são dois gols e três assistências. Desde a estreia, o time ainda não perdeu, sendo o segundo time que mais somou pontos (11) no período, ficando apenas atrás do Liverpool (12). O bom desempenho faz com que já seja líder em estatísticas do time no período de sua chegada. Desde chances criadas (11), até o número de chutes tentados (14), sendo sete na meta adversária.
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As boas atuações lhe renderam o prêmio de Jogador do Mês de fevereiro na Votação Popular da PFA. Ainda concorre – e deve ganhar – outro prêmio de fevereiro, que é o Jogador do Mês da Premier League. Solskjaer também concorre no prêmio de treinador.
Se pararmos para pensar qual foi o último jogador que teve tanto impacto rápido em Manchester, teríamos que fazer uma pesquisa bem aprofundada. Nem mesmo seu contemporâneo, Cristiano Ronaldo, mesmo mais novo, não brilhou tão rápido.
O português não só trouxe estabilidade e qualidade, mas também um leque de opções que caem como uma luva. Jogando à frente de meio-campistas que conseguem roubar a bola, mas não a passa em diante, o meia tem total liberdade para recebê-la e fazer o que bem entende. Daí a construção de jogadas parte do seu diferencial, que é o toque de genialidade.
O gol contra o Everton em um chute despretensioso, a assistência no Derby… Provas concretas de que o jogador tem o toque surpresa que faltou em muitos jogos do United. Momentos fora da curva que o time precisa para superar adversidades.
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Uma estatística bastante utilizada na Inglaterra é a contagem de passes em direção ao final third, que em português seriam os passes em direção ao terço final do campo, ou seja, o ataque. Bruno já soma 43 desses passes, além de ter 48 passes direcionados para a grande área adversária.
Tais números mostram que o jogador não precisa apenas ter qualidade para fazer a bola chegar aos atacantes, mas também ter, acima de tudo, coragem. Acaba sendo uma cadeia no futebol, visto que o jogador que peca em qualidade, não irá fazer passes do tipo que, ao invés de ajudar, prejudicariam o time. Há um exemplo no próprio Manchester United: Jesse Lingard.
Lingard, por pecar em qualidade, evita maiores riscos, comprometendo diretamente a criação do time. Outros jogadores com qualidade inferior em relação a Bruno, como Juan Mata e Andreas Pereira, perdem cada vez mais seu espaço, tendo suas fragilidades expostas quando comparadas ao português.
Aos olhos de Bruno Fernandes, o Manchester United ainda é um dos melhores times do mundo. Apesar da realidade não condizer, o português coloca em prática sua crença, e, em momentos de tantas decepções para os Diabos Vermelhos, mostra que nem tudo está perdido. Que voos maiores não estão tão distantes.