Neste sábado (4), o Brighton venceu o West Ham por 4 a 0, em partida válida pela 26ª rodada da Premier League. A vitória do time de Roberto de Zerbi mantém os Seagulls na briga por competições europeias e mostra que o projeto do clube tem destino definido.
Os gols da equipe litorânea foram marcados por Alexis Mac Allister, de pênalti, Joel Veltman, Kaoru Mitoma e Danny Welbeck. Em uma mescla de jovens, jogadores menos conhecidos e veteranos, o Brighton consolida um projeto promissor na Inglaterra.
Montagem do elenco
A direção dos Seagulls não gastou uma quantidade exacerbada para montar o atual elenco. Mesmo perdendo nomes importantes da equipe, como o zagueiro Dan Burn, antigo capitão, deu oportunidade a jovens e trabalhou de maneira assertiva.
De Zerbi tem nomes experientes na defesa, como Veltman e Lewis Dunk, ambos de 31 anos. A juventude e potência física é dada por Tariq Lamptey e Pervin Estupiñán nas laterais – os dois com contratos longos.
O meio-campo é um reflexo da montagem de elenco do Brighton. Mac Allister (24), Moisés Caicedo (21) e Billy Gilmour (21) são jovens de grande projeção – os dois primeiros, inclusive, já chamam a atenção de gigantes por conta de suas boas atuações.
Junto deles estão Pascal Gross (31), Adam Lallana (34) e Solly March (28) – são experientes e que contribuem mais do que apenas nos conselhos. Jogam constantemente no time titular e dão equilíbrio aos mais jovens.
O mesmo vale para o ataque: Welbeck foi bicampeão da Premier League com o Manchester United, tem dois títulos da FA Cup pelo Arsenal e participou da Euro e de duas Copas o Mundo com a seleção inglesa. Ele lidera uma unidade que tem, por exemplo, Mitoma, que ainda foi emprestado para o futebol belga antes de se consolidar no Brighton.
O mercado do Brighton

A política de contratações do Brighton é minuciosa e segue um padrão para os pilares do elenco: jogadores jovens, com potencial e preferencialmente de mercados que envolvem cifras menores. O caso mais próximo de um mercado grande é o de Estupiñán, que chegou do Villarreal por 17,8 milhões de euros (cerca de R$ 98,5 milhões).
Pilares do Brighton e de onde vieram
- Rober Sánchez – veio da base
- Alexis Mac Allister – 12,5 milhões de euros (Boca Juniors)
- Moises Caicedo – 5 milhões de euros (Independiente Del Valle)
- Kaoru Mitoma – 3 milhões de euros (Kawasaki Frontale, do Japão)
- Deniz Undav – 7 milhões de euros (Union SG, da Alemanha)
Mais do que reforços dentro de campo, o Brighton contratou um treinador que teve trabalhos promissores e com boa experiência com jovens. Roberto De Zerbi chamou a atenção no Sassuolo, da Itália, e foi o escolhido para liderar o projeto do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
O italiano teve 70% de aproveitamento no Shakhtar, mas seu trabalho foi interrompido por conta das invasões russas sobre a Ucrânia. No leste europeu, seu time praticava um dos estilos de jogo mais esteticamente agradáveis da Europa.
De Zerbi reproduz muitos de seus conceitos no Brighton. É muito vangloriado como um “romântico” do futebol, principalmente pela sua filosofia de manter a bola e levar um jogo estético ao público. O italiano faz com que seus zagueiros chamem a pressão adversária para furá-la com passes rápidos nas costas dos rivais, geralmente por dentro do campo, e então acelerar até o gol.
O projeto do Brighton contou com altos e baixos internamente: Mac Allister pode estar de saída e Caicedo teve propostas de Chelsea e Arsenal para sair na última janela – estava quase fora, inclusive. O volante renovou seu contrato até 2027 nesta sexta-feira e firmou sua confiança no processo.
Com jovens, veteranos rodados e um treinador promissor para liderar o projeto, o Brighton tenta consolidar um futuro de sucesso para o clube. E vitórias como a goleada contra o West Ham, que vêm também com bom desempenho, mostram isso.