O Brentford venceu o Wolverhampton por 5 a 3 num jogo de “gols relâmpagos” neste sábado (5), no Gtech Community Stadium, em jogo válido pela sétima rodada da Premier League.
O time mandante abriu o placar com Nathan Collins com apenas dois minutos de jogo. Foi o quarto jogo consecutivo que o Brentford marcou com menos de dois minutos, algo inédito na Premier League.
- ⚽ 2’— Nathan Collins vs. Wolves
- ⚽ 1’— Bryan Mbeumo vs. West Ham
- ⚽ 1’— Bryan Mbeumo vs. Tottenham
- ⚽ 1’— Yoane Wissa vs. Manchester City
Mas apenas dois minutos depois, Matheus Cunha empatou. Aos 20, Bryan Mbuembo marcou de pênalti e colocou o Brentford em vantagem de novo. Após somente seis minutos Jorgen Strand Larsen deu igualdade ao placar novamente.
Aos 28, Christian Nogaard pôs o Brentford em vantagem e aos 47 do primeiro tempo, Ethan Pinnock aumentou a vitória dos Bees.
Essa sequência maluca de gols escancara um problema crônico da Premier League: a fragilidade defensiva dos times, principalmente os menores.
Na rodada passada, Chelsea x Brighton também terminou o primeiro tempo com 4 a 2 para os donos da casa, num festival de erros de saídas de bola e adiantamento das linhas defensivas.
Aos 45 minutos do segundo tempo, o goleiro Sam Johnstone conseguiu a proeza de errar uma saída de bola com os pés, dando a bola de bandeja para Yehor Yarmolyuk iniciar a jogada que culminou no quinto gol do Brentford, marcado por Fábio Carvalho.
O mesmo aconteceu em Chelsea x Brighton, quando Robert Sánchez tentou sair com os pés e entregou a bola para o Brighton marcar.
Fragilidade defensiva de Brentford x Wolverhampton em números

Hoje, em Brentford x Wolverhampton, foram 10 perdas de bola, quase todas na defesa — quatro dos Bees e seis dos Wolves. Isso só no primeiro tempo.
A equipe mandante só conseguiu acertar metade dos desarmes que tentou, enquanto o Wolverhampton acertou quase todos.
Mas a estatística mais impressionante da partida é a de recuperações de bolas — 27 do Brentford e 21 do Wolverhampton.
Os Bees e os Wolves fizeram somente 16 cortes em toda a partida — seis do Brentford e 10 do Wolverhampton.
As estatísticas foram retiradas do “Sofascore” ainda no intervalo da partida.
Problema crônico da Premier League
É claro que é preciso destacar a qualidade dos jogos disputados, com muitos gols e com propostas bem definidas de jogo na Premier League, maior campeonato de clubes do mundo.
Porém, este início de temporada tem mostrado que os times estão cada vez mais dispostos a sofrer gols para não abdicar de suas convicções. Para uma liga tão divulgada no mundo todo, ninguém quer ver jogos morosos, de times retrancados e trabalhando bola aérea, como muitas vezes é visto na Championship (segunda divisão inglesa).
Mas para os clubes, tais posturas podem custar caro. Os Wolves, por exemplo, ainda não venceram e ocupam a lanterna do campeonato. O Brentford é apenas o nono. O Brighton, citado anteriormente, foi o segundo clube inglês que mais gastou na última janela e, num trabalho novo do técnico Fabian Hürzeler, está apenas na 10ª colocação.
Em sete rodadas, a Premier League registrou 159 gols. É uma média de 22 gols por rodada. O próprio Brentford já sofreu 12 gols em sete jogos. Quase metade dos clubes já sofreram 10 gols ou mais na temporada (nove). Os Wolves, por sua vez, já foi vazado 20 vezes (!).
A liga do mais alto nível precisa, sim, de jogos com propostas de jogo atrativas e propositivas, mas olhar para a defesa também não faz mal. Prova disso é o Liverpool, que lidera a Premier League, marcou 13 gols e sofreu apenas dois.

O técnico Arne Slot sabe colocar seu time para atacar sem expor tanto sua defesa e, assim, ter o controle do jogo. Claro que o material humano também conta, mas o Liverpool contratou apenas dois jogadores e é o segundo clube que menos gastou na última janela, ficando atrás apenas do Manchester City, que anunciou dois jogadores, sendo um deles de graça.
Cabe a Thomas Frank e Gary O’Neil, técnicos de Brentford e Wolverhampton, e os demais treinadores da Premier League refletirem o quanto é viável manter suas convicções inflexíveis em vez de encontrar um equilíbrio.