O Chelsea enfrenta o Crystal Palace nesta segunda-feira (12), pela Premier League, depois de ter possivelmente o seu melhor jogo na temporada ao vencer o Aston Villa por 3 a 1, fora de casa, pela FA Cup. Thiago Silva, um dos líderes do elenco, não jogou.
Depois da polêmica envolvendo a esposa do brasileiro, que pediu mudanças nos Blues depois da derrota para o Wolverhampton na Premier League, Thiago esteve no banco. O jornal inglês “The Guardian” revelou neste domingo (11) que, internamente no clube londrino, entende-se que o zagueiro “compromete taticamente” o jogo do time.
Thiago Silva perto do fim no Chelsea?
Segundo o The Guardian, “a chegada do fim pode estar acontecendo mais cedo do que o jogador esperava”. O clube não planeja renovar o contrato do brasileiro quando ele terminar no final da temporada, mas também não quer desrespeitá-lo.
“Silva é um dos maiores zagueiros de sua geração e terá um papel importante nos próximos meses. É importante que ele saia em bons termos”, diz o jornal. Mesmo assim, há um argumento de que o Chelsea precisa começar o processo de afastar Thiago gradualmente.
Os benefícios de jogar com dois zagueiros mais jovens e rápidos ficaram evidentes quando Badiashile e Axel Disasi neutralizaram Ollie Watkins durante a vitória sobre o Villa. O Chelsea, que havia sofrido oito gols nas duas partidas anteriores, parecia mais equilibrado graças à introdução de mais mobilidade na defesa por Pochettino.
— Foi um raro vislumbre do Chelsea jogando como um time de Pochettino. Eles foram agressivos nos duelos 50-50. Cobriram os espaços e reduziram a distância entre a defesa e o meio-campo. Os padrões foram impressionantes quando atacaram. Por que mudar alguma coisa agora? – analisa Jacob Steinberg, repórter do The Guardian.
Depois dessa vitória, fica claro que o status de Thiago Silva como titular está ameaçado. Isso não quer dizer que não haja valor em ter o veterano no elenco.
Thiago Silva ‘segura o Chelsea taticamente’
O jornal lembra da passagem de Thomas Tuchel, que treinou Thiago Silva no PSG e que, quando assumiu como técnico dos Blues, se concentrou em se proteger da falta de ritmo do zagueiro: “O alemão priorizou a estabilidade defensiva e conquistou a Champions League com um sistema 3-4-2-1 controlado”.
Pela construção do elenco naquela época, há praticamente três anos, Tuchel nunca se sentiu confortável usando o brasileiro em uma linha de quatro defensores, especialmente porque também tinha que lidar com a falta agilidade de Jorginho no meio-campo.
Graham Potter teve um dilema similar ao de Pochettino quando substituiu Tuchel, e tentar aderir ao desejo de Thiago Silva de jogar em uma linha de quatro não funcionou. O melhor desempenho da era Potter no Chelsea, a virada contra o Borussia Dortmund nas oitavas de final da Champions League, veio quando uma lesão do brasileiro permitiu que ele mudasse para uma linha de três.
Pochettino é um treinador ofensivo que variou entre 4-3-3 e 4-2-3-1 nesta temporada, mas, segundo o “The Guardian”, dentro do Chelsea há a sensação de que a presença de Thiago Silva “força muitos compromissos táticos”.
— Se ele joga como zagueiro esquerdo, isso impacta o posicionamento do lateral esquerdo. É surpresa que o Wolves concentrou muitos de seus ataques pelo flanco de Ben Chilwell no fim de semana passado? Ou que Chilwell, um lateral que avança mais, parecia mais confortável com Badiashile no lugar de Silva contra o Villa? – indaga Steinberg.
No início da temporada, havia dúvidas no vestiário sobre Thiago Silva ser negligenciado para a capitania, e seus companheiros falaram de falta de respeito. Uma resposta, porém, é que o inglês do zagueiro é limitado e ele não é uma presença particularmente vocal no campo de treinamento.
Além de uma decisão técnica e tática, há também uma decisão política a ser tomada por Pochettino. Thiago é muito querido pelos torcedores, enquanto ele próprio ainda não caiu nas graças. Tirar o brasileiro completamente do time pode ter um efeito ruim se os resultados não acompanharem.