Há pouco mais de um ano, em 31 de janeiro de 2018, o Arsenal anunciava a contratação do atacante Pierre-Emerick Aubameyang. O gabonês, grande destaque do Borussia Dortmund, chegava por um valor recorde na história do clube: 56 milhões de libras.
Com gols e protagonismo na Bundesliga, Auba aterrissou em Londres com a expectativa de ser o homem-gol que o Arsenal buscava. Doze meses depois, o camisa 14 mostrou que o investimento valeu a pena. E ele já faz história em seu novo time.
No último dia 29 de janeiro, Aubameyang fez o primeiro gol da vitória por 2 a 1 sobre o Cardiff City. Com isso, ele chegou a 25 gols pelos Gunners na Premier League e tornou-se o jogador que precisou de menos jogos para atingir a marca na história da equipe.
Até então, o dono deste recorde era Thierry Henry. O maior artilheiro da história do Arsenal precisou de 42 jogos na PL para atingir 25 gols. Ele estava logo à frente do segundo maior artilheiro do clube, Ian Wright, que chegou a este número em 51 partidas.
Dezin Pergunta #02 – Estatísticas do futebol inglês
Aubameyang não demorou para trucidar a marca e, com 37 jogos pela liga, atingiu os 25 gols. Nesta temporada ele já marcou 15 vezes e é o vice-artilheiro do campeonato, atrás apenas de Mohamed Salah, do Liverpool, com 17.
Caso contarmos desde a chegada de Auba à Inglaterra, em janeiro de 2018, a situação é a mesma. Neste período de um ano ele é o segundo artilheiro da PL com 25 gols. Em sua frente novamente Salah – o egípcio fez 30 gols em doze meses.
A estatística mostra como Aubameyang conseguiu preencher bem a lacuna que era esperada pelo torcedor do Arsenal. O gabonês veste a histórica 14 de Henry, possivelmente o maior jogador da história do clube. Mas depois da saída do francês, as coisas não foram fáceis.
Após ele, apenas Robin Van Persie conseguiu se estabelecer no ataque do time. Com a polêmica saída do holandês para o Manchester United no verão de 2012, uma lacuna ficou explícita neste sentido.
Opções não faltaram, porém a maioria não vingou. Nomes como Marouane Chamakh, Park Chu-Young, Nicklas Bentdner, Theo Walcott, Olivier Giroud e Danny Welbeck foram alguns dos que, em determinado momento, foram titulares depois de Henry.
Mas não dá para afirmar que a torcida Gooner sente saudades destas peças. A situação foi amenizada apenas no verão de 2017, quando chegou Alexandre Lacazette, do Lyon, por 46 milhões de libras.
Destaque na Ligue 1, o francês gerou algumas dúvidas, porém logo mostrou seu talento e caiu nas graças da torcida. Mas todos sabiam que ele não seria a única solução e que precisava de um parceiro que lhe ajudasse no serviço.
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Tanto que, com a excelente aquisição de Aubameyang, o próprio futebol de Lacazette melhorou. Desde fevereiro do ano passado, em todas as competições, Laca fez 17 gols e deu oito assistências.
No Arsenal, só fica atrás de Auba, com 28 gols e oito assistências no período. Dos 25 gols do camisa 14 na PL, quatro tiveram assistências do camisa 9 – o que mais assistiu o artilheiro ao lado de Aaron Ramsey.
Além do mais, o ótimo relacionamento entre ambos influencia bastante: Aubameyang e Lacazette são muito amigos fora de campo. A dupla é vista constantemente junta e o entrosamento fora das quatro linhas acaba se refletindo nos desempenhos em jogo.
Outro fator importante é que os principais criadores do meio-campo do Arsenal não têm aparecido de maneira regular. Mesut Özil joga muito pouco com o técnico Unai Emery e Aaron Ramsey perdeu tempo de jogo após as especulações de saída para a Juventus.
Özil, que é considerado o principal playmaker do meio dos Gunners, deu apenas uma assistência para Aubameyang nestes 25 gols. Essa falta de jogadores de grande criatividade no setor torna o feito do atacante ainda mais incrível.
O aproveitamento de Auba neste período também é interessante. Nos números oficiais, ele deu 94 chutes a gol na Premier League desde sua chegada. Com 25 gols, o aproveitamento é de 26,6% – aproximadamente um gol a cada quatro chutes.
Comparemos com os números de Salah, por exemplo. O egípcio, nas duas últimas temporadas completas, marcou 49 gols em 231 chutes. O aproveitamento total é menor, 21,2% – pouco menos de cinco chutes para cada gol.
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E não é só diante do gol que Aubameyang tem sido extremamente importante. Por conta de suas características, ele traz uma versatilidade que ajuda bastante Unai Emery na montagem da equipe.
O treinador espanhol, recém-chegado aos Gunners, tinha como uma das grandes missões táticas encaixar Aubameyang e Lacazette no mesmo time. Essa situação trouxe problemas para Arsène Wenger no fim de sua passagem, por exemplo.
A alternativa encontrada foi recuar um pouco o gabonês. Extremamente veloz e ágil, ele foi colocado um pouco mais atrás da área, próximo ao centroavante e com liberdade para chegar à área.
Com isso ele age em conjunto com Lacazette, o centroavante do esquema. Normalmente ele tem jogado ao lado de Alex Iwobi mais recuado, ajudando a servir Lacazette ou invadindo a área e buscando o gol de forma objetiva.
Diante de todo este cenário, o camisa 14 se consolida cada vez mais como ídolo da torcida. Com gols e bons desempenhos imediatos, ele caiu no gosto dos fãs e já tem muita moral dentro do clube.
E isso faz com que ele passe a ser o futuro centro do time. Em especial com a situação indefinida e amarrada de Özil, Aubameyang vai se desenhando como grande nome do time, podendo ter o elenco construído em volta de suas características.
Talvez seja esse o grande ponto que falta para tornar o peso do jogador ainda mais sólido. Apesar da presença de Lacazette, no geral, Aubameyang ainda não tem grandes peças em volta de si no ataque.
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Com a provável saída de Ramsey para a Juventus e Özil sem muito futuro no Emirates Stadium, são poucas as opções de grande qualidade no setor ofensivo. O jeito da situação melhorar é um: boa janela de verão e peças úteis chegando.
A adaptação e a identificação foram rápidas e o desempenho não tem decepcionado. O pacote de Pierre-Emerick Aubameyang, até agora, entregou o que prometia. Por isso é possível afirmar com certeza que o Arsenal tem um dos melhores jogadores da Premier League em mãos.