Aston Villa na PL 2019/2020: muito investimento e pouco futebol

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Como foi o desempenho do Aston Villa na Premier League 2019/2020? Confira quais foram os destaques, altos e baixos, dos Villas no retorno à elite da Inglaterra. Saiba tudo neste balanço de fim de temporada da PL Brasil.

Quais eram as expectativas para o Aston Villa na temporada 2019/2020?

O valor que precisa ser lembrado é: 133,5 milhões de libras. Essa é a quantia que o Aston Villa poderia pago pela campanha do rebaixamento no início da temporada. Uma soma relevante para um clube que acabara de subir para a Premier League e não de forma direta. Foi nessa janela que o recorde de transferência do clube foi batido, na aquisição de Wesley Moraes por 22 milhões de libras. 

Devido aos gastos, a expectativa era grande para a tradicional equipe. Os reforços foram escolhidos para posições enfraquecidas e a aposta era em jovens atletas. Porém, com o início da competição o elenco foi se mostrando insuficiente para o estilo proposto por Dean Smith. No primeiro mês de liga, três derrotas e uma vitória. Sendo estes duelos contra Tottenham, Bournemouth, Everton e Crystal Palace

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Se a defesa do Villa subiu com prestígio, mesmo com aquisições certeiras o setor sofreu com os ataques adversários. Nas 38 rodadas da liga foram 67 gols sofridos, rendimento somente pior que ao do Norwich (20º colocado). Tyrone Mings teve até bons desempenhos, assim como outros jogadores da última linha. Mas, a zaga por vezes esteve exposta devido à falta de domínio do meio-campo. 

Na maratona de dezembro, os Lions tiveram uma sequência de quatro derrotas seguidas. Sendo uma delas um confronto contra o Southampton, que na ocasião estava crescendo e fugindo das posições perigosas da liga. Nesse mesmo mês, venceu o Liverpool por 5 a 0 na Copa da Liga e foi conseguir na uma classificação histórica para a final ao enfrentar o Leicester na fase seguinte. 

Havia 10 anos que o clube não disputava a final da competição, da qual é cinco vezes campeão e poderia atingir o patamar de segundo maior vencedor. Apesar do sonho ser plausível, ele acabou esbarrando no Manchester City. Neste período em que chegou à final, vivia também sua segunda pior fase na Premier League com outra sequência de quatro derrotas. 

O final da temporada se mostrou um desafio para os nervos do torcedor. O Aston Villa não fez uma boa sequência na volta do campeonato em junho. Um alento para o time foi o baixo rendimento dos rivais e as vitórias sobre o Crystal PalaceArsenal. O duelo contra os Gunners foi decisivo e Trézéguet o grande herói, marcando o gol no 1 a 0. Na última rodada o empate contra o West Ham garantiu a permanência na PL.

Destaque

Impossível não falar do Aston Villa de 2019/2020 e não recordar de Jack Grealish. O meia-atacante foi o jogador mais influente da equipe. No início da temporada era visível que grande parte das jogadas passavam pelo meia. Era ele quem distribuía, puxava a marcação com a bola, arriscava os lances perigosos. Como foi analisado pela PL Brasil, enfim a joia do Villa brilhou na Premier League

Em 36 jogos pela liga, foram oito gols marcados e seis assistências. Foi o artilheiro da equipe na Premier League, assim como o maior assistente. Também esteve nas primeiras posições de outros quesitos ofensivos como chutes e passes. Foi dele um dos tentos na vitória por 2 a 1 sobre o Leicester na semifinal da Copa da Liga. 

Seu feito nesta temporada é tamanho que por vezes se discutiu a presença do jogador de 24 anos como titular na seleção da Inglaterra. Mesmo estando em um time que desde o princípio esteve na luta contra o rebaixamento. Mantê-lo na próxima temporada será o maior reforço do clube. 

Conor Hourihane, John McGinn e Douglas Luiz também foram importantes para a equipe. Estão entre os mais consistentes e merecem certo destaque. Cada um marcou três gols na Premier League e com o passar da temporada se tornaram indispensáveis. Outros que precisam permanecer caso o time deseje manter uma base forte. 

Surpresa

Wesley é a definição perfeita do céu e inferno que o Villa viveu nesta temporada. Grande gasto em sua contratação, expectativa alta por conta dos valores e começo abaixo do esperado. O atacante brasileiro de 23 anos teve uma adaptação lenta em um clube que precisava de seus gols. 

Sua força física impressionou no início e era utilizada com frequência no esquema ofensivo. Veio a desencantar na terceira rodada, quando marcou na vitória contra o Everton. Porém, não emplacou uma sequência artilheira e chegou a ficar de outubro a dezembro sem comemorar um gol seu. 

O atacante viveu seu inferno pessoal nesta adaptação. Seguiu como titular, mas muito mais pela falta de uma sombra do que pelo seu desempenho. Keinan Davis era seu substituto direto e, apesar de querido pela torcida local, não possuía a mesma presença quando entrava em campo.

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Justamente quando Wesley veio aos céus, em janeiro, uma lesão acabou por atrapalhar seus planos. Ele marcou na vitória sobre o Burnley por 2 a 1. Na mesma partida sofreu a lesão que o tiraria do resto do campeonato. O fato ocorreu no primeiro dia de 2020 e o Villa precisou ir correndo ao mercado para encontrar um substituto. 

O brasileiro foi a decepção da temporada não por conta própria. A adaptação demorada após vir de um núcleo menos competitivo, o esquema que o fazia jogar de costas para o gol e a lesão. Todos esses e mais alguns foram fatores que diminuíram o potencial de Wesley na temporada. Leva-se isso em consideração quando nenhum outro atacante conseguiu melhor desempenho que o brasileiro. 

Resta agora saber se, após a lesão, Wesley dará continuidade ao crescimento que estava tendo no Aston Villa. Se melhor abastecido pelos meio campistas, poderá ser peça fundamental na próxima campanha dos Lions.

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Lucas Bichão
Lucas Bichão

Estudante de Jornalismo, Geekie e apaixonado por esportes. Social Mídia na Rio 2016 pelo COB e romancista nas horas vagas.