O Aston Villa entrou recentemente na lista dos clubes que mudaram de escudo. O fenômeno não é novo, mas o que chamou muita atenção é o novo emblema se assemelhar muito ao do Chelsea. Mas houve uma cópia? A PL Brasil te explica.
Em junho do ano passado, na esteira do aniversário de 40 anos do maior título da história do Villa — a Copa dos Campeões (hoje chamada Champions League) de 1982 — o clube anunciou que gostaria de mudar o escudo. O novo design foi votado e escolhido pelos próprios torcedores no site do Villa. Ele será válido para a próxima temporada.
“Os torcedores foram convidados a escolher entre um design inspirado na história de fundação do nosso clube histórico, na forma de uma lâmpada a gás tradicional, ou um escudo redondo mais tradicional que homenageia nosso triunfo em 1982”, informou o clube em seu site oficial.
O emblema da época da conquista continental é parecido ao novo modelo escolhido, com algumas adaptações como o leão “trocando de lado”. O atual foi desenvolvido pela agência Dragon Rouge, que venceu outras dez concorrentes para fechar o acordo com o clube de Birmingham. A empresa já havia atuado no redesenho de escudos de clubes como Paris Saint-Germain e Lille, além de ter trabalhado com grandes marcas como Coca-Cola e Budweiser.
O leão é figura muito presente no futebol britânico. Faz parte da identidade de outros clubes, como Middlesbrough, Millwall, Crewe Alexandra e o próprio Chelsea. No próprio escudo da Federação Inglesa, três leões aparecem como destaque.
O leão inclusive está presente no emblema do Villa desde sua fundação em 1874 e, ao longo da história, foi figura quase sempre ilustrada nos escudos do clube. Só a versão de 1886, que durou até 1956, não tinha o animal felino.

O Aston Villa foi fundado em 1874 e, três anos depois, o clube passou a ser presidido pelo escocês William McGregor. As raízes do país vizinho eram vistas não somente na nacionalidade dos jogadores do elenco desde seu início, mas também no próprio emblema. McGregor quis transmitir a identidade de seu país para o clube e também aproveitou a notável comunidade escocesa em Birmingham para estampar uma homenagem no escudo do Villa.
O “lion rampant” em inglês (ou “leão exuberante ou feroz”, em tradução livre) foi escolhido pelo então presidente do Aston Villa, William McGregor, que queria estabelecer e mostrar a filiação do clube ao seu país. O animal está presente no brasão de armas da Escócia. Há, inclusive, a estátua de um leão na frente do Villa Park, o estádio do clube.
Já o Chelsea foi fundado em 1905 e, quase meio século depois, passou a ostentar a imagem de um leão em seu escudo. O emblema durou entre 1953 e 1964. Por três anos, o clube deixou de usar a figura de um leão para retornar em 1967. Os emblemas sofreram mudanças e adaptações, mas o animal felino permaneceu em destaque.
Foi em 1973 que o Aston Villa passou a adotar uma versão semelhante ao do Chelsea entre 1953 e 1964.
Ou seja, o Aston Villa usa o leão há bem mais tempo no escudo que o Chelsea, mas este modelo específico do emblema passou a ser usado antes pelos Blues.

O futebol inglês, assim como ocorreu em outros países como o Brasil, conviveu desde seu início com ideias “copiadas” ou adaptadas entre clubes. De uniformes a escudos. De nomes a lemas.
Aston Villa, Burnley e West Ham têm cores semelhantes e compartilham essa característica. Já o Arsenal pegou as cores do uniforme “emprestadas” do Nottingham Forest, relação também vista entre Notts County e Juventus, Leeds e Real Madrid, Athletic, de Bilbao, e Southampton, dentre outras.