‘Arteta me fez chorar no Arsenal, eu só queria ir’

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A passagem de Mikel Arteta pelo Arsenal já dura mais do que cinco anos. Além das alegrias e do renascimento do time na briga por títulos, existiram momentos complicados.

Um dos casos foi o do rompimento com Pierre-Emerick Aubameyang, um dos principais nomes da Premier League na época, após quebra de regras e pulso firme do treinador.

O conflito entre Aubameyang e Arteta

O atacante gabonês encerrou sua passagem de três anos e meio no Emirates Stadium em fevereiro de 2022 depois de rescindir seu contrato com o clube inglês, em um acordo mútuo entre as partes.

Outrora o principal astro do time, o jogador cometeu uma série de infrações disciplinares que não foram aceitas por Arteta.

Mikel Arteta, técnico do Arsenal
Mikel Arteta, técnico do Arsenal (Foto: IMAGO)

Aubameyang havia sido descartado para um confronto crucial contra os rivais Tottenham em março de 2021 depois de chegar atrasado para o ônibus da equipe. Depois disso, foi cobrado pelo espanhol e admitiu que chegou a chorar.

Em entrevista ao jornalista David Ornstein, do “The Athletic”, o veterano relembrou o caso e explicou os conflitos com o treinador.

— Quando chegamos ao hotel, ele me chamou para o quarto dele e disse que eu não iria jogar. Ele foi rígido. As regras são as regras — começou o atacante.

Fiquei magoado. Chorei porque queria jogar aquele jogo, muito. Eu não queria machucar ninguém. No dia seguinte tivemos uma reunião e me levantei na frente de todos para pedir desculpas.

Segundo o jogador, ele recebeu o técnico em sua própria casa para uma conversa, para que a situação não se tornasse um caos. “Eu disse: ‘vai ficar tudo bem’. Mas a partir daí não foi a mesma coisa.”

A saída forçada do Arsenal

Aubameyang já havia superado vários desentendimentos com Arteta durante a pandemia de Covid-19. No fim de 2021, estava tentando cuidar de sua mãe, que estava doente e gerou mais uma confusão com o treinador depois de retornar tarde de uma viagem a sua cidade natal, Laval.

Aubameyang Arsenal
Aubameyang nos tempos de Arsenal (Foto: Icon Sport)

Apesar dos diversos incidentes, o atacante foi mantido como capitão pelo restante da temporada e começou a campanha seguinte com a braçadeira.

No entanto, uma viagem não autorizada a Barcelona, na tentativa de forçar uma transferência de inverno, foi a gota d’água.

Eu queria empurrar, só queria ir“, disse o gabonês. Seu plano deu certo: os Gunners aceitaram cancelar seu contrato e, depois, ele se juntou ao Barcelona.

Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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