Por que o melhor jogador do Arsenal virou alvo de questionamento após tropeços

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A falta de um camisa 9 de alto nível e as lesões sucessivas, em especial, no comando do ataque minaram as chances do Arsenal de brigar com o Liverpool pelo título da Premier League até a reta final.

Outro fator também tem sido motivo de críticas em meio aos últimos tropeços dos Gunners: a queda de desempenho do meia e capitão Martin Odegaard.

O que aconteceu com Odegaard no Arsenal?

Atuação discreta e comportamento passivo em campo têm sido a tônica das atuações de Odegaard há várias partidas. Passes inseguros, tomadas de decisão erradas e falta de protagonismo em jogadas importantes têm prejudicado o time em um momento crucial da temporada.

Na surpreendente derrota para o West Ham por 1 a 0 em pleno Emirates Stadium na última rodada, o gol de contra-ataque do rival londrino se iniciou após um passe errado de Odegaard perto da grande área adversária.

Perder as principais peças ofensivas afetaria qualquer jogador de nível de sua posição. Saka, Gabriel Martinelli e Kai Havertz fora do time foi um combo pesado de lesões que ninguém esperava.

Os reservas também não têm dado conta do recado. Além disso, Arteta improvisou o volante Mikel Merino como centroavante nas últimas três partidas e, embora o jogador tenha marcado dois gols na suada vitória sobre o Leicester, tem apresentado dificuldades na nova função.

Saka sofre lesão em jogo do Arsenal
Saka sofre lesão em jogo do Arsenal (Foto: Imago)

Faltam jogadores, mas temos que focar nos que estão disponíveis e temos qualidade mais do que suficiente para fazer mais do que fizemos hoje — disse o meia após a derrota em casa para os Hammers.

Odegaard adora jogar e tem ótimo entrosamento com os titulares do lado direito — o lateral Ben White e o ponta Bukayo Saka. O primeiro se lesionou logo no início da temporada e só retornou aos gramados na última semana, enquanto o segundo está no departamento médico desde dezembro.

Sem seus parceiros de sempre ou de substitutos à altura, Odegaard não tem conseguido assumir a responsabilidade para comandar o ataque dos Gunners com a inteligência e visão de jogo que marcaram seu período no Norte de Londres.

Os números também ajudam a mostrar a queda de desempenho. As dez assistências e oito gols da última edição da Premier League colocaram o norueguês entre os melhores jogadores da temporada anterior.

Hoje, essas estatísticas estão bem distantes de serem igualadas. Odegaard marcou apenas duas vezes e deu só três passes para gol, números que estão aquém do que se espera do meia. Vale destacar que o jogador ficou no departamento médico por seis semanas no fim do ano passado se recuperando de lesão.

Martin Odegaard em Arsenal x West Ham na Premier League
Martin Odegaard em Arsenal x West Ham na Premier League (Foto: News Images/Imago)

Há tempo para a volta por cima?

O Arsenal corre o risco de ficar mais uma temporada sem troféus. O título da Premier League está distante demais, com 13 pontos atrás do líder Liverpool, que tem um jogo a menos. Ambos ainda se enfrentam em um confronto marcado para 10 de maio em que o campeão provavelmente já estará definido.

Nas copas nacionais, também já deu adeus. Na Copa da Liga, chegou às semifinais, mas perdeu duas vezes para o Newcastle com atuações pobres dentro e fora de casa. Já na Copa da Inglaterra, não conseguiu vencer um enfraquecido Manchester United, que teve jogador expulso no início do confronto, e foi eliminado nos pênaltis.

O Arsenal se concentra agora na Champions League. Os Gunners visitam o PSV, nesta terça-feira (4), às 17h (horário de Brasília), pelo jogo de ida das oitavas de final da competição, com muita coisa em jogo.

Bukayo Saka e Gabriel Martinelli não devem estar recuperados a tempo para o duelo. Apesar das baixas por lesão, os Gunners ainda são favoritos à classificação. Uma eliminação precoce seria um grande balde de água fria a dois meses do fim da temporada.

Martin Odegaard, jogador do Arsenal
Martin Odegaard, jogador do Arsenal (Foto: IMAGO)
Pedro Ramos
Pedro Ramos

Coordenador da PL Brasil. Editor da PL Brasil entre 2012 e 2020 e subcoordenador na PL Brasil até o meio 2024. Passagens pelo jornal Estadão e o canal TNT Sports. Formado em Jornalismo e Sociologia.
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