O termo “Invencíveis” não pertence ao Arsenal, segundo o jornal inglês “Daily Mail”. Isso porque o ex-goleiro e ídolo do clube Jens Lehmann registrou a marca dos “Invincibles”. O apelido é dado ao time dos Gunners que conquistou a Premier League sem derrotas na temporada 2003/04.
A decisão surpreendeu o clube, que nunca havia pensado em proteger o nome antes. Lehmann iniciou o processo de registro no final de 2020 e o oficializou dois anos depois, com um custo de até 30 mil libras. Agora, ele detém os direitos legais para impedir que qualquer outra marca se denomine “Invencíveis”, incluindo o próprio Arsenal.
Por que Lehmann ‘comprou’ os Invencíveis?
A atitude do ex-goleiro alemão gerou reações mistas. Alguns o criticam por se aproveitar do legado do clube, enquanto outros o aplaudem por sua visão empreendedora.
Lehmann, por sua vez, se defende afirmando que seu objetivo é proteger o nome “Invencíveis” e garantir que ele seja usado de forma adequada. Ele também planeja criar uma empresa com seus ex-companheiros de equipe e comissão técnica para explorar o potencial comercial do termo.
A empresa pretende organizar eventos, lançar um documentário sobre a temporada invicta e vender produtos licenciados. Inclusive, o ídolo afirma que já está em contato com três produtoras interessadas. Todo o elenco da temporada 2003/04, incluindo o ex-técnico Arsène Wenger, apoia a iniciativa.
Segundo o Daily Mail, o clube ficou chocado. Eles nunca haviam pensado em registrar a marca, nem sabiam que alguém estava fazendo isso. Ao jornal, Lehamnn explicou o que o motivou:
— Tive a ideia porque o nome ‘Invencíveis’ se tornou cada vez mais popular à medida que se aproximava o 20º aniversário. E ninguém o tinha, então eu pesquisei. Eu estava pronto para obter os direitos da marca para o nosso grupo, então todos que a usassem estariam violando nossa marca
A jogada não foi necessariamente contra o Arsenal, mas para impedir empresas e grupos de todo o mundo de usar o termo. “Às vezes, havia caras de toda a Europa, África ou Ásia que usavam isso. Eles poderiam ter feito isso sem permissão e se chamado de ‘Invencíveis qualquer coisa’. E eles não podem mais fazer isso”, disse.
O que o Arsenal pode fazer?
Apesar do clima gerado pela marca registrada, Lehmann ainda se mostra aberto a uma parceria com o seu ex-clube. Ele admite que a empresa pode se beneficiar de uma colaboração com os Gunners.
— Se o clube tiver outras ideias boas, estamos abertos a discutir. Podemos fazer um evento no Emirates Stadium, por exemplo. O Arsenal é super importante — afirmou.
Segundo o Daily Mail, o ex-goleiro planeja fazer:
- Uma turnê internacional;
- Uma partida contra o Manchester United de 2004 ou um time de ex-jogadores de toda a liga daquele ano;
- Itens colecionáveis.
— Temos 28 jogadores e 12 funcionários, incluindo o técnico (Wenger). A empresa ainda não foi constituída porque estamos nos preparando. Haverá um ou dois eventos aqui (no Emirates Stadium) em breve, onde retribuiremos às pessoas. Todos serão acionistas da empresa — revelou.
Além disso, o alemão indicou que, se o grupo conseguir renda, farão doações para alguma instituição de caridade relacionada ao Arsenal. A relação com o clube também não deve ser perdida — alguns dos integrantes fazem parte da direção, como Edu Gaspar, dirigente, e Gilberto Silva, embaixador.