Edu teve papel crucial no Arsenal, mas erro grave sobre brasileiros é criticado por torcedores

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A torcida do Arsenal acordou na segunda-feira (4) com uma “bomba”: o diretor esportivo Edu Gaspar vai deixar o clube. Segundo informações da imprensa inglesa, o dirigente brasileiro vai comandar o projeto de futebol do empresário bilionário grego Evangelos Marinakis, dono do grupo que comanda Nottingham Forest, Olympiacos e Rio Ave.

Os torcedores dos Gunners lamentaram nas redes sociais a notícia da saída de Edu Gaspar. No início da tarde desta segunda-feira, o Arsenal confirmou a renuncia do dirigente brasileiro.

Edu Gaspar de saída do Arsenal

Ex-jogador do clube, ele chegou ao Arsenal como diretor em 2019, após passagens por Corinthians e seleção brasileira. De lá para cá, foi peça ativa de um grande projeto de reestruturação do clube, dentro e fora de campo.

Os resultados não foram imediatos, mas a espera valeu a pena. O clube estava “à deriva”, ocupando meio de tabela, sendo facilmente eliminado nas copas e longe das competições europeias. O elenco herdado por ele era de baixo nível, com vários nomes bastante criticados.

O processo de contratação foi aperfeiçoado, os cofres foram abertos e, aos poucos, Edu Gaspar conseguir fortalecer o plantel. Há algumas temporadas, os Gunners voltaram a estar disputando os títulos de todos os campeonatos que participam, com um elenco jovem, qualificado e altamente competitivo.

Edu Gaspar, diretor esportivo do Arsenal
Edu Gaspar, diretor esportivo do Arsenal (Foto: IMAGO)

Torcida faz crítica nas redes

Apesar do trabalho de alto nível em devolver o clube ao protagonismo no futebol inglês, alguns erros foram apontados por torcedores: a opção de não assinar com um artilheiro nas últimas temporadas, as vendas pouco lucrativas de atletas e a falta de contratações de jovens talentos do futebol brasileiro.

Em 2019, Gabriel Martinelli deixou o modesto Ituano para jogar no Arsenal. A contratação surpreendeu muita gente, mas o jovem jogador foi descoberto por um scout (olheiro) antes da chegada de Edu. Inclusive, Martinelli teve sua contratação anunciada na mesma semana do dirigente brasileiro.

Desde então, Edu não soube garimpar o mercado brasileiro para atrair grandes joias. Vários jovens de grande potencial foram parar nos rivais dentro e fora da Inglaterra. Em 2022, o diretor aproveitou uma oportunidade de mercado, com a possibilidade do atacante Marquinhos deixar o São Paulo de graça.

Contratado, o jovem mal teve chances, foi emprestado ao Norwich, fez um jogo apenas de Premier League e hoje está cedido ao Fluminense.

“Estávamos esperando Vinicius Junior, Rodrygo, Raphinha… contratamos Jesus, Martinelli e Marquinhos. Gabriel Martinelli foi o único grande jogador brasileiro que ele contratou”.
“Única coisa positiva é não ter mais a identificação de talentos do Edu se agora Arteta tomar as decisões. Edu foi às compras no Brasil e voltou com Martinelli e Marquinhos”.
“Além disso, fomos avisados que Edu poderia aproveitar o mercado brasileiro. Seu único acerto foi Martinelli. Por que não foram observados jogadores como Endrick, Angelo, Savinho, Vitor Roque, Danilo, João Pedro… Esqueci de mencionar que ele falhou em não trazer Raphinha para ser reserva de Saka”.
“Francis Cagigao (scout que achou Martinelli e depois deixou o clube) tem um histórico de recomendar talentos de elite para o clube. Edu, por outro lado, não trouxe nenhum bom brasileiro, considerando o sucesso que Martinelli tem tido? Algo é suspeito”
Pedro Ramos
Pedro Ramos

Coordenador da PL Brasil. Editor da PL Brasil entre 2012 e 2020 e subcoordenador na PL Brasil até o meio 2024. Passagens pelo jornal Estadão e o canal TNT Sports. Formado em Jornalismo e Sociologia.
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