Mau negócio? Arsenal ainda deve R$ 65 milhões por contratação de ‘flop’ que já saiu

6 minutos de leitura

Antes de Declan Rice quebrar o recorde, a transferência mais cara da história do Arsenal não atingiu seu potencial no clube. Nicolas Pépé foi contratado por 72 milhões de libras em 2019 depois de grande ano com o Lille, mas, quatro anos depois, deixará o clube de graça.

Os Gunners, no entanto, não pagaram as 72 milhões de libras de uma vez. Segundo o “Daily Mail”, a equipe pagou 20 milhões inicialmente e parcelou os outros 52 milhões, mas ainda “deve” uma parte.

A dívida do Arsenal por Pépé

O Daily Mail também revelou que os restantes 52 milhões seriam pagos ao longo de cinco anos, o que equivale a uma quantia de 10,4 milhões por temporada.

Assumindo que a transação deste ano já tenha sido concluída, o Arsenal já pagou 61,6 milhões de libras da transferência, o que significa que eles devem fazer um pagamento final.

Nicolas Pépé em ação pelo Arsenal
Foto: Icon Sport

Curiosamente, a equipe de Londres tem o próprio atleta para agradecer por não ter que pagar ainda mais, já que na época de sua contratação, o Napoli fez uma oferta superior a 85 milhões de libras – excluindo bônus de desempenho que teriam aumentado ainda mais a taxa, mas o marfinense só queria os Gunners.

Foi o que explicou à rádio inglesa “talkSPORT” o ex-dono do Lille, Gerard Lopez, na época. Segundo ele, “o Arsenal fez um negócio incrível”:

— Eles conseguiram um jogador que outras pessoas queriam, um jogador a quem um clube estava oferecendo mais dinheiro. Foi o staff do Pépé que nos pediu para ir para o Arsenal, por isso aceitamos um pouco menos de dinheiro do que teríamos conseguido em outro lugar – revelou.

A luta de Pépé nos Gunners

Apesar de lutar por consistência durante a sua temporada de estreia nos clube inglês, onde jogou sob três treinadores diferentes – Unai Emery, Freddie Ljungberg e Mikel Arteta -, o ponta ainda contribuiu com oito gols e 10 assistências, e também conquistou um lugar no onze titular na final da FA Cup de 2020.

E com a sua segunda temporada trazendo um aumento nas suas contribuições de gols (16 gols e cinco assistências), parecia que ele estava se tornando um jogador regular sob o comando de Arteta.

Foto: Icon Sport

No entanto, o surgimento de Bukayo Saka reduziu o seu tempo de jogo e, depois de passar a última temporada emprestado ao Nice, ele agora tem um novo começo na Turquia com o Trabzonspor.

Em última análise, Pépé mostrou vislumbres de cumprir as elevadas expectativas que recaíam sobre ele após se tornar a contratação mais cara da história do Arsenal, mas, no final das contas, nunca atingiu completamente essas alturas

A saída melancólica

Além do empréstimo ao Nice, na última temporada, o jogador viu que não teria espaço e, em meio a um conflito interno no Emirates Stadium, se recusou a vestir a camisa dos Gunners novamente.

Ele tinha contrato até o final desta temporada, mas foi liberado de graça e acertou com o Trabzonspor, da Turquia. Inicialmente, o jogador terá um vínculo de um ano com os turcos.

Nos últimos dias da janela de transferências, Pépé bateu o pé e disse que não jogaria mais pelos Gunners, mas também não fazia questão de sair. Isso o renderia um ano “parado” ganhando cerca de 6,5 milhões de libras (R$ 40 milhões) de salários.

Seus vencimentos no Arsenal eram de 150 mil libras por semana, e também por isso os londrinos queriam sua transferência. Ele negociou com Beskitas e com o Al-Shabab, mas aceitou ir ao Trabzonspor.

Nicolas Pépé pelo Arsenal

  • 112 jogos
  • 27 gols
  • 21 assistências
  • FA Cup (2020)
Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

Contato: [email protected]