A temporada 2016/17 da Premier League se encerrou no último domingo (21) e teve o Chelsea, de Antonio Conte, como campeão. A equipe londrina, que já havia conquistado o título há duas rodadas, goleou o rebaixado Sunderland por 5 a 1 e ergueu a taça em Stamford Bridge.
O resultado fez a equipe comandada por Antonio Conte chegar a 93 pontos, divididos em 30 vitórias e apenas 3 empates. Conte liderou os melhores visitantes da competição, somando 13 triunfos fora de seus domínios; o time azul, ainda, teve o segundo melhor desempenho em casa, com 17 triunfos e 2 tropeços, ficando atrás apenas do vice-líder Tottenham Hotspur. Um desempenho, de fato, incontestável.
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Com mais esse caneco, a relação entre ‘Chelsea – treinadores italianos’ ficou ainda melhor. Gianluca Vialli, Claudio Ranieri, Carlo Ancelotti e Roberto Di Matteo foram os conterrâneos antecessores que marcaram história no clube. Em sua primeira temporada em Londres, Conte já figura na história nos Blues. Não são raros os momentos em que o nome do treinador é cantado repetidamente ao longo dos jogos. E esse amor pode ser aumentado se os Blues baterem o Arsenal na final da FA Cup.
Listamos abaixo cinco momentos em que o treinador italiano foi cirúrgico no comando do time azul:
Escalar David Luiz como titular
No início da temporada, o elenco do Chelsea tinha, além do zagueiro brasileiro, John Terry, Gary Cahill, Branislav Ivanovic e Kurt Zouma para o setor defensivo. Marcado pelo vexame do 7 a 1 entre os brasileiros, e pela suposta indisciplina tática, David ganhou confiança com o técnico e da torcida, assumiu a posição e não largou mais. O dono da camisa 30 atuou em 33 dos 38 jogos possíveis na Premier League.
Adaptar o sistema de três zagueiros
O Chelsea começou a campanha com uma linha de 4 defensores com Cesar Azpilicueta, David Luiz, Gary Cahill e Marcos Alonso. Não deu certo. Na reta final da derrota frente ao Arsenal por 3 a 0, Conte aplicou o sistema com três zagueiros e desde então não parou mais. Azpilicueta com zagueiro pela direita, David Luiz pelo centro e Cahill pela esquerda foi com essa segurança que o time londrino se acertou e partiu rumo ao título.
O esquema deu tão certo que foi utilizado por outros treinadores ao longo do campeonato: Mauricio Pochettino, Arsène Wenger e até Pep Guardiola utilizaram a tática do trio de defensores em alguns momentos no ano.
Inovar na escalação de Victor Moses
Além de reinventar Azpilicueta do desloca-lo para a zaga, Conte investiu em Moses para atuar como ala pela direita. O atacante nigeriano de fracas passagens em Liverpool e até mesmo no próprio Chelsea foi utilizado e foi peça fundamental para o time durante a competição. O atleta, titular em 34 jogos no campeonato, balançou as redes em três oportunidades.
Gerir bem a briga com Diego Costa e por posição no time
A imprensa inglesa admite que o fator resultante na demissão de José Mourinho do Chelsea no ano passado foram as rusgas com o elenco. Nesta temporada, especulações como essa circundaram o CT de Cobham e foram divulgadas notícias sobre desavenças entre o Conte e Diego Costa.
Em uma delas, o hispano-brasileiro teria ofendido um auxiliar técnico e teria sido duramente repreendido pelo treinador. Ele tirou de letra. Conte resolveu a treta internamente e o grupo do Chelsea seguiu focado no objetivo do título. Durante as comemorações da conquista, os dois mostraram não haver nenhum resquício.
O técnico italiano também soube gerenciar bem qualquer tipo de desânimo dentro do grupo, haja visto que estrelas como Willian e Cesc Fàbregas foram presenças constantes no banco de reservas ao longo da campanha. Fàbregas, um dos três maiores assistentes da história da Premier League, começou jogando em 13 oportunidades das 29 que jogou.
Entretanto, o espanhol terminou a temporada com cinco gols e 12 assistências. Willian, eleito o melhor jogador do clube na temporada passada, atuou como titular apenas 14 vezes, das suas 34 aparições. No entanto, o brasileiro manteve o bom desempenho com oito tentos e duas assistências.
Dar espaço para Terry se despedir do clube
Com um declínio técnico evidente, John Terry perdeu espaço no grupo titular do Chelsea. Pela Premier League, Terry iniciou apenas seis partidas e veio do banco em outras três. Mais próximo do fim da campanha, o zagueiro anunciou que deixaria o clube ao fim da temporada. Quis o destino que o último gol com o fardamento azul saísse exatamente em um dos cotejos para homenageá-lo.
No último, o zagueiro deixou o campo no minuto 26, número que usou nos mais de 715 jogos que fez defendendo o clube. Conte avaliou bem e acertou em dar espaço para um dos maiores ídolos da história do Chelsea se despedir do jeito que deveria: com gol, com vitória, com título.