Bergkamp viajou a Londres para assinar com rival do Arsenal, diz ex-empresário em revelação surpreendente

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Já imaginou se a icônica estátua de Dennis Bergkamp, ídolo do Arsenal, estivesse exposta na frente de outro estádio em Londres? Era o que poderia ter acontecido, de acordo com uma história revelada pelo site inglês “TalkSport”.

Dennis Bergkamp fez história e virou lenda dos Gunners de 1995 a 2006, chegando ao saldo de três taças da Premier League e quatro da Copa da Inglaterra. Porém, conforme relatado pelo agente Jerome Anderson, que cuidou da transação do atacante vindo da Inter de Milão para o futebol inglês, as coisas poderiam ter tomado outro rumo.

ídolo do Arsenal, Dennis Bergkamp quase jogou em rival dos Gunners

De acordo com o Anderson, depois de fazer um bom início de carreira no Ajax, Bergkamp passou por maus bocados na Itália. Por isso, ele decidiu partir para a Inglaterra. E o destino já estava decidido: Chelsea, na época comandado pelo herói de infância do holandês, Glenn Hoddle. 

— O herói de Dennis quando jovem foi Glenn Hoddle. Quando jovem, ele adorava vestir a camisa 10. Finalmente, depois de passar por momentos difíceis na Itália, decidiu que gostaria de vir jogar na Inglaterra. A situação de Dennis era esta, ele concordou, e todos nós concordamos que ele assinaria com o Chelsea.

E o que fez o atleta mudar de ideia e entrar para a história do rival londrino? A “repentina” falta de dinheiro no caixa dos Blues. Segundo Anderson, o diretor do clube ligou para ele quando Dennis estava dirigindo a caminho da cidade para dizer que não havia libras suficientes para fechar com o holandês.

Dennis Bergkamp
Foto: Icon sport

— Ele (Bergkamp) estava dirigindo e recebi um telefonema do então diretor administrativo Colin Hutchinson. Ele disse ‘ainda queremos contratar Dennis, mas não temos dinheiro’. Foi um verdadeiro choque, pois trabalhávamos no acordo há muito tempo. 

Anderson se viu numa “sinuca de bico” e precisou pensar rápido para encontrar uma saída até a chegada do atleta com sua esposa. Ele contou que ligou para o agente pessoal holandês de Bergkamp, explicou o que aconteceu e pediu permissão “para falar com outro clube”. Com o aval do empresário, Anderson foi atrás do Arsenal.

— Desliguei o telefone e liguei para David Dein (vice-presidente do Arsenal na época) e disse: ‘Algo aconteceu hoje e você pode ter uma oportunidade incrível de contratar um jogador que ainda não atingiu seu auge e é conhecido como um jogador internacional maravilhoso que passou por momentos difíceis na Itália. É Dennis Bergkamp.

— Ele disse: ‘Podemos estar interessados, mas a primeira coisa que você precisa fazer é falar com o técnico’. Então entrei no meu carro e fui até Bruce Rioch (técnico do Arsenal) e disse: ‘Você gostaria de contratar Dennis Bergkamp?’. Ele disse: ‘Jerome, se conseguirmos contratar Dennis Bergkamp, ​​eu o contrataria amanhã’. 

Anderson chegou a conversar com Bergkamp por telefone enquanto ele estava na estrada, mas não contou que agora negociava com um rival de seu grande ídolo. Então, o presidente do Arsenal organizou uma reunião do conselho “que durou várias horas em sua casa” para acertar os detalhes do contrato. Eles fecharam em uma taxa de transferência de 7,5 milhões de libras.

Quando Bergkamp finalmente chegou em Londres, Anderson relata que ele ficou chateado por não poder viver o sonho de jogar com Glenn Hoddle.

 — Eu disse: ‘Olha, pelo menos, fale com Bruce, vá ao Highbury (antigo estádio do Arsenal), dê uma olhada nas paredes de mármore e tente entender a história do que é um grande, grande clube. Ele concordou com isso e, felizmente, se deu muito bem com o Sr. Rioch. O resto é história.

A história de Bergkamp foi tão vitoriosa que rendeu uma estátua na frente do Emirates Stadium, inaugurada em 2014. Já imaginou se ela tivesse sido levantada na entrada do Stamford Bridge?

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Maria Tereza Santos

Jornalista pela PUC-SP. Na PL Brasil, escrevo sobre futebol inglês masculino E feminino, filmes, saúde e outras aleatoriedades. Também gravo vídeos pras redes e escolhi o lado azul de Merseyside. Antes, fui editora na ESPN e repórter na Veja Saúde, Folha de S.Paulo e Superesportes.