Contratado em junho de 2018, junto ao Shakhtar Donetsk por cerca de 52 milhões de libras, Fred vem vivendo em sua segunda temporada o seu melhor momento no Manchester United.
Uma primeira temporada aquém
Sob os elogios de José Mourinho sobre sua criatividade e visão de jogo, Fred teve em 2018/2019 uma temporada muito aquém do que esperado. O brasileiro não conseguiu se firmar na equipe titular e colecionou atuações abaixo da crítica.
O português saiu e deu lugar a Ole Gunnar Solskjaer. O norueguês teve um começo avassalador e, embora o meio-campo brasileiro tenha ido relativamente bem diante do Paris Saint Germain, no geral, não conseguiu mostrar o futebol de outros tempos e que o fez ser contratado.
A pré-temporada de 2019/2020
Em maio de 2019, Tite divulgou a lista dos atletas que defenderiam a Seleção na Copa América da edição daquele ano. Fred ficou fora.
Até então, algo normal. Porém, a imprensa inglesa noticiou que o brasileiro contava com a convocação e, consequentemente, com um período maior de descanso, se apresentando ao clube depois da maioria dos demais companheiros.
Baseado nisso, o meia havia marcado seu casamento. As coisas não ocorreram como o esperado, não houve férias prolongadas e Fred se apresentou depois do previsto para os preparativos de pré-temporada. Não deu outra: perdeu mais espaço e começou ainda mais atrás dos concorrentes pela posição.
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Aproveitando a oportunidade
Com todos os percalços, o camisa 17 começou o ano sendo a última opção para a posição, sendo tratado, inclusive, como “piada” pela imprensa e torcedores ingleses. Mas diante da onda de lesões que atingiram os meias mancunianos, Fred ganhou uma oportunidade.
Em setembro de 2019, fez sua estreia na temporada. Entrou aos 67 minutos no jogo contra o Leicester. Foi ganhando tempo na Europa League e Copa da Liga e, desde a partida em outubro contra o Newcastle, assumiu de vez a titularidade.
A consolidação
Com Pogba jogando cada vez menos, Matic longe da sua melhor forma, Andreas e Lingard atuando mais à frente, muitos garotos da base e nenhuma contratação para o setor, Fred e McTominay se tornaram os donos do meio-campo Red Devil.
Diferente dos tempos de Shakhtar, o brasileiro passou a atuar mais recuado e dando liberdade para o escocês aparecer mais ao ataque. Isso é evidenciado pelas altas médias, por jogo, de interceptações, desarmes, intensidade na pressão e o baixo número de apoios na construção, como assistências e gols que o camisa 17 tem apresentado.
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A adaptação a uma nova liga, com uma velocidade de jogo completamente diferente, com muitos duelos físicos, e representando uma equipe que se encontra em construção mas que carrega um peso enorme por resultados, certamente influenciou no desempenho de Fred.
Até mesmo a proposta de um jogo mais reativo, utilizando-se de contra-ataques para conseguir os resultados, impacta no que se espera e no que, dentro desse estilo, o meio-campista é capaz de entregar. Um alento é a volta dos passes longos que o brasileiro tem explorado muito bem, servindo com maestria aos companheiros.
O que esperar de Fred daqui para frente?
Com a lesão de McTominay e a entrada de Matic, o desempenho da dupla oscilou. O sérvio não tem a velocidade e agilidade de outrora, e Fred ainda sofre um pouco quando acuado ou sob pressão.
O destaque nas ações defensivas permanece, mas a expectativa é que ele possa desempenhar melhor nos momentos ofensivos. Isso, claro, passa pelo que Solskjaer planeja e colocará em prática no time.
Talvez não nesta temporada, mas na próxima, e a depender do andamento no Manchester United no mercado de transferências, pode-se esperar e ter um Fred mais adaptado e apresentando um futebol mais completo como nos tempos de Ucrânia.