A fundação da Premier League marca um conjunto de alterações muito significantes no futebol inglês. Considerando premiações individuais e coletivas e o desempenho geral na Inglaterra, assim como pesando marcas históricas e a longevidade em um clube, a PL Brasil preparou a Seleção da Era Premier League com apenas um representante por equipe que já disputou o campeonato inglês.
A seleção da Era Premier League sem repetição de times
Goleiro – Nigel Martyn (Leeds United)
Mesmo sem ter vencido uma Premier League, o ex-goleiro dos Whites tem grandes feitos individuais na história da Liga e do futebol inglês. Como exemplo, foi o primeiro arqueiro a custar um milhão de libras no cenário britânico.
Nigel Martyn era um dos principais expoentes de um Leeds muito competitivo que se desfez após o clube entrar em colapso financeiro. Em seis temporadas sendo titular da equipe de West Yorkshire, apenas em sua primeira o clube terminou fora das cinco posições inicias da tabela.
Presente em históricas campanhas do clube como as semifinais de Copa Uefa (atual Europa League) e Champions League, Martyn é o quinto goleiro com mais jogos sem sofrer gols na história do campeonato. Foi também o primeiro da posição a ser incluído três vezes na seleção da temporada britânica.

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Lateral-esquerdo – Graeme Le Saux (Blackburn Rovers)
Graeme Le Saux chegou ao Blackburn Rovers depois de deixar o Chelsea, em 1993, contrariado sobre seu tempo de jogo. Com vocação ofensiva, o inglês se tornou uma importante peça daquele competitivo time de Kenny Dalglish que foi o surpreendente campeão da Premier League 1994/1995.
Em 1997, Le Saux retornou aos Blues como o defensor mais caro do futebol inglês. Pelo clube londrino, o lateral venceu quatro troféus em seis temporadas na segunda passagem.
O lateral marcou os primeiros anos de liga inglesa se consolidando como um dos melhores laterais britânicos da década de 1990. Nesse período, foi escolhido pela Associação dos Futebolistas Profissionais (PFA) para compor a seleção do ano da Premier League duas vezes.
⏮️ On this day in 1993…
Graeme Le Saux signed for #Rovers for £700,000!
151 appearances 💪
7 goals ⚽️
1 Premier League title 🏆 pic.twitter.com/mi38XPhgBf— Blackburn Rovers (@Rovers) March 25, 2019
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Zagueiro – Paul McGrath (Aston Villa)
Deixando o Manchester United em 1989, Paul McGrath rumou ao Aston Villa para superar os problemas físicos e com álcool que atrapalhavam sua carreira. Mesmo com algumas lesões, o beque brilhou nos Lions e se tornou um dos maiores jogadores irlandeses de todos os tempos.
Ao chegar à equipe do Villa Park, o zagueiro irlandês compôs um time instável que passava por mudanças depois de um início de década muito vitorioso. Isso não impediu que McGrath se destacasse, fazendo boas temporadas mesmo em meio às oscilações do clube. Na época, o Villa foi de vice-campeão à luta contra o rebaixamento em uma temporada.
Muito forte e rápido, o camisa 5 do Aston Villa foi o primeiro jogador a vencer o prêmio de melhor da temporada na era Premier League, na qual o clube foi vice-campeão. Paul também exerceu papel fundamental nas conquistas das Copas da Liga de 1993/1994 e 1995/1996, as taças de elite mais recentes do clube.

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Zagueiro – Sol Campbell (Tottenham Hotspur)
Um dos zagueiros mais sólidos de sua geração, Sol Campbell atuou por nove temporadas pelo Tottenham, clube que o formou. O inglês não era o melhor passador, mas sabia usar sua velocidade, fisicalidade e liderança dentro de campo.
Campbell levantou a taça Copa da Liga de 1998/1999 como capitão, sendo esse o único título que conquistou com os Spurs. Dois anos depois, o camisa 5 rumou ao rival, Arsenal, gratuitamente. Pelos Gunners, Campbell jogou cinco temporadas e conquistou duas PLs e outros dois títulos.
🎶 Double, double, double… Sol Campbell has won the double! 🎶
🏆🏆 @SolManOfficial 🙌 pic.twitter.com/ftZsdtkeM0
— Arsenal (@Arsenal) September 18, 2018
Nesse período, Sol atingiu o maior nível de seu futebol sendo um dos pilares defensivos dos “Invencíveis” e estando na seleção da liga por dois anos consecutivos, 2002/2003 e 2003/2004. O beque foi quase sempre titular até que algumas lesões atrapalharam sua sequência no final da primeira passagem por Highbury.
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Lateral-direito – Pablo Zabaleta (Manchester City)
Certamente um dos nomes mais questionados dessa lista, Pablo Zabaleta é um dos laterais mais regulares de uma Premier League marcada pela hegemonia de Gary Neville.
O argentino foi uma das primeiras aquisições dos Citizens depois do clube ser adquirido pelo Abu Dhabi United Group. O argentino, ala de características mais defensivas, participou ativamente do primeiro título de liga que consolidou o Manchester City como a potência que é hoje.
O ex-camisa 5 dos Citizens conquistou seis taças em nove anos como jogador do clube, incluindo dois campeonatos ingleses. Compôs também o time do ano escolhido pela PFA na temporada 2012/2013, quando contabilizou 113 desarmes no campeonato e foi reconhecido mesmo sem seu clube ter vencido o troféu.

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Meia – Frank Lampard (Chelsea)
A expectativa em torno do trabalho de Frank Lampard como treinador muito se dá devido à marca histórica que o mesmo deixou na Inglaterra em seus tempos de jogador.
O ex-camisa 8 dos Blues foi o jogador que mais atuou pelo Chelsea na Premier League, sendo o terceiro com mais jogos na história da liga. Em 13 temporadas pelos Blues, conquistou três taças do campeonato inglês e outros dez títulos, além de premiações individuais como as de melhor jogador ou melhor assistente da competição.
Lampard era um meio-campista muito técnico e participativo defensiva e ofensivamente, com privilegiada visão de jogo e capacidade de finalização, além de ser um líder de elenco. Seu talento pode ser exemplificado pelo fato de ser o 4º maior assistente e o 5° maior artilheiro da liga, sendo o único meia entre os cinco primeiros desse último ranking.
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Meia – Steven Gerrard (Liverpool)
A injustiça de não ter sido agraciado com uma Premier League não poderia ser suficiente para deixar Steven Gerrard de fora dessa lista.
Um dos meio-campistas mais completos de sua geração, com excelentes marcas ofensivas e defensivas, Stevie foi premiado uma vez como melhor atleta da competição e possui oito aparições na seleção da temporada, sendo ambas as condecorações designadas pela PFA.
Our #GreatestLFCPLGoal, as voted by you. ⚽
🔥 GERRARD 🔥 pic.twitter.com/QQeAnGBeUV
— Liverpool FC (@LFC) July 15, 2017
Apesar de ter batido na trave duas vezes no Campeonato Inglês, Gerrard conquistou 11 taças em 17 anos de Liverpool. Foi também um dos jogadores que atingiu o mais alto nível de desempenho na liga, chegando a vencer a terceira colocação do Ballon d’Or da France Football em 2005.
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Meia – Ryan Giggs (Manchester United)
Se a “era Premier League” tivesse de ser representada por um único jogador, talvez o meia galês fosse o mais apropriado símbolo a ser escolhido, mas não só por seu currículo vasto.
Em seus 24 anos nos Red Devils, além das 13 taças de liga conquistadas, Ryan Giggs se tornou detentor de diversos recordes locais. É o jogador que mais acumula assistências, mais vezes foi campeão, atuou mais temporadas, entre outras marcas que consideram os 28 anos desde o surgimento do campeonato no modelo atual.
O eterno camisa 11 do United se consolidou como um jogador muito regular e com um nível de influência considerável nas diversas temporadas com a camisa vermelha de Manchester. Não à toa, venceu a eleição de melhor jogador da liga nas premiações que comemoraram duas décadas da competição, diante de concorrentes como Cristiano Ronaldo.

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Atacante – Thierry Henry (Arsenal)
Em seus oito anos de Arsenal na primeira passagem, Thierry Henry se consolidou não apenas como ícone do clube, mas também como um símbolo da Premier League, uma referência de qualidade e idolatria que poucos conseguiram atingir, e por isso merece integrar essa seleção.
Após se frustrar na Itália, o francês chegou em 1999 para substituir Nicolas Anelka, porém seu desempenho logo fez com que a memória de seu compatriota fosse ofuscada. Henry venceu sua primeira liga em 2001/2002, no entanto sua segunda conquista de liga – em 2003/2004 – foi a mais emblemática. Thierry anotou 30 tentos, sendo o artilheiro do lendário esquadrão dos “Invencíveis”, campeão invicto do campeonato inglês.
Depois de muito esbanjar recursos e inteligência para finalizar, Henry deixou o Arsenal com seis títulos e rumou a Barcelona. Saiu também como detentor de importantes recordes, tais quais os de maior artilheiro da história do clube, maior goleador estrangeiro e jogador mais vezes premiado como melhor da temporada da liga.
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Atacante – Jamie Vardy (Leicester City)
Uma impressionante trajetória de superação e o protagonismo de uma conquista histórica. Era impossível que alguém com essas credenciais não marcasse seu nome na Premier League. Jamie Vardy chegou aos Foxes ainda na segunda divisão inglesa, após deixar o pequeno Fleetwood Town, para conduzir o clube em uma conquista chocante posteriormente .
Na temporada do título da liga, Vardy foi o artilheiro do clube – com 24 tentos – e eleito o melhor jogador da competição. Além disso, o camisa 9 quebrou o recorde de Ruud van Nistelrooy de mais partidas consecutivas marcando gols.
Após viver sua temporada de evidencia aos 28 anos, Jamie manteve uma boa regularidade. Como um centroavante diferenciado por sua velocidade, Vardy vem sendo sempre o artilheiro geral do Leicester tendo feito 16 gols em seu pior período. É o melhor marcador da liga com 23 gols em 34 jogos atualmente.
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Atacante – Alan Shearer (Newcastle)
Por fim, um dos nomes que não podem faltar em qualquer seleção da Premier League é o de Alan Shearer. Maior artilheiro da história do campeonato e recordista de gols numa temporada, o inglês foi protagonista do título de liga do Blackburn Rovers.
Shearer se destacou por unir velocidade, fisicalidade e uma perna direita com muita qualidade na finalização. Na temporada 1994/1995, fez uma dupla letal com Chris Sutton e anotou 34 gols em 42 jogos de liga. O título encerrou um jejum de 81 anos do Blackburn sem o nacional e inaugurou a lista de campeões da liga fora do Big Six.
Em 1996, o centroavante rumou para o Newcastle, clube de sua cidade natal, por 15 milhões de libras, compondo a transferência recorde mundial da época. Em meio a trocas de treinadores, lesões e perda da capacidade financeira do clube, Shearer foi o artilheiro geral dos Magpies em todas as dez temporadas que esteve presente, mas se aposentou sem nenhum título pelo clube.
