Historicamente, os times da Inglaterra fizeram papel bonito nas competições europeias. Por isso, a PL Brasil lista agora as maiores conquistas de clubes ingleses nos torneios continentais.
Confira as 7 maiores conquistas dos clubes ingleses pela Europa
Leeds United e o primeiro bicampeonato europeu
A Taça das Cidades com Feiras foi uma competição disputada de 1955 a 1971 com clubes das cidades que possuíam grandes feiras de comércio. Estranho? Não. As feiras eram comuns em muitas das grandes cidades europeias em meados do século passado.
A Uefa não era responsável pelo torneio, porém, após alguns grandes jogos, a federação passou a organizá-lo em 1971, e assim nasceu a Copa da Uefa, atual Liga Europa. Ou seja, a Taça das Cidades com Feiras é a predecessora da segunda maior competição da Europa.
O Leeds foi o primeiro inglês a vencer a competição em 1967/1968. Essa foi uma das grandes conquistas de clubes ingleses na história.
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A competição era disputada em formato de mata-mata desde a primeira fase. Na temporada 1970/1971, o Leeds voltou a conquistar a Europa. Esse foi o último ano da Taça antes de ser incorporada pela Uefa. O clube passou por Sarpsborg, Dynamo Dresden, Spartak Praga, Vitória de Setúbal, Liverpool e, na final, derrotou a Juventus, da Itália, após empatar as duas partidas e ganhar pelos gols marcados fora de casa.
Final Leeds x Juventus
Leeds: Spranke; Reaney, Hunter, Cooper; Charlton, Madeley, Bremner, Giles; Clarke, Jones, Lorimer.
Juventus: Tancredi; Spionose, Salvadore, Marchetti, Furino; Morino, Haller, Capello; Causio, Anastasi, Bestega.
Chelsea, o azarão que conquistou a Europa
Os Blues fizeram uma das campanhas mais “erradas” da história de um campeão. Demissão de treinador no meio da competição, vaga praticamente perdida nas oitavas, empate inesperado com o melhor time do mundo, final contra os donos da casa. Um roteiro de filme, mas real.
Um campeão com um treinador interino, que seria demitido meses após a conquista. Um time que nem ficou entre os quatro primeiros na tabela da Premier League daquela temporada. E, por isso tudo, é uma das maiores conquistas de clubes ingleses em competições internacionais.
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Oitavas de final tomando 3 a 1 do Napoli, na Itália, e revertendo o placar no apagar das luzes em Stamford Bridge. Da demissão de Villas Boas para a efetivação de Di Matteo como treinador, até o jogo épico em Barcelona.
Uma final saindo atrás do placar, na casa do adversário, e um empate com gol de um dos maiores personagens daquele título. A prorrogação ainda contou com pênalti defendido.
E, na decisão por pênaltis, perdendo o primeiro enquanto o adversário já havia aberto o placar. O Chelsea ficou atrás do placar até na disputa por pênaltis do título. Mas virou e foi campeão europeu.
Final de Chelsea x Bayern de Munique
Chelsea: Cech; Bosingwa, Cahill, David Luiz, Cole; Mikel, Lampard, Kalou, Mata, Bertrand; Drogba.
Bayern: Neuer; Lahm, Tymoshchuk, Boateng, Contento; Schweinsteiger, Kross, Robben, Muller, Ribery; Gomez.
Uma década após a tragédia, a glória máxima
Em 1958, os Busby Babes caíram do céu e levaram consigo o sonho da primeira conquista europeia por um clube inglês. Era o melhor time das últimas temporadas. Um time com a média de idade de 21 anos agora com oito mortos e vários feridos.
Após isso, a reconstrução. Dennis Law, George Best, a volta de Bobby Charlton, um time lendário que devolveu o Manchester United aos tempos de glória. Até que, no dia 29 de maio de 1968, o triunfo máximo de quem superou a tragédia.
A final foi vencida diante do Benfica, maior potência da Europa na época ao lado do Real Madrid, contando com nomes como Eusébio, entre outros.
Jogos épicos durante todo o torneio, contando com a eliminação do todo poderoso Real Madrid na semifinal pelo placar de 4 a 3 e a já citada final diante do Benfica, em Wembley, por 4 a 1.
Final de Manchester United x Benfica
Manchester United: Stepney; Brennan, Foulkes, Sadler, Dunne; Charlton, Crerand, Stiles; Best, Kidd, Aston.
Benfica:José Henrique; Calisto, Fernandes, Jacinto Santos, Fernando Cruz; Graça, Mario Coluna, José Augusto, José Torres; Eusébio, Simões.
Um pequeno que se agigantou em uma década
O Nottingham Forest nunca figurou entre os principais clubes do futebol inglês. Porém, durante o fim da década de 1970, início de 1980, o Forest viveu seus tempos áureos com um título inglês e, acima de tudo, duas conquistas da Champions.
Comandados por Brian Clough, a equipe chegou a glórias inimagináveis. Clough pegou a equipe na segunda divisão da Inglaterra, conquistando o acesso para a primeira divisão e se tornando campeão inglês da primeira divisão logo em sua primeira temporada na competição, em 1977/78.
O que parecia o degrau mais alto se tornou um sonho na temporada 1978/79. O Forest disputou pela primeira vez a Liga dos Campeões e chegou como a surpresa da competição após uma fantástica temporada anterior.
O mais surpreendente daquela equipe na competição foi o poderio ofensivo. Eliminaram Liverpool, AEK, Grasshoper, Colônia e o Malmo, na grande final, com gol de Trevor Francis.
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Mas a história não havia acabado.
A temporada 1979/80 guardava mais uma grande surpresa para a cidade e para o clube: o bicampeonato europeu. Passando com facilidade pelos adversários, agora não mais como azarão e sim como um clube respeitado no continente, o Forest manteve o equilíbrio, a segurança e o poderoso ataque para chegar de novo ao topo.
A final com o Hamburgo foi realizada no Santiago Bernabeu, em Madri, e vitória por 1 a 0, gol de Robertson.
Final de Nottingham Forest x Hamburgo
Nottingham Forest: Shilton; Viv Anderson, Lloyd, Burns, Gray; McGovern, Bowyer, Mills; O’Neill, Birtles, Robertson.
Hamburgo: Kargus; Kaltz, Buljan, Nogly, Jakobs, Memering; Hieronymus, Magath, Keegan; Reimann, Milewski.
A final que virou milagre
Essa é uma das maiores conquistas de clubes ingleses na Europa. Também considerada uma das finais mais emocionantes. Duas equipes gigantes frente a frente, porém, um time recheado de craques e jogando um futebol acima do comum, o outro, um time sólido, sem grandes nomes, mas com um jogo coletivo anormal.
Foi assim que Milan e Liverpool chegaram a Istambul para se enfrentarem naquela que seria uma das partidas mais épicas do futebol mundial. Na fase de grupos, os Reds ficaram avançaram apenas na segunda posição.
Passou por Bayern Leverkusen, Juventus e Chelsea, até chegar à decisão. Contra o Milan, um choque de realidade já no primeiro minuto. Maldini abriu o placar para os italianos logo no início. Instabilidade dos Reds e mais dois gols, ambos de Hernán Crespo.
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No intervalo, um 3 a 0 quase irreversível. A melhor defesa da Europa pela frente, mas “You’ll never walk alone” soou nos ouvidos do time do Liverpool. Empurrados desde o primeiro minuto da segunda etapa, a equipe protagonizou uma das maiores viradas da história do esporte. Em seis minutos, gols de Gerrard, Smicer e Xabi Alonso: um Milan em choque.
O 3 a 3 durou pelos próximos 30 minutos do tempo regulamentar e mais 30 da prorrogação, até as penalidades máximas.
Após o empate, o Milan chegou apático aos pênaltis. Os italianos perderam três dos cinco pênaltis e o Liverpool se sagrou campeão europeu após quase três décadas de jejum.
Final Liverpool x Milan
Liverpool: Dudek; Finnan, Carragher, Hyppia, Traoré; Xabi Alonso, Gerrard, Kewell, Luis García, Riise; Baros.
Milan: Dida; Cafu, Stam, Nesta, Maldini; Pirlo, Gattuso, Seedorf, Kaká; Shevchenko, Crespo.
O Camp Nou foi em Manchester por um dia
Mais um exemplo de partida que podem entrar no hall de maiores finais de Liga dos Campeões de todos os tempos. Mais uma vez com um clube inglês como protagonista. Outra vez saindo atrás do placar.
Manchester United e Bayern de Munique se enfrentaram no dia 26 de maio de 1999, em Barcelona, na Espanha, para mais uma partida final do maior torneio da Europa. Porém, a história dos dois se cruzou logo na primeira fase.
Naquela época, apenas o primeiro colocado e os dois melhores segundos colocados – entre oito – de cada grupo passavam para a fase seguinte da Liga. Por coincidência, Manchester e Bayern caíram no mesmo grupo na primeira fase, o grupo D. No mesmo grupo ainda estava nada mais, nada menos que o Barcelona.
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As três equipes realizaram praticamente um triangular para decidir quem passaria para a próxima fase.
A equipe espanhola deu adeus à competição após perder para o Bayern tanto fora, quanto dentro de casa, somando assim oito pontos e deixando os alemães na primeira colocação do grupo.
O United foi o segundo melhor entre os segundos colocados, ficando apenas atrás do Real Madrid. Na fase final, eliminou Internazionale e Juventus até chegar à final no Camp Nou.
Logo aos seis minutos de partida, após contra-ataque rápido, o Bayern conseguiu uma falta na entrada da área do United. Mario Basler foi para a bola e, por baixo e no canto de Schmeichel, marcou para os bávaros. Um a zero.
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O jogo travou, o Bayern deu o ritmo à partida e o United acatou. A primeira etapa chegou ao fim, a segunda começou e a levada do jogo seguiu a mesma.
Aos 30 da segunda etapa, Sir Alex Ferguson tomou a decisão crucial para o futuro da final. Sacou Jesper Blomqvist e Andy Cole e lançou Teddy Sheringham e Ole Gunnar Solskjær em campo.
Dois atacantes a mais e o United foi “de cabeça” ao ataque. Os Red Devils fizeram a famosa “blitz” contra o Bayern, mas o resultado não apareceu. Aos 45 da segunda etapa, o árbitro Pierluigi Collina apontou os acréscimos. O resultado se consolidava a favor dos alemães, até que a bola saiu para escanteio.
Beckham bateu, Schmeichel – sim, o goleiro – subiu com a zaga, perdeu, a bola sobrou para Yorke, que cabeceou. A zaga cortou para a entrada da área. Giggs bateu de perna direita, torto, a bola iria para fora…
Até encontrar o pé de Sheringham. Empate aos 46 da segunda etapa. A esperança do United renascia e o jogo tomava o rumo da prorrogação. Até que, num lance isolado na ponta esquerda, Solskjær pedalou e chutou a bola nas pernas de Kuffour. Escanteio e último lance da partida aos 48.
Beckham na bola, na cabeça de Sheringham, um cabeceio torto outra vez… Até encontrar o pé de Solskjær. Os três minutos mais malucos da história de uma final de Champions League.
Final de Manchester United x Bayern de Munique
Manchester United: Schmeichel; Neville, Johnsen, Stam, Irwin; Giggs, Beckham, Blomqvist, Butt; Yorke, Cole.
Bayern: Kahn; Matthaus; Babbel, Linke, Kuffour, Tarnat; Effenberg, Jeremies, Basler, Zickler; Jancker.
Quatro em sete: o Liverpool tomou conta da Europa
Em meados da década de 1970, início de 1980, o futebol inglês doutrinou nos torneios de nível europeu. O Liverpool foi o principal expoente do futebol da Inglaterra na época com a conquista de, nada mais, nada menos que quatro títulos de Liga dos Campeões em sete temporadas.
A primeira taça dos Reds foi conquistada na temporada 1976/1977. Contra o Borussia Monchengladbach, o Liverpool alcançou sua glória máxima na Europa.
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Com gols de McDermott, Smith e Neal para os Reds, os ingleses fizeram 3 a 1 e ergueram a primeira taça europeia da história do clube.
Na temporada 1977/78, o Liverpool levantou sua segunda taça europeia seguida. Com gol de Kenny Dalglish, vitória por 1 a 0 contra o Club Brugge e o bicampeonato.
A temporada 1980/81 foi a da volta do Liverpool ao topo.
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Na final, outra potência europeia, o Real Madrid. No Parc de Princes, com gol de Alan Kennedy, o Liverpool carimbou passagem para a Copa Intercontinental no Japão e derrotou os merengues por 1 a 0. Após um hiato, o Liverpool voltou a dominar a Europa na temporada 1983/84.
Pela primeira vez, o Liverpool empatou a final, que foi disputada contra a Roma. Após o 1 a 1 no tempo regulamentar, as equipes disputaram o título nas penalidades. Após dois erros dos italianos, os Reds fecharam a série em 4 a 2 e conquistaram o tetracampeonato europeu em sete anos.
O Liverpool acumula algumas das maiores conquistas de clubes ingleses em competições europeias.
Final Liverpool x Borussia Monchengladbach
Liverpool: Clemence; Neal, Smith, Hughes, Jones; Case, Kennedy, Callaghan, McDermott; Keegan, Heighway.
Borussia Monchengladbach: Kneib; Vogts, Wittkamp, Klinkhammer; Bonhof, Wohlers, Shaffer, Stielike, Wimmer; Simonsen, Heynckes.