7 de maio de 2003 a 24 de outubro de 2004. Uma série invicta de 49 jogos. Esse foi o período em que os atletas de Arsene Wenger permaneceram sem conhecer o sabor amargo de uma derrota em jogos de Premier League.
49 sem perder: como o Arsenal conseguiu a maior série invicta da era PL
A sequência começou na temporada 2002/2003, passou por toda a edição 2003/2004 e terminou na nona rodada da temporada 2004/2005. A temporada 2003/2004 ficou marcada e começou com os Gunners disputando o título com o Manchester United. A verdade é que essa era a grande briga do país.
Para servir de exemplo, em 2001/2002, o Arsenal foi campeão e, na edição seguinte, vice para os próprios Diabos Vermelhos.
Arsene Wenger promovia uma verdadeira revolução nos Gunners e que se espalhava por toda a liga. O manager implantou novos regimes de treino, condicionamento físico e dieta, exigindo maior profissionalismo e disciplina de seus atletas.
O francês também realizava um trabalho voltado para a descoberta e contratação de jogadores promissores e que ainda não eram tão badalados.
A equipe gostava de ter a posse da bola e ser ofensiva. Jogava de maneira vistosa e eficaz, tendo uma identidade tática clara: era um time com muito ritmo e que conseguia encontrar passes chaves nos jogos; com o apoio dos laterais e a utilização do meio para abrir os corredores e promover uma intensa troca de posições na fase ofensiva.
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Soma-se a isso o fato de alguns jogadores estarem apresentando o melhor de seu futebol, como Thierry Henry e Patrick Vieira. O atacante vivia seu ápice técnico e físico. Era letal em cobranças de faltas, finalizações de todas as distâncias e cabeceios. Decidiu jogos de todos os jeitos e terminou como artilheiro com 30 gols.
O meio-campista era um pouco do coração e do cérebro da equipe. Possuía uma técnica e explosão física assustadora, o que o permitia desempenhar diversas funções com a mesma eficiência. Patrick tinha uma bola aérea forte, era bom nos desarmes e auxiliava na construção das jogadas.
Além deles, cabe destaque a Robert Pirès e sua grande habilidade e inteligência; Dennis Bergkamp que, mesmo em fim de carreira, exibia movimentos certeiros e uma visão de jogo privilegiada, sendo o líder em assistências do time naquela edição de Premier League.
O “Invisible Wall”, Gilberto Silva, era o cão de guarda do time. O brasileiro mantinha a organização defensiva, dando segurança à zaga; preenchia bem os espaços e fazia uma cobertura eficaz, possibilitando as subidas dos laterais e de Vieira, quando necessário.
Atrás, Sol Campbell era um zagueiro seguro, com ótimo posicionamento e jogo aéreo.
Todos esses ingredientes contribuíram para o time londrino fazer uma campanha irretocável e que culminou no seu 13º título inglês. Wenger obteve êxito nos recrutamentos, na implementação de uma filosofia no clube, no desenvolvimento de seu trabalho e alcançou, talvez, sua maior coroação naquela temporada.
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A vitória por 3 a 1 sobre o Aston Villa, no dia 16 de outubro de 2004, seria a última conquistada pelo Arsenal durante a série invicta. Naquele dia, Henry e Pires, duas vezes, marcaram para os Gunners.
No jogo seguinte, a expressiva série veio abaixo com uma derrota por 2 a 0 para o arqui-inimigo Manchester United. Aquele encontro de 2004 foi palco da infame Batalha do Buffet, na qual Alex Ferguson foi atingido com uma fatia de pizza atirada por Cesc Fabregas.

Os Gunners ainda mantiveram a ponta até a rodada seguinte, quando caiu para a vice-liderança após um empate contra o Southampton. A partir de então, o time jamais voltaria a ser líder que, no fim da temporada, ficou com o Chelsea.
A derrota repercutiu para o Arsenal, que nunca mais conseguiu alcançar as mesmas glórias.
A série invicta: 49 jogos, 36 vitórias e 13 empates, com 112 gols a favor e 35 contra.
O time base daquela incrível série alternava entre um 4-2-3-1 e um 4-4-2 e era formado por: Jens Lehmann; Lauren Mayer, Sol Campbell, Kolo Touré e Ashley Cole; Gilberto Silva, Patrick Vieira, Fredrik Ljunberg e Robert Pirès; Thierry Henry e Dennis Bergkamp.