Com direito ao primeiro clássico de Manchester da história da elite do futebol inglês, a Womens Super League (WSL) começou com tudo neste fim de semana. Confira o resumo dos jogos da 1ª rodada da WSL.
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1ª rodada da WSL: confira o resumo dos jogos
Manchester City 1×0 Manchester United
Estreando em casa para 31 mil pessoas, as atuais campeãs do Manchester City deram boas-vindas para o rival Manchester United da melhor maneira possível. O lado vermelho da cidade fazia sua estreia na Women’s Super League.
Após acesso de maneira indubitável, levando o título da segunda divisão, o United percebeu que na principal divisão do futebol inglês, as coisas não serão tão simples.
Mais organizado e experiente, o City começou o jogo melhor. Com mais posse de bola e mais chances criadas, parecia questão de tempo para abrir o placar. Apesar disso, o United se mostrava sem medo e conseguia ameaçar mais. Ross e Sigsworth eram as principais armas vermelhas.
A primeira etapa ficou marcada por um bom futebol, com as duas equipes pressionando a saída adversária e buscando acertar nos erros. Bom, um dos times conseguiu.
Logo nos primeiros minutos do segundo tempo, a zaga do United afastou mal a bola para a entrada da área. Na sobra, ela caiu nos pés de Caroline Wier, que abriu o placar em uma finalização indefensável para Earps. O gol afetou, e muito, o visitante. A partir daí, o City cresceu e viu poucos, quase nulos, esboços de reação do adversário.
O gol de @itscarolineweir que nos deu a vitória no Dérbi de Manchester de um jeito especial! 🚀
TrueView 😍
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— Manchester City (@ManCityPT) September 7, 2019
A vitória mostra a força do City para mais uma temporada. Em um jogo que os detalhes foram essenciais para a vitória, o time mais experiente se saiu melhor. E são esses pequenos momentos que fazem a diferença na hora da disputa do título.
Do outro lado da moeda, apesar de derrotado, o United pode tirar mais pontos positivos do que negativos. O primeiro jogo da história do time na WSL, contra as campeãs, foi forte, e isso mostra um caminho longo para as comandadas de Casey Stoney. Com um elenco forte e promissor, é necessário ajustes pontuais para que o time atinja o sucesso mais rápido do que o esperado.
Ficha Técnica:
City: Roebuck; Mannion, Houghton, Bonner, Stokes; Wullaert (Lee 82′), Scott, Walsh, Weit, Stanway; Beckie. Técnico: Nick Cushing
United: Earps; Ladd, McManus, Turner, Oqvist (Turner 56′); Toone, Zelem, Groenen; Galton (Hanson 76′), Ross (James 80′), Sigsworth. Técnica: Casey Stoney
Bristol 0x0 Brighton
Jogando em casa, o Bristol gerou uma pressão inicial, que, contudo, durou apenas cinco minutos. O restante do primeiro tempo foi de domínio do Brighton, que, com uma marcação alta, forçava o erro de passe das adversárias logo na saída de bola. Assim, foram raras as vezes em que as donas da casa ultrapassaram com eficiência o meio de campo, em contra-ataques liderados por Yana Daniels.
Mas, apesar da superioridade, o Brighton não conseguiu ser incisivo. As jogadas ofensivas das visitantes quase sempre acionavam Ellie Brazil, que, no entanto, abusou dos cruzamentos.
Honours even here at @ashtongatestad. #BRCBHA pic.twitter.com/1mVJzwSTYV
— Bristol City WFC (@bristolcitywfc) September 7, 2019
Além de duas grandes defesas da goleira Sophie Baggaley, em chutes de longa distância, foram diversas oportunidades de ataque desperdiçadas, inclusive uma penalidade. Após Aillen Whelan sofrer falta dentro da área, quase em cima da linha, a cobrança da zagueira Victoria Williams parou novamente na arqueira do Bristol.
A equipe mandante retornou do intervalo mais disposta a se arriscar, e a partida tornou-se parelha. Aos 34 minutos, ótima jogada de Ebony Salmon, que resultaria em um lindo gol de Olivia Chance, não fosse a grande defesa de Megan Walsh.
No lance seguinte, resposta do Brighton e mais uma importante aparição de Baggaley, em cabeçada de Megan Connolly. E no minuto final, quase o gol da vitória do Bristol, em belo chute de Katie Robinson, que carimbou caprichosamente o travessão.
Assim, o resultado de 0 a 0 não reflete o que de fato foi a partida e pode mascarar a intensidade do confronto, que só terminou em branco devido às atuações muito seguras das duas goleiras. E apesar do empate na estreia não ser um mau resultado, em uma liga tão acirrada fica a sensação, para ambas as equipes, de ter deixado a vitória escapar.
Ficha técnica:
Bristol: Sophie Baggaley; Gemma Evans, Meaghan Sargeant, Jasmine Matthews e Lorena Dykes; Vita van der Linden (Ebony Salmon, 51′); Frankie Brown e Carla Humphrey (Katie Robinson, 91′); Charlie Wellings, Abigail Harrison (Olivia Chance, 70′) e Yana Daniels.
Brighton: Megan Walsh; Felicity Gibbons, Victoria Williams, Fern Whelan (Amanda Nildén, 79′) e Matilde Lundorf Skovsen; Léa Le Garrec (Danique Kerkdijk, 79′), Megan Connolly e Danielle Buet; Aillen Whelan, Kayleigh Green (Iniabasi Anefiok Umotong, 62′) e Ellie Brazil.
Chelsea 1×0 Tottenham
O Chelsea estreou com vitória sobre o Tottenham, em Stamford Bridge. O trunfo veio através do placar mínimo, apesar das Blues criarem quantidade considerável de chances durante os 90 minutos disputados. A partida foi assistida por mais de 25 mil pessoas no estádio.
O primeiro e único tento bem-sucedido da partida veio de forma surpreende, como um presente ganho fora de época. A atacante Bethany England forçou uma marcação avançada em saída de bola displicente da defesa adversária. Despreparado, o Tottenham deixou muito espaço e a camisa 9 chutou de onde estava (22 metros de distância do gol) para abrir o placar ainda aos quatro minutos.
What they call a decent hit…
Bravo, @Bethany_Eng15!pic.twitter.com/oxnJFlFDEF
— Barclays Women's Super League (@BarclaysWSL) September 8, 2019
Apesar de um início mais incisivo, o Chelsea não dominou as ações do primeiro tempo. Soube proteger muito bem sua defesa, mas dados momentos esperava suas adversárias errarem para acertar um contragolpe fulminante. Já as Lilywhites trocavam passes, mas sem serem incisivas e não criando chances de perigo.
O segundo tempo veio e as ações se mantiveram iguais. Tottenham até pareceu, nos primeiros minutos, que havia mudado de atitude. Porém, a equipe criou pouco e deixou o robusto ataque do Chelsea crescer em sua defesa. O placar só não foi maior porque as Blues erram muito na finalização e perderam um caminhão de gols nos últimos instantes de partida.
Ficha Técnica:
Chelsea: Berger; Mjelde, Bright, Eriksson, Blundell (Andersson); Ingle; Spence (Cooper), Ji; Reiten; England, Engman (Cuthbert). Técnica: Emma Hayes
Tottenham: Spencer, Godfrey, Worm (Ayane), Percival, Haines (Peplow), Graham, Schillaci, Neville, Davison, Quinn (Addison), Furness. Técnica: Karen Hills
Liverpool 0x1 Reading
O Reading jogou fora de casa contra o Liverpool e conseguiu uma importante vitória para as pretensões do clube na temporada. O jogo não foi intenso, mas demostrou mais uma vez que a jogadora Fara Williams irá fazer a diferença para as Royals mesmo aos 35 anos de idade.
A partida se iniciou com uma queda de braços entre os times, onde ambos conseguiram se anular e não haviam grandes chances criadas. Apesar disso, a bola percorria todo o campo e não existiu uma pressão definitiva das equipes. Isso pode ser traduzir a partir do lance de gol que aconteceu aos 41 minutos do primeiro tempo.
Free kicks + @fara_williams47 = 😍#BarclaysFAWSL pic.twitter.com/0mkpDNbQIj
— Barclays Women's Super League (@BarclaysWSL) September 8, 2019
As Reds fizeram uma falta de frente para o gol, o que gerou uma das melhores oportunidades para o Reading dos 45 iniciais. A recordista de jogos pela seleção inglesa, Williams, foi para a bola. A cobrança pareceu uma obra de arte pintada por Frida Kahlo e balançou com suavidade. Após o gol o Liverpool precisava colocar o pé no acelerador.
O segundo tempo trouxe a melhor chance para o time da casa, mas Niamh Fahey não conseguiu dominar a bola como deveria e perdeu na corrida para a goleira Grace Moloney. Após essa tentativa quem buscou mais o gol foi o Reading, porém sem a verticalidade necessária para gerar perigo.
Com a derrota, o Liverpool fica na 10ª posição e enfrentará na segunda rodada o Tottenham. Já o Reading buscará uma sequência contra o Manchester City, que também venceu na rodada e será um dos grandes adversários a serem batidos na temporada.
Ficha Técnica:
Liverpool: Preuss, Jane, Bradley-Auckland, Fahey, Robe, Bailey, Rodgers (Linnett 86’), Charles, Clarke (Babajide 66’), Lawley, Sweetman-Kirk (Hodson 77’). Técnica: Vicky Jepson
Reading: Maloney, Leine, Howard, Potter, Rowe, Moore, Williams (Hönnudóttir 88’), James, Farrow (Eikeland 58’), Chaplen, Harding. Técnica: Kelly Chambers
Birmingham 0x1 Everton
O jogo entre Birmingham e Everton começou com as donas da casa impondo o ritmo. O Birmingham foi para cima e criou boas chances na primeira etapa, forçando algumas defesas da goleira adversária, Tinja-Riikka Korpela (foram quatro na partida).
Claudia Walker, Lucy Staniforth e Abbi Grant criaram oportunidades interessantes. Mas foram as Toffees que tiveram a melhor do primeiro tempo, com Simone Magill, que parou em uma ótima defesa de Hannah Hampton.
Aí veio o segundo tempo e, com ele, o único gol do jogo. Logo no primeiro minuto, Rebecca Holloway avançou na esquerda e cruzou na área, mas Kerrys Harrop desviou contra e matou a própria goleira. Gol contra do Birmingham, 1 a 0 para o Everton.
O Everton seguiu pressionando, em especial com Hannah Cain, que criou boas jogadas. As Toffees continuaram em cima por um bom tempo, mas não transformaram a vantagem técnica em mais gols.
👊 | Work as a team, win as a team. #NSNO pic.twitter.com/tWxeKQDrNm
— Everton Women (@EvertonWomen) September 8, 2019
Com isso, as mandantes partiram para cima em busca do empate. Chloe Arthur foi quem teve a melhor chance, acertando a trave. A pressão continuou até o fim, mas não deu em nada. O Birmingham, que sentiu dificuldades com a perda de jogadoras importantes da temporada passada, não conseguiu marcar o seu gol.
Fim de jogo, Birmingham 0x1 Everton. Contrastando com os grandes públicos de Manchester City e Chelsea, por exemplo, esta partida teve o menor público da WSL no fim de semana, com apenas 873 pessoas nas arquibancadas do Soilhull Moors (quase na média da WSL 2018/19, de 833, segundo a BBC).
Ficha Técnica:
Birmingham: Hampton, Jordan, Holloway, Harrop, Mayling, Visalli (Scofield 74′), Staniforth, Whipp (Williams 55′), Arthur, Grant (Scott 88′), Walker. Técnica: Marta Tejedor
Arsenal 2×1 West Ham
Atual campeão da FA Women's Super League, o Arsenal Women recebeu o West Ham no Meadow Park e fez o dever de casa. A equipe bateu as Hammers por 2 a 1 em um bom confronto com boas chances de gols para ambos os lados.
Sem Vivianne Miedema, poupada para o confronto contra a Fiorentina pela Liga dos Campeões Feminina, as Gunners tomaram a iniciativa do jogo e partiram para cima do West Ham, que apostava nos contra-ataques.
💪 Strong play by @bmeado9…
💥 And a sweet debut finish from @JillRoordNL!@ArsenalWFC are picking up from where they left off last season! pic.twitter.com/WPu01MEnWf
— Barclays Women's Super League (@BarclaysWSL) September 8, 2019
Aos 13 minutos do primeiro tempo, a atacante Beth Mead, eleita a melhor jogadora da partida, recebeu passe de Lisa Evans pela direita e acertou um belo chute da entrada da área.
O gol não tirou o ímpeto do time vermelho de Londres e, aos 40 minutos do 1º tempo, após erro de saída de bola das garotas do West Ham, Evans cruzou uma bola na grande área, Beth Mead fez um belo pivô e rolou para Jill Roord, estreante do dia, marcar mais um belo gol para o Arsenal.
No 2º tempo, o West Ham cresceu de produção e diminuiu o placar aos 13 minutos com Martha Thomas. O Arsenal Women ainda viu Kenza Dali acertar uma bola na trave após cobrança de falta. Com o resultado, as atuais campeãs assumem a liderança da competição, enquanto as Hammers ficam na 8ª.
Ficha técnica
Arsenal: Zinsberger, Maier (Quinn 90′), Schnaderbeck (Nobbs 67′), Beattie, McCabe, Williamson, Little, Roord, Evans, Mead e van de Donk.
West Ham: Brosnan, Simon (Kvamme 72′), Flaherty, Vetterlein, Baunach, Middag (Galabadaarachchi 57′), Cho, Leon (Lehmann 66′), Dali, Longhurst e Thomas.