1968: ano de ouro para o Manchester United

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Em 1968, o Manchester United se tornava o primeiro clube inglês campeão da Champions League. Uma conquista marcante e comemorada até os dias de hoje. Mas antes de chegar até 1968, é importante relembrar que dez anos antes os Diabos Vermelhos foram vítimas de uma das maiores tragédias do futebol.

O avião do clube caiu nas proximidades de Munique, deixando 23 mortos e inúmeros feridos.

Dentre os sobreviventes, estavam Matt Busby, Bobby Charlton e Bill Foulkes, nomes cruciais na reconstrução da equipe.

Eles seriam base do time que entraria para a história!

Como foi o percurso do United até a decisão de 1968?

A campanha de 1968 do Manchester United na Champions League começou contra o Hibernians, clube de Malta, em Old Trafford. A partida acabou com uma goleada por 4 a 0, garantindo uma boa vantagem para os Diabos Vermelhos.

No jogo de volta, a equipe empatou por 0 a 0, e se garantiu nas oitavas de final e enfrentaria o Sarajevo, da antiga Iugoslávia.

Na primeira peleja em território adversário, o United empatou por 0 a 0, e decidiria sua vaga no Teatro dos Sonhos lotado.

A partida de volta não foi fácil, mas teve um final feliz para o torcedor da equipe de Manchester. Com gols do lendário George Best e John Aston, o clube venceu por 2 a 1, conquistando vaga entre os 8 melhores da competição.

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Nas quartas de final, o adversário seria Górnik Zabrze, da Polônia. E para quem acha que foi um confronto fácil, está enganado.

O primeiro jogo foi realizado no Old Trafford, e mesmo com o United sendo favorito, a partida só foi decidida no segundo tempo.

À equipe abriu o placar num gol contra marcado pelo zagueiro polonês Stefan Florenski, e ampliou aos 44 da etapa final com o atacante Brian Kidd – gol importantíssimo para a classificação.

Na partida de volta, os Busby Babes foram derrotados pelo Górnik Zabrze por 1 a 0, mas se classificaram para a semifinal. A batalha da vez era o multicampeão Real Madrid.

O clube espanhol foi algoz dos Diabos Vermelhos na mesma fase da competição durante a temporada 1956/1957. Hora da revanche?

É importante destacar que os Merengues foram solidários ao United quando houve a tragédia, e foi importante financeiramente na reconstrução do clube inglês.

A partida de ida em Old Trafford foi bastante equilibrada e decidida por ele: George Best! O lendário camisa 7 fez o gol da vitória, garantindo vantagem mínima para o jogo de volta.

O palco da segunda peleja era o Santiago Bernabeu, um dos templos históricos e mais vitoriosos do futebol mundial. A tarefa não seria fácil para a equipe de Manchester.

A etapa inicial na capital espanhola acabou com um cenário terrível: 3 a 1 para o Madrid e o sonho da vaga na final cada vez mais distante.

Para o United, restava a conversa com o comandante Matt Busby no intervalo e mais 45 minutos para tentar reverter a vantagem.

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A equipe voltou melhor e diminuiu com o meio-campista David Sadler. Um golzinho e os Diabos Vermelhos estavam na final.

Eis que aos 35 minutos do segundo tempo, George Best faz uma excelente jogada para o xerifão Bill Foulkes marcar o gol da classificação!

Uma curiosidade: em 700 jogos pelo United, o zagueiro marcou apenas 9 vezes, um tento extremamente imprevisível.

O Real Madrid pressionou, mas não conseguiu mudar o quadro. Os Diabos Vermelhos estavam classificados para a grande final da Champions League!

Decisão em Wembley

Para a final de 1968, inúmeras caravanas do United saíram de Manchester rumo a Londres. O clube tinha a chance de ser campeão pertinho de seu torcedor. O adversário era o Benfica, clube do lendário Eusébio.

No dia da partida, segundo números oficiais, o público foi de 92 mil pessoas. Entretanto, relatos afirmam que mais de 100 mil torcedores estavam presentes em Wembley.

A audiência da grande decisão chegou a 250 milhões de telespectadores espalhados pela Europa, a maior desde a Copa de 1966, que também foi realizada em território inglês.

Após uma primeira etapa bastante equilibrada, os Diabos Vermelhos abriram o placar. Uma cabeçada do Sir Bobby Charlton deixou à equipe em vantagem e levou os torcedores a loucura.

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Mas nada estava decidido. Faltando pouco menos de quinze minutos para o fim do jogo, o meio-campista Jaime Graça empata a partida.

E por pouco os portugueses não viraram o jogo. Eusébio teve a chance de marcar, mas parou nas mãos do goleiro Alex Stepney. Com isso, a decisão iria para a prorrogação.

No tempo extra, os Diabos Vermelhos estavam bastante desgastados. Mas isso seria ignorado, Matt Busby realizaria o seu sonho.

Aos dois minutos do primeiro tempo da prorrogação, o lendário George Best recolocou a equipe em vantagem: o 2 a 1 já era o suficiente para a conquista.

Mas o show não ia parar ai. Dois minutos depois, o atacante Brian Kidd – que estava aniversariando – ampliou o marcador para os Diabos Vermelhos.

E para fechar a conta, ninguém melhor que ele: Sir Bobby Charlton! O atacante fez o último gol da goleada por 4 a 1 e levantou a taça.

Nada mais representa essa conquista que essa imagem!

Lucas Holanda
Lucas Holanda

Jornalista em formação, olindense e apaixonado por futebol.