Premier League: 16 jogadores campeões por dois clubes

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Com o título do Liverpool na Premier League 2019/2020, dois atletas dos Reds passaram a integrar o seleto rol de jogadores campeões da Premier League por dois clubes.  São eles James Milner, que conquistou as edições 2011/2012 e 2013/2014 com o Manchester City, e Mohamed Salah, que fez parte do elenco do Chelsea campeão em 2014/2015.

Jogadores campeões da Premier League por dois clubes

– Quais critérios usamos?

A Premier League só reconhece oficialmente como campeões os jogadores que entraram em campo em, no mínimo, cinco partidas da campanha do título. O critério, que até a temporada 2011/2012 exigia o dobro de jogos, já foi alvo de revolta de Pep Guardiola e é recorrentemente criticado, por excluir tantos jogadores, sobretudo da base, que integram os elencos dos clubes ingleses e fazem parte das conquistas.

Pensando nisso, nossa lista adota critério diversos, abarcando todos os atletas que foram relacionados a pelo menos uma partida da trajetória campeã, ainda que atuando poucos minutos ou nem saindo do banco de reservas – ou deixando o clube durante a temporada. É nessa situação que se enquadra o já citado Mohamed Salah: o egípcio disputou três partidas da Premier League 2014/2015 pelo campeão Chelsea.

Por outro lado, ainda ficam de fora aqueles que, apesar de estarem no clube, não foram relacionados a nenhuma partida do título. É o caso de Cesc Fabregas, bicampeão com o Chelsea (2014/2015 e 2016/2017) e que já estava no Arsenal invencível de 2003/2004, e do goleiro Richard Wright, campeão com os Gunners em 2001/2002, mas que não foi nem para o banco do Manchester City na Premier League 2013/2014.

Lembrando ainda que elencamos apenas jogadores cujos títulos avaliados se deram já na era Premier League. Não se encaixam, portanto, nomes como o de Eric Cantona, que, tetracampeão pelo Manchester United, venceu com o Leeds o Campeonato Inglês 1991/1992.

James Milner

James Milner, um dos campeões da Premier League por dois clubes
Stu Forster/Getty Images

Revelado pelo Leeds, James Milner passou com sucesso por Newcastle e Aston Villa até chegar ao Manchester City, em 2010. E logo em sua segunda temporada em Manchester ele se sagrou campeão da Premier League. Pouco depois, na edição 2013/2014, viria o bicampeonato. Em nenhuma das campanhas Milner chegou a alcançar a titularidade absoluta na equipe, mas teve bons números e grande importância no elenco.

No título pelo Liverpool, uma década mais tarde, também esteve majoritariamente no banco de reservas – ou mesmo no departamento médico. Ainda assim, jogou 22 partidas da Premier League 2019/2020, sendo nove como titular, além de ter ostentado a faixa de capitão em algumas oportunidades. E ainda teve momento de muito destaque, em vitória sobre o Leicester por 2 a 1, no início da caminha, com um gol e uma assistência.

Mohamed Salah 

Mohamed Salah, um dos campeões por dois clubes na era PL
LAURENCE GRIFFITHS/POOL/AFP via Getty Images

Um dos melhores jogadores do mundo nos últimos anos, Mohamed Salah foi duas vezes seguidas artilheiro da PL, nas temporadas 2017/2018 e 2018/2019. Na edição seguinte não veio a artilharia – conquistada por Jamie Vardy – mas veio uma glória muito maior, o título da Premier League. E o egípcio foi crucial na campanha: 34 jogos, 19 gols e 10 assistências.

Por outro lado, Salah já se podia dizer campeão inglês mesmo antes da conquista com os Reds. Isso porque ele fez parte do elenco do Chelsea em 2014/2015. No clube até janeiro de 2015, quando então emprestado à Fiorentina, ele disputou três partidas daquela edição, todas saindo do banco de reservas, contra Swansea, Crystal Palace e Tottenham.

Kolo Touré

Michael Regan/Getty Images

Kolo Touré chegou ao Arsenal em fevereiro de 2002, mas não participou da trajetória campeã da Premier League naquela temporada. Já no título invicto na edição 2003/2004 era titular absoluto, presente em 37 partidas, nas quais ainda anotou um gol e uma assistência.

Em 2012, o marfinense esteve na dramática conquista do Manchester City. Embora não fosse titular, era o reserva imediato da dupla Joleon Lescott e Vincent Kompany, tendo disputado 14 rodadas, algumas atuando como lateral. E o jogador ainda esteve perto de se sagrar campeão inglês pelo Liverpool, na temporada 2013/2014.

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Mark Schwarzer

Michael Regan/Getty Images

O goleiro australiano foi o primeiro jogador a integrar dois elencos campeões da Premier League em anos consecutivos por clubes distintos. Curiosamente, Schwarzer não disputou sequer uma partida nesses dois títulos. Na temporada 2014/2015, era o terceiro goleiro do Chelsea, atrás de Thibaut Courtois e Petr Cech, e foi relacionado para uma única partida, na 16ª rodada.

Na janela de inverno, no meio da temporada, deixou os Blues para se juntar ao Leicester, onde, enquanto reserva de Kasper Schemichel, seria relacionado para 37 partidas do título inglês de 2015/2016, ainda que permanecendo todas elas no banco de reservas. Então com 43 anos, é o jogador mais velho a fazer parte de uma equipe campeã da Premier League.

Riyad Mahrez

OLI SCARFF/AFP via Getty Images

Com 37 partidas disputadas, 10 assistências concedidas e 17 gols marcados, Mahrez foi um dos principais jogadores no inesquecível do título do Leicester, na Premier League 2015/2016. Não à toa, foi eleito o jogador da temporada pela Professional Football Association (PFA) – ficando atrás do companheiro Jamie Vardy no prêmio Premier League Payer of the Season.

O argelino faturou novamente o Campeonato Inglês na edição 2017/2018, em sua temporada de estreia pelo Manchester City. Dessa vez com bem menos destaque, participou de 27 rodadas da liga nacional, sendo 13 como reserva, anotando sete gols e quatro assistências. Mesmo assim, teve sim seus momentos de protagonismo, como na partida do título, quando autor de gol e assistência na decisiva vitória sobre o Brighton.

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Henning Berg

Ross Kinnaird /Allsport

Henning Berg foi titular em 40 das então 42 rodadas no último título inglês do Blackburn Rovers, na temporada 1994/1995 – conquistado com apenas um ponto de vantagem sobre o segundo colocado, o Manchester United. O norueguês era peça fundamental na defesa, que alcançou 16 clean sheets, e ainda balançou as redes uma vez, em vitória sobre o Leicester.

Ele ainda faria parte de um tricampeonato, dessa vez pelos Red Devils, entre 1999 e 2001. Nas edições 1998/1999 e 1999/2000, apesar de reserva, foi figura constante na equipe, com 16 e 22 partidas respectivamente. Já na Premier League 2000/2001, o zagueiro entrou em campo apenas na terceira rodada, logo antes de retornar ao Blackburn.

Nicolas Anelka

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ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images

O primeiro título inglês de Anelka veio aos 19 anos, na temporada 1997/1998, pelo Arsenal. Embora não fosse titular absoluto, o atacante francês foi importante, iniciando 16 rodadas e entrando em outras 10, com uma marca de seis gols e seis assistências. Seria mais de uma década até sua segunda conquista de Premier League, com passagens por Real Madri, PSG, Liverpool, Manchester City e Bolton.

O bicampeonato do jogador foi na edição 2009/2010, em sua segunda temporada pelo Chelsea – na primeira, com 19 gols, alcançou a artilharia da competição, apesar do terceiro lugar para os Blues. Já na Premier League do título, com 11 gols e 10 assistências em 33 partidas, viu Didier Drogba, seu companheiro de ataque, ser o grande artilheiro, com 29 tentos.

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Owen Hargreaves

ANDREW YATES/AFP via Getty Images

Canadense naturalizado inglês, Hargreaves chegou ao Manchester United em 2007, contratado por 25 milhões de euros junto ao Bayern de Munique. O talentoso meio campista disputou 34 partidas na temporada 2007/2008, sendo 23 na conquista do Campeonato Inglês.

Mas, sofrendo graves lesões, ele participaria de apenas mais cinco jogos em suas outras três temporadas em Old Trafford. Desses, dois no título do ano seguinte, além de 10 minutos na campanha campeã da Premier League 2010/2011.

Com muitas críticas ao departamento médico dos Red Devils, não teve seu contrato renovado e foi para o Manchester City. No rival, mais um título inglês, apesar de ter disputado uma única partida da Premier League 2011/2012. Encerrada a temporada, após quatro jogos pelos Citizens, aposentou-se precocemente, aos 31 anos.

N’Golo Kanté

Ian Walton/Getty Images

Contratado pelo Leicester para a temporada 2015/2016 por nove milhões de euros, rapidamente fez valer o investimento, sendo fundamental e imprescindível na campanha do título. Ao lado de Jamie Mahrez e Jamie Vardy, foi um dos grandes protagonistas da conquista. Líder de desarmes naquela edição (175), o volante cometeu apenas 43 faltas em 37 partidas.

Embora a lembrança de Kanté pelos Foxes ainda seja muito marcante, foi a única temporada do francês pelo clube. Em seguida, vendido ao Chelsea por mais de 35 milhões de euros. Nos Blues, além de campeão da Premier League 2016/2017, foi eleito o melhor jogador da competição, tanto pela votação da PFA quanto pela premiação da Premier League.

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Gael Clichy

Shaun Botterill/Getty Images

Clichy chegou ao Arsenal em 2003 contratado junto ao Cannes, da França, e logo em sua primeira temporada na Inglaterra foi campeão – e invicto – da Premier League. Chegou a ser escalado junto de Ashley Cole, mas foi mais utilizado quando o lateral inglês esteve lesionado. Totalizou 12 partidas, das quais sete como titular.

Após oito temporadas nos Gunners, o francês transferiu-se para o Manchester City, onde também seria campeão inglês em seu ano de estreia. Na Premier League 2011/2012, disputou 28 partidas, todas como titular, concedendo cinco assistências. Já no título da edição 2013/2014, muitas vezes preterido por Aleksandar Kolarov, foi titular em 18 oportunidades.

Robert Huth

Ben Radford/Getty Images

Lançado ao profissional pelo Chelsea, o alemão foi bicampeão da Premier League pelo clube, nas temporadas 2004/2005 e 2005/2006. Reserva nas duas conquistas, disputou 10 partidas na campanha do primeiro título e 13 na do segundo. Na sequência, foi vendido ao Middlesbrough por quase nove milhões de euros.

Já veterano, foi titular em 35 partidas no título histórico dos Foxes em 2015/2016, formando dupla de zaga inesquecível com Wes Morgan. E ainda se mostrou decisivo no ataque. Marcou duas vezes sobre o Manchester City, em vitória por 3 a 1 no Etihad, e foi dele o tento salvador, nos minutos finais, no 1 a 0 sobre o Tottenham, em White Hart Lane – quando o Arsenal era líder, na 21ª rodada.

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Danny Drinkwater

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Mais um jogador de nossa lista que foi campeão pelo Leicester. Mas, antes disso, o inglês já celebrara a conquista do Campeonato Inglês, na temporada 2008/2009, embora ninguém se lembre. Isso porque, revelado pelo Manchester United, ele nunca chegou a jogar uma partida profissional pelo clube. Nessa edição, foi para o banco de reservas uma única vez, na última rodada, quando escalados os normalmente suplentes.

Já no título dos Foxes em 2016, aí sim com papel de destaque. Titular em 35 partidas do campeonato, tinha importante função de transição na equipe, mais recuado que Albrighton mas mais avançado que Kanté. Assim, chegava com certa frequência ao ataque, fazendo as vezes de elemento surpresa, o que explica seus três gols e oito assistências na campanha.

Ritchie de Laet

CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images

Pelo Manchester United, De Laet disputou uma única partida da campanha campeã na Premier League 2008/2009, a mesma única partida acima mencionada a que Drinkwater foi relacionado naquele campeonato. Foi uma das seis aparições do belga pelos Red Devils, sendo as outras cinco na temporada seguinte, duas no Campeonato Inglês e três na Copa da Liga.

Em 2015/2016, o lateral iniciou a temporada como titular do Leicester, escalado nas sete primeiras partidas da campanha do título, e anotou gol importante, na vitória por 3 a 2 sobre o Aston Villa. Mas perdeu espaço e disputou apenas mais cinco jogos naquela Premier League, todos saindo do banco, até ser emprestado ao Middlesbrough, no meio da temporada.

Ashley Cole

ODD ANDERSEN/AFP via Getty Images

Revelado pelo Arsenal, o Ashley Cole disputou 15 edições de Premier League e é um dos jogadores mais marcantes da era moderna do Campeonato Inglês, não só em sua posição. O lateral foi titular em duas conquistas dos Gunners, nas temporadas 2001/2002 e 2003/2004. Na primeira, 29 partidas, dois gols e duas assistências; na segunda, na campanha invicta, 34 jogos e quatro assistências.

Contratado pelo Chelsea após a Copa do Mundo de 2006, seria campeão da Premier League 2009/2010 com o clube, na qual disputou 27 partidas e anotou quatro gols, além de cinco assistências. Em Stamford Bridge, também foi tetracampeão da Copa da Inglaterra. Aliás, somados os três títulos do torneio pelo Arsenal, é o jogador mais vezes campeão do centenária competição, posto que por décadas pertenceu a Arthur Kinnaird, personagem retratado em The English Game.

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Danny Simpson 

David Rogers/Getty Images

Assim como Drinkwater, Danny Simpson surgiu no Manchester United, mas pouco aproveitado em Old Trafford: disputou apenas oito partidas pela equipe principal dos Red Devils. Dessas, três foram no título da Premier League 2007/2008, das quais uma como titular, na vitória por 4 a 0 sobre o Wigan, quando responsável por uma assistência. Todavia, foi emprestado ao Ipswich em março em 2008, rodadas antes da conquista definitiva do título.

Seu momento de grande destaque viria no Leicester campeão inglês em 2015/2016, embora o lateral só tenha estreado na oitava rodada. Dali em diante, assumiria a condição de titular, que até então pertencia justamente a De Laet. Simultaneamente, Christian Fuchs entrava na esquerda no lugar de Jeffrey Schlupp, formando assim a dupla de laterais conhecida pela conquista. Cada um disputaria 30 partidas no título dos Foxes.

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Carlos Tevez

PAUL ELLIS/AFP via Getty Images

Recém-chegado ao Manchester United, Tevez foi bicampeão da Premier League. Na edição 2007/2008, titular ao lado de Rooney e Cristiano Ronaldo, alcançando 14 gols e seis assistências em 34 partidas. No ano posterior, após a chegada de Dimitar Berbatov, já não teve o mesmo destaque, disputando 29 partidas, 11 delas saindo do banco, com cinco gols e três assistências.

Na sequência, virou a casaca e foi para o Manchester City, onde chegou com muito brilho: 23 gols na Premier League 2009/2010 e 20 na edição seguinte – garantindo a ele a artilharia da competição, ao lado, justamente, de Berbatov.

Já no campeonato do título, 2011/2012, esteve afastado do elenco por meses, em consequência de desentendimento com Roberto Mancini. Mas retornou à equipe na reta final da campanha, com quatro gols e três assistências.

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Rafael Moro Brandão
Rafael Moro Brandão

Estudante de Direito na Universidade de São Paulo. Fanático por futebol e apaixonado pelas histórias que o esporte proporciona.